Capítulo 43 - Ferida Aberta

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Música: Higher Ground - ODESZA ft. Naomi Wild

Peter

  Sam é uma garota muito simpática, divertida, há tanto tempo nunca me senti tão bem perto de uma pessoa assim, é reconfortante. Eu não sou de falar muito sobre algo muito íntimo com as pessoas, mas, com ela é diferente, eu consigo ter uma conversar franca porque eu sei que ela vai entender e ao mesmo tempo, argumentar algo.
Depois do passeio que tivemos, a levei de volta para o hotel, já que era de noite; um pouco infeliz em ter que esperar até o amanhã para ter a companhia dela novamente porém mais tranquilo em saber que poderei ajuda-la mesmo que ela não saiba quem eu sou, porque foi meio complicado durante esse passeio ficar usando moletom com o capuz sobre a cabeça debaixo do sol pra ninguém perceber e muito menos ela notar, disfarçando o máximo possível, ela chegou até questionar mas deu de ombros.
  De alguma forma, um pouco talvez, ela confia em mim para isso, e é o que eu irei fazer.
Ela confia em você.
Após alguns segundos remediando, querendo continuar ali com ela, enfim, digo primeiro:
- Bom... Chegamos - ela para de costas encarando algo através da posta do hotel e logo se vira pra mim.
- É - ela diz com uma expressão séria, mas ao mesmo tempo normal. Pensativa.
- Então, amanhã a gente se vê? - pergunto esperançoso em não ficar só na minha casa como constantemente fico.
- Sim. - ela diz sorrindo. - Aliás amanhã será um dia ótimo pra procurar alguma casa pra eu ficar.
- Certo. Ah, e toma - a entrego um pedaço de papel - Esse é meu número, qualquer coisa que precisar, me ligue. - digo.
- Obrigada. - ela diz - Bom então, até amanhã Peter.
- Até amanhã Sam. -  ela dá um pequeno aceno e se vira novamente indo na direção do hotel. Antes mesmo que alguém visse, sai normalmente e rápido dali.
  Durante o caminho de volta pra casa, penso no passeio, nas conversas e perguntas de Sam. No jeito como ela me intimida, até quando sorri, e quando me olha, lembro também dos olhos... Aquele par de olhos negros e intensos... aqueles olhos atraentes e gentis, mas cheios de fúria.
  Penso nela.
  Só ai eu me deparo que estou pensando muito nela. E porquê? Porquê estou gostando dela. "Não, espera! Pare com isso!", penso. Não acredito nisso, estou gostando de uma garota de 14 anos? Uma menina ainda? Sim, uma menina, linda, terna e divertida, que me faz querer a companhia toda hora.
- Não, não, para, isso é coisa da tua cabeça Peter - digo a mim mesmo em um murmúrio. Talvez eu esteja assim por muito tempo ter ficado sozinho sem ninguém pra conversar, e eu goste dela como uma amiga. Eu acho.
  Continuo meu caminho correndo até chegar em minha "velha" cabana solitária.
  Sempre solitário nela.

Allyson

Música: Fall Apart - KRANE, Alexander Lewis

- Sam! - Stephanie vem correndo me abraçar logo quando entro no hotel.

- Oi - digo retribuindo o abraço.
- Onde você tava? Eu vi o bilhete mas você não disse aonde ia.
- Eu fui dar uma volta e conhecer um pouco a cidade, aqui dentro ainda fica mais sufocante com o resto do pessoal do colégio.
- Ah sim... Mas mesmo assim! Me ligava, mandava um sinal de fumaça, qualquer coisa, pra me avisa onde você estava porque eu queria ir também, aqui dentro ficou um inferno de vez, pior que o colégio!- me espanto com a advertência de Stephanie.
- E porquê?  - pergunto desconfiada, Stephanie só fica assim com uma pessoa.
- A Tara chegou hoje e começou a infernizar! - Na mesma hora meu sangue ferve e meus olhos se arregalam, preciso soltar a raiva que tá presa no corpo e na garganta pra essa desgraçada.
  Já que ela é o demônio, prazer, eu sou o diabo!. Muito pior que ela.
  Não continuei qualquer assunto com Stephanie e saio em disparada já a procurando. Todos que estavam ali ao redor, os alunos, perceberam a minha fúria e foram arredando a cada passo que eu dava em diante, e não foi difícil achar ela, já que a própria estava ao fundo do salão perto da escada e um pouco distante da porta que dá pra área da piscina. Antes que eu me aproximasse, Luke cutucou-a, e quando ela me viu, ficou apavorada e saiu correndo, e eu, claro, fui atrás correndo também. Logo a corrido foi parar justamente na área de lazer do hotel, estava escorregadio por conta da água da piscina, mas algo mudou e de repente, eu já estava passando dela, e como um estouro, parei tão rápido na frente dela, que achei que fosse coisa da minha cabeça, como se eu tivesse abduzido um raio de tão rápida que eu estive, como um flash.
  Nem liguei muito pra esse detalhe sórdido, meu negócio era com Tara.
- Hã, o-oi Samathazinha, co-co-como vai? - ela tava tremendo de nervosismo, até que ela escorregou no chão liso e foi se arredando pra trás conforme eu dava passos um por um pra frente, enfurecida e com os punhos cerrados.
- Co-como foi o-o dia? Se encontrou com o Nickzinho - ela disse sorrindo amarelo e nervosa, foi que então que rapidamente e com mais fúria, peguei-a pelo pescoço e começo a bufar mais alto ainda de raiva e com o rosto próximo eu disse:
- Não Tara, não me encontrei com aquele projeto de porcaria, e sabe porque... - Fiz uma pausa pra olha-la com mais nojo.
- Porque eu descobri tudo vadia. - Digo. Ela ri com deboche no tom.
- Achou mesmo que eu ia ser otária a não descobrir e continuar acreditando no Nick? - Continuei. Aperto mais minha mão em volta do pescoço dela.
- Pois acho que se enganou, e muito. - Terminei e num impulso, a ergui no ar, ela já estava perdendo a vida quando ouço alguém gritar.
- NÃO! ALLYSON, NÃO FAZ ISSO! - Era justamente o idiota do Nick desesperado pela amadinha quase morrendo. Olhei pra ele ainda com Tara em minhas mãos e foi então com um sorriso infernal a joguei com força pra ele, sendo assim, com a força do impacto, eles bateram com tudo na parede, a deixando quebrada. Olhei aquela cena sem pudor algum, e voltei pra dentro do hotel com todos os olhares em mim, e a minoria que estava ali, até alguns funcionários, correram pra ajuda-los. Nem fiz questão de olhar pra aqueles que me encaravam, não estava com cabeça pra isso. Lembro-me que Peter me deu o número dele, então rapidamente subo e entro no quarto, e revistando o cômodo, acho o celular de Maddy, que estava na mochila dela inclusive. Disco o número e logo chama. Acabo ficando nervosa me lembrando do que aconteceu, boto uma mão na cabeça já ficando preocupada. Se estou ligando pra Peter é porque eu sei que Stephanie e Maddy não vão me ajudar em nada agora, talvez nunca, porque depois do que ela viram, nada vai voltar ao normal, e obviamente, elas devem estar apavoradas. Não demorou muito e escuto o outro lado da linha.
- Alô - escuto a voz de Peter. Logo uma lágrima solitária cai.
- Preciso de ajuda.

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Eis aqui mais um. Continua no próximo!

Bom, o clima tá ficando tenso agora por lado da Sam (Allyson), e ai, o que acham?

Lice

A Saga Crepúsculo - ForeverOnde histórias criam vida. Descubra agora