Capítulo 19

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Por um instante todos eles ficaram em silêncio, surpresos. Então Finn praguejou alto.

— Ela foi para lá sozinha! — Exclamou, parecendo não saber muito bem o que fazer.

Mas antes que pudesse atravessar também, Armand pousou uma mão firme em seu ombro.

— Nós também vamos. — Ele então ergueu os olhos para os outros, que concordaram com a cabeça. O capitão olhou para as fêmeas. — Eu vou levá-las para a casa da Vanguarda. Lá vocês serão tratadas.

As quatro concordaram com a cabeça em silêncio. Numa demonstração de poder bruto o jovem então atravessou o grupo todo.

Os guerreiros foram correndo para seus quartos buscar suas respectivas armas e se trocar, enquanto Armand dava ordens para os servos acomodarem e cuidarem das quatro jovens.

Nem quinze minutos depois já estavam todos prontos para partir.

— Eu vou nos atravessar, porém você vai guiar a direção. Pense com a maior riqueza de detalhes no acampamento. — O moreno instruiu ao amigo.

Se unindo, o grupo então partiu.

A primeira coisa que eles viram ao chegar no acampamento illyriano foi a neve manchada de sangue. Havia respingos e manchas por toda parte. Gritos e sons de combate podiam ser ouvidos, embora eles não tivessem localizado a fonte imediatamente. Não até…

Um guerreiro illyriano caiu do céu aos pés deles, uma mão faltando e um corte profundo transpassando seu tronco e deixando suas entranhas para fora. Devia ter morrido antes de bater no chão.

Os seis machos olharam para cima a tempo de ver Sky voando rápido em direção a outros dois. ‘Clang!’ as adagas se encontrando soltaram faíscas visíveis mesmo àquela distância. Ela se movia com desenvoltura, e conseguia bloquear com relativa facilidade as investidas dos dois oponentes, e com habilidade deu uma guinada evasiva, fazendo um deles se atrapalhar no céu pela força do golpe que não encontrou seu destino. Foi questão de agilidade a jovem girar e chutá-lo com força no peito. Tanta força que o jogou no chão. Para crédito do guerreiro, ele conseguiu se recuperar do golpe a tempo de evitar a colisão que provavelmente seria fatal. Enquanto isso o outro guerreiro havia conseguido se aproximar de Sky por trás, e a golpeou no braço. Mas como no último instante ela percebeu, o único ferimento que conseguiu foi um longo arranhão que já começava a se fechar. Virando com raiva, a guerreira brandiu as duas lâminas juntas. O grito de agonia do adversário mostrou que ele não era tão rápido quanto a jovem. Tentou fugir, descendo. Tolo, era o pior tipo de atitude que poderia ter tomado, mas a dor de ter perdido também uma das mãos devia ter confundido sua capacidade de pensar racionalmente. Skylar se dirigiu para as costas dele com velocidade, e os seis jovens viram as pontas das  adagas dela perfurarem os couros e aparecerem em seu peito. Antes de atingir o chão com os pés de Sky em suas costas, a última coisa que eles viram do guerreiro abatido foi a expressão chocada.

De pé sobre a carcaça que sangrava, o sangue fumegando contra a neve suja, Skylar olhou para os recém chegados. Seu rosto estava feroz e determinado.

— Eles não querem dizer onde elas estão. Por favor, encontrem-nas enquanto eu os distraio. — E sem esperar resposta voou novamente para onde outro grupo, esse com cinco guerreiros illyrianos que se aproximavam.

Nem ela e nem eles diminuíram, não até o último instante, quando Sky se enfiou no meio deles com estrondo, os fazendo debandar. Todos menos um, que recebeu toda a força do impacto frontal. Apenas despencou do céu, a cabeça dobrada num ângulo estranho.

— Vocês a ouviram, comecem a procurar. — Armand disse sério, sem deixar de olhar como Sky voava ao redor do grupo e atingia as asas de um deles.

Corte de Estrelas e Luz SolarOnde histórias criam vida. Descubra agora