Capítulo 1

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Uma batida alta soou na porta do quarto de Finn, fazendo-o acordar meio grogue.

— Mas que p…? — Ele resmungou.

A porta se abriu com um baque e alguém entrou pisando duro no cômodo.

— Acorde, princesa. Já era pra nós estarmos no riacho. Tire a bunda gorda da cama antes que eu a chute.

Virando a cabeça, que ele havia enterrado embaixo do travesseiro assim que ouviu a voz de Sky, ele respondeu.

— Qual é o seu problema? Hoje era pra ser nosso dia de folga.

— Por isso mesmo. Deixe de ser um perdedor e levante. O dia esta lindo e nós temos que ir. — E deu um puxão em seu cobertor, voltando para a porta. Parando brevemente, ela disse por cima do ombro. — Se em quinze minutos você não aparecer na sala eu enfio neve na sua calça de novo.

A única resposta que recebeu foi Finn erguer uma  mão e lhe fazer um gesto obceno.

Na sala Mihra estava jogada no sofá, um livro de estratégia de guerra nas mãos.

— Esta gostando? — Sky perguntou para a prima.

Mihra era a filha mais velha de Cassian e Nestha, e estava treinando para realizar o rito de sangue dali a alguns anos.

— É fascinante. Eu nunca imaginei que ler sobre lutar fosse tão bom quanto lutar em si.

A mais velha riu e sentou-se no chão ao lado da outra.

— Nem todos os livros são assim, acredite. Mas esse em especial é realmente bom. Você sabia que o Capitão da Vanguarda Luminífera nunca revelou sua identidade? Faz mais de cinquenta anos que ele organizou sua tropa, e mesmo assim ninguém sabe.

A moça baixou o livro e franziu o cenho.

— Isso é estranho. Por que alguém tão bom iria querer se esconder? Ele transformou a tradição de guerra na Corte Diurna. Todo mundo sabe que nunca houve uma verdadeira força bélica de elite lá até recentemente.

Encolhendo os ombros, Sky balançou a cabeça.

— Não faço ideia também. Mas um dia ainda vou descobrir. Várias das estratégias dele me salvaram durante o Rito de Sangue.

Os olhos de Mihra almentaram depois de ouvir essas palavras. Sem dizer mais nada ela voltou a erguer o livro e ler com atenção. A outra riu de leve.

Mas sua atenção foi desviada quando um Finn de cara amarrotada, cabelos desgrenhados e roupa amarfanhada apareceu na entrada.

— Você esta lindo. Minha mãe ficaria emocionada se você aparecesse no jantar dela assim. — Sky provocou.

Esfregando o rosto, o jovem sentou-se pesadamente numa poltrona e por fim olhou para ela com a testa franzida.

— Lembre-me de porquê nós temos que levantar cedo no nosso dia de folga depois do Rito de Sangue. — Ele pediu. Então olhou para a outra jovem, que havia dado uma risadinha por trás do livro. — Bom dia, Mih.

Como resposta essa apenas ergueu o polegar e continuou lendo.

— Primeiramente: são dez e meia da manhã. Isso não é cedo. — Sky começou a listar. — Segundamente. — Ela disse, o que fez Finn gemer de desgosto e Mihra rir ainda mais. Ignorando-os ela continuou. — O dia depois do Rito de Sangue é pra nós comemorarmos nossa vitória. Os outros já estão no riacho no esperando.

— Sim, porque tomar banho nú no riacho é uma ótima forma de comemorar: tirando sarro dos traseiros uns dos outros. — Ele disse com sarcasmo.

Corte de Estrelas e Luz SolarOnde histórias criam vida. Descubra agora