Infelizmente, não consigo me acalmar. Tudo o que eu quero é expressar a minha raiva, minha tristeza, e tudo o que arde dentro de mim.
JULIA: Você não entende, Matt? Nós estamos perdidos...
Eu olho para o vulto de Matt, iluminado pelos flashes dos raios rasgando o céu. Eu o vejo caminhando em minha direcção, com uma expressão séria e triste no rosto.
JULIA: Eu não consigo mais, Matt.
MATT: Tente se acalmar, por favor.
Matt vem em minha direcção e eu dou um passo para trás. Meu cabelo está molhado e caído em meus olhos, outro relâmpago ilumina a floresta e o rosto de Matt.
JULIA: Eu estou de saco cheio, Matt! Eu não aguento mais isso.
Sinto a mão de Matt segurando o meu antebraço. Furiosa e incapaz de segurar a minha raiva, eu puxo meu braço para trás e me afasto.
Eu tropeço em uma raiz e acabo dando com a cara no chão, como uma pedra jogada na lama.
MATT: Amor...
Eu me levanto rapidamente e começo a correr, sem saber para onde. Eu corro sem olhar para trás, com lágrimas escorrendo em meu rosto e com falta de ar.
Só depois, eu paro no meio de uma área desconhecida e olho para trás. Não há nada, apenas a tempestade caindo e árvores balançando com o vento.
Eu desmaio encostada em uma árvore, esgotada e nervosa com a noite perturbada que tive. Estou com raiva de mim mesma por gritar com Matt, não sei o que deu em mim para explodir daquele jeito.
Perdi a calma, mesmo prometendo a mim mesma que eu aguentaria firme e estaria do seu lado.
Eu decido levantar e encontrar e meu caminho de volta ao abrigo, espero que Matt esteja me esperando lá, caso contrário, não tenho ideia de onde ele possa estar.
Eu começo a caminhar sempre em frente, sem mudar de direcção. O bom de estar em uma ilha é que você sempre acabará chegando à praia. Após cerca de uma hora, vejo o oceano atrás das palmeiras à minha frente.
Eu decido parar e descansar por alguns minutos.
Estou andando na beira da praia por uma hora, procurando algum ponto conhecido. Eu não tenho ideia do tamanho da ilha, posso estar a quilómetros de distancia.
O rosto de Matt aparece na minha mente, trazendo um sentimento de culpa e arrependimento. Eu o imagino procurando por mim na floresta, preocupado com o meu desaparecimento.
Ele pode estar pensando que eu estou ferida, talvez até pense que o desconhecido misterioso tenha me sequestrado. O pensamento me dá um arrepio na espinha, mas estou mais tranquila no meio da praia.
A visão está clara o suficiente para eu fugir, se o cara misterioso aparecer.
De repente, reconheço a praia onde Matt e eu costumávamos pegar frutas. A partir daqui, consigo encontrar facilmente o caminho de volta ao abrigo.
Quando chego lá, vejo que não sobrou quase nada. Tudo é apenas uma pilha de madeira encharcada. Eu olho para ambos os lados, nem sinal de Matt.
Decido pegar algumas coisas e continuar caminhando, quero aproveitar ao máximo a luz do dia para andar pela floresta.
O canto das aves me acompanha durante a minha busca e os raios de sol iluminam as árvores.
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