Eu me inclino até o Matt e tiro seus cabelos do rosto. Eu me aproximo do rosto de Matt, fecho os olhos e o beijo com carinho.
De repente, eu afasto meu rosto e vejo o seu corpo se movendo lentamente, como se ele lutasse para acordar.
Eu prendo a minha respiração, tensa, esperando que ele acorde.
JULIA: Matt...?
De repente, ele começa a abrir os olhos.
JULIA: Matt, eu estou aqui, olhe para mim.
Matt balança a cabeça com dificuldade.
JULIA: Você está machucado?
Ele finalmente abre os olhos e gira em minha direcção, nossos olhares se encontram. Eu sorrio para ele, mas ele não mostra reacção, ele só está me olhando, com uma expressão séria.
MATT: Princesa...
JULIA: Sim, estou aqui...
MATT: Onde estamos?
Fico aliviada por ele estar falando comigo e, de certa forma, consciente. Eu sorrio e me jogo em cima dele, abraçando-o forte.
MATT: Ai... cuidado, acho que quebrei alguma coisa.
Eu olho para ele, triste. Ainda deitado sobre a chapa de metal, Matt ergue a cabeça e olha ao redor.
MATT: Onde estamos, amor?
JULIA: Em uma praia...
MATT: Sim, isso eu percebi...
Matt se senta, cerrando os dentes de dor.
JULIA: O que você está sentindo?
MATT: Acho que quebrei uma costela.
JULIA: Ah não, amor...
Eu me aproximo e levanto sua camiseta rasgada, tentando ver a ferida, Matt treme de dor. Vejo um grande hematoma no lado esquerdo do peito de Matt.
MATT: Eu estou bem... só preciso de um pouco de agua.
JULIA: Tente se sentar, amor, vou encontrar agua para você.
Eu tento encontrar uma garrafa de água encalhada, eu vasculho os escombros aqui e ali. Eu encontro uma pequena garrafa de agua, mas infelizmente, ela está destruída.
Eu pego na garrafa, na esperança que a agua ainda seja potável. Eu volto para junto de Matt e lhe entro a garrafa perfurada.
MATT: Obrigado, amor...
Matt inclina a cabeça para trás para beber.
MATT: Ah! Mas... isso é agua do mar?
Eu levanto os ombros.
JULIA: Onde você espera que eu encontre agua pura?
MATT: Eu não sei... mas isso pode fazer mal...
Eu sento ao lado de Matt e coloco meu braço em volta do seu pescoço, deito a minha cabeça em seu ombro e fico em silencio por alguns segundos.
JULIA: Eu pensei que você tinha morrido...
MATT: Você não vai se livrar de mim tão facilmente...
Eu sorrio quando vejo que Matt não perdeu o seu sendo de humor, espero que a dor em seu peito desapareça logo.
MATT: Quais são as suas ultimas lembranças do acidente?
JULIA: Quase nada, e as suas?
MATT: Quando o avião atingiu a agua, eu fui jogado para a parte de trás do avião. Consegui rastejar até você... acho que você desmaiou graças à força do impacto. As portas de emergência se abriram e o escorregador de evacuação foi liberado. Estávamos no meio do oceano, e eu não sabia o que fazer. Haviam pessoas por todos os lados, todos gritando e pisoteando uns aos outros. A agua estava subindo e afundando o avião. Eu carreguei você no meu ombro, até a porta de emergência, consegui jogar você sobe o bote insuflável, mas fui levado por uma onda. Vi faíscas subindo do avião, como fogos de artificio, então comecei a gritar o seu nome, mas seu bote já estava muito longe de mim. Então, eu subi em um pedaço do avião e tentei chegar até você, mas a corrente do mar acabou me levando para o outro lado da praia. Consegui rastejar até o lugar onde você me encontrou, e apaguei.
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