Capítulo 2

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"O gato comeu sua língua?", ele disse sorrindo.

Que sorriso maravilhoso.

Ele é alto, seus cabelos loiros curto te davam um ar jovial. E quando vi, estava olhando fixamente para seus olhos, são lindos, os olhos mais lindos que vi em toda minha vida: Cor de mel. Intensos.

"Me contrataram uma muda?" Ele disse em um tom de brincadeira.

Não senhor. Sou Maite, prazer." Estendi minha mão cuidadosamente. Mas, me arrependi no minuto seguinte.

"O prazer é todo meu, Maite", ele disse tocando minha mão cuidadosamente.

Um choque de eletricidade se espalhou pelo meu corpo. Ele me ofereceu um sorriso, será que sentiu o mesmo.

"Vamos nos dar Maravilhosamente bem, Mai", sorriu de lado.

Senti um tom diferente no que disse, mas deixei esse pensamento de lado.

"Posso te chamar assim?"

"Pode." Puxei minha mão rapidamente. "Estou a sua disposição, Sr. Levy"

"Só William", ele disse, caminhando para sua cadeira. "Sente-se, Maite"

Sentei, e ele fez o mesmo. Uma pequena parte de seu braço estava exposta; uma quantidade razoável de pelos loiros cobriam seu braço. Como seria ele por baixo desse terno.

"Está bem?", ele me olhou atentamente me obrigando a encarar ele e deixar meus pensamentos de lado.

Se você continuar me olhando assim, com certeza não vou ficar bem. 

Hesitei por um momento, "Sim."

Ele estava olhando atentamente meu currículo. "Solteira", ele disse tão baixo que se não tivesse olhando fixamente pra sua boca não teria ouvido.

"Bem Mai, suas tarefas são até que simples." Ele guardou os papéis na gaveta e voltou sua atenção pra mim, " Atender telefone, marcar reunião, planilhas, me acompanhar em eventos, etc."

Ele se levantou rapidamente, "Alguma dúvida, Mai?" Disse, sentando na mesa, ao meu lado.

"Não, senhor" disse me levantando rapidamente e ele me acompanhou. Quando ele chegava perto algo mudava. Meu corpo reagia voluntariamente.

"Mai", sussurrou apoiando suas mãos em meus braços. Seu toque me arrepiou. "Você é tão linda" ele disse chegando mais perto do meu rosto.

Fechei meus olhos por um momento, absorvendo seu cheiro que era muito bom.

"William", a voz arrogante feminina me fez despertar, dando dois passos para trás.

"Rubi, quantas vezes pedi pra você bater na porcaria da porta" ele disse em um tom alto.

Ela sorriu pra ele, "Desculpa am..."

"William, Rubi" ele a interrompeu, censurando ela com os olhos.

Ela me encarou e depois olhou para ele, arqueando sua sobrancelha. Rubi caminhou até o lado do William. Ele olhou para ela e no mesmo instante me peguei observando o como eles eram lindos juntos; Ela com seus cabelos pretos e olhos verdes e ele o oposto dela, com seus cabelos loiros e olhos cor de mel. Um destacava o outro. Eram incríveis lado a lado. Qualquer um sentiria inveja de um casal igual eles. Senti minha barriga embrulhar com esse pensamento.

"Aqui está seus papéis, William" ela disse em um tom debochado.

"Entregue pra Mai, ela é minha nova secretária, não precisa mais fazer o trabalho dela" ele disse voltando sua atenção pra mim.

"Ah, Mai" ela sorriu não muito amigável. "Que intimidade", ela estendeu a mão pra mim, com os papéis. "Pode sair um momento, querida".

Olhei para o William e ele acenou pra mim.

"Com licença." Disse já indo em direção a porta.

"Terminamos depois, Mai" William gritou, quando a porta já estava se fechando.

Suspirei fundo e me encostei na porta. Fechei meus olhos por um momento. O dia mal começou e eu já me sinto exausta.

"Já está cansada, carinho?"

Abri os olhos e me deparei com o homem mais lindo do mundo. Seus cabelos castanhos claro estavam molhados mostrando que ele saiu do banho alguns minutos atrás. Ele estava com uma blusa preta e uma calça jeans rasgada, aquela roupa casual ficava extremamente impecável nele. Eugenio Tatum arrancava suspiros por onde passava com seu par de olhos verdes.

"Eugenio!" Me atirei em seus braços como sempre fazia, e ele me abraçou como sempre: como se fosse a última vez. "Já sentiu minha falta?" Dei um sorrisinho debochado.

"Eu sinto sua falta a cada segundo, carinho", disse me oferecendo um sorriso cheio de afeto.

Ele era minha fortaleza e sempre seria.

"Eu te amo muito, você é como se fosse meu irmão" olhei em seus olhos e vi uma expressão diferente.

"Irmão, claro. Eu também, Mai" ele forçou um sorriso.

"O que está fazendo aqui?" Perguntei, mudando de assunto.

"Eu serei a nova capa da fragrância que vocês estão patrocinando" Ele abriu o sorriso, entusiasmado.

"Ah, claro que será" dei uma risada revirando os olhos.

"Tenho uma reunião com o William" ele disse olhando em seu relógio caríssimo.

"Ele é meu chefe..." Minha voz saiu sem ânimo e ele me olhou com uma expressão não muito boa. "Ele é bem gentil" disse rapidamente e a expressão dele se amenizou. Por alguns segundos...

"Mai, não fique muito perto dele, ok." Ele disse em seu tom autoritário.

Cruzei os braços como sempre fazia quando ele me dava ordens.

"Eu só quero seu bem" ele disse rapidamente "ele é uma boa pessoa, mas ele não tem uma boa reputação Mai, qualquer problema, me avise".

"Não tem uma boa reputação?" Perguntei mais pra mim mesmo do que para Eugenio.

"É..." Ele passou as mãos pelos cabelos sedosos. Para ele eu era ingênua demais. Sim, eu até que sou um pouco boba, mas não vivo em outro século. Ele sempre media as palavras para me dizer algo e isso me incomodava muito.

"Então?" Incentivei, minha voz saiu um pouco mais grave que o normal.

"Mai, toda semana ele sai com uma mulher diferente nas fotos." Ah... "Ele não é flor que se cheire nesse sentindo." Ele respirou fundo. "Merda, deveria ter pedido pro fabi..."

"Como assim deveria ter pedido?", cruzei meus braços.

Ele ficou calado por minutos. Não esperava que respondesse mesmo.

"Novamente passando por cima de mim" disse bruscamente.

"Eu só estava tentando aju..."

Levantei a mão, interrompendo, "Não Eugenio, você só queria acumular mais uma boa ação na sua ficha para eu ficar te devendo." Encarei ele, " Sempre tão gentil, não é mesmo"

Ele deu dois passos pra trás como se tivesse levado um tapa na cara.

"Eu tenho que ir." ele disse passando por mim rapidamente.

Segurei em seu braço, "Eugênio..."

"Agora não, Maite" ele me encarou e eu o soltei.

Ele entrou na sala de William, sem nem olhar pra trás.

"Ótimo Maite, quer perder o amigo também!" Falei para mim mesmo, indo em direção a minha sala.

O dia seria bem longo. 

Entre o amor e a vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora