— Hanaki-sama, deixe que eu vou buscar as ervas! — gritou ao longe uma moça na porta do orfanato.
— Não precisa, Kitsuni, eu mesma busco! — grita a senhora de volta, se afastando do orfanato.
A senhora já se encontrava dentro da floresta, o vento balançava as árvores e o céu estava nublado, mostrando que logo choveria.
Quando a senhora terminou de colher as ervas, algumas gotas de chuva começaram a cair do céu, se intensificando aos poucos. A senhora viu uma pequena caverna ao longe, então para não ficar completamente ensopada, pegou sua cesta de ervas e correu para se proteger. Quando a senhora iria entrar, viu um grande relâmpago cruzar os céus e logo depois, o som do lugar desmoronando e o de um choro de um bebê.
— Por Kami! — murmura Hanaki e corre para dentro da caverna deixando o cesto de ervas para trás.
A senhora corria pela caverna seguindo o som do choro e desviando de algumas pedras que caíam do teto. Quando viu um feixe de luz no fim da caverna, apressou o passo mas acabou tropeçando em algo que a fez ir de encontro ao chão.
Hanaki olhou para o que havia tropeçado e se assusta ao ver um corpo de um homem branco de cabelos verdes e aparência estranha. O corpo deste estava inerte e chamuscado. Quando Hanaki aproximou a mão do corpo, sentiu um leve choque e se afastou rapidamente.
Hanaki ouviu o bebê chorando novamente e se levantou com pressa, correndo até o bebê. Ao chegar na origem do choro, observa a linda menininha pálida com alguns fiozinhos de cabelo branco. A pequenina parou de chorar e abriu os olhos, encarando a senhora em sua frente, seus olhos semelhantes a pérolas e tão brilhantes quanto.
— O que você faz aqui, pequena? — murmura a mulher pegando a bebê no colo e vendo que no lençol em que ela estava enrolada tinha um nome. — Kyara. Seu nome é Kyara, pequena? — pergunta a senhora para a bebê que solta um risada gostosa balançando os braços com animação. — Acho que sim. Bem, pequenina, vou te levar para o orfanato onde você vai ter muitas crianças para brincar com você. — diz Hanaki e a bebê solta mais uma risada gostosa, fazendo a mulher se encantar ainda mais por ela.
♾☯️♾
Kyara já tinha 4 anos, o orfanato em que estava sempre foi seu lar. Ela nunca podia sair daquele local por causa da guerra que tinha se instalado. Hanaki-sama (a diretora do local e a pessoa que Kyara mais admirava) era uma dentre vários que impediam sua saída.
A garota gostava de treinar, em seu íntimo queria se tornar a melhor kunoichi que já apareceu na Terra. Diferente das outras garotas, Kyara não gostava de vestidos e nem das mesmas coisas que a maioria das meninas de sua idade gostavam. Ela era diferente.
Kitsuni, a amiga fiel de Hanaki, esperava a garotinha na porta do quarto que dividia com as outras garotas. Kyara não era uma pessoa social. Sem dúvida alguma, por ter sido encontrada em uma caverna pela diretora e levada para o orfanato sem nem mesmo fazer Hanaki pensar duas vezes, causou muito ciúme nas outras garotas que tiveram várias burocracias.
Por esse motivo, as meninas daquele orfanato não gostavam dela, achavam-na estranha. Faziam bullying e quando terminavam, saiam com um sorriso estampado no rosto.
Kyara nada fazia, pois não gostava de falar muito, portanto, guardava tudo que sentia para ela mesma e nunca contava sua situação para Hanaki. Preferia ignorar aquele tipo de comportamento.
Desceu as escadas junto de Kitsuni e foi fazer tudo o que tinha que ser feito. O dia não seria nada fácil.
Kyara frequentava uma escola do outro lado da floresta que era próxima de um vilarejo. Kitsuni a levava junto com as outras garotas do orfanato para lá todos os dias e as deixava lá, mas Kyara nunca gostou muito do lugar, principalmente pelo fato de algumas meninas que já foram do orfanato, mas que foram adotadas ainda estudarem lá.
VOCÊ ESTÁ LENDO
• | A Menina do Clã Inimigo | • Editando
Fanfiction✴️ LIVRO I ✴️ ♾☯️♾ Kyara é uma menina muito diferente das outras. Enquanto as outras garotas do orfanato se preocupavam com a aparência e em conseguir uma família fingindo ser quem não são, a menina de pele pálida e cabelos brancos apenas se importa...