Capítulo 16

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Eu não tinha reunião nenhuma e com certeza ela descobriria quando fosse verificar minha agenda. Mais eu precisava sair dali, não conseguia imaginar ela escolhendo ficar com ele, e não sei porque aquela sensação me corroía por dentro. Passei a palma da mão pelo peito, tentando aliviar aquela maldita sensação. Falhei.
"Giselle, irei ficar fora o dia inteiro, passe isso para Maite e avise para ela refazer minha reunião"
"Sr, Levy, os ar..."
"William" A voz sensual de rubi, interrompeu-o Giselle. "Está de saída?"
Me virei, ela estava com um brilho nos olhos. Seus cabelos Pretos estavam em um coque alto, cada fio perfeitamente alinhado. O vestido vermelho caía muito bem em seu corpo e ela sabia disso, e também sabia que eu amava vermelho.
"Sim, não volto mais hoje"
"Que tal almoçarmos juntos, então" Senti sua mão tocando minha nuca, acariciando. Aquele toque com certeza me faria tremer, mas não foi assim. Maite veio em minha mente no mesmo momento, não é possível. Ela não pode me fazer sentir assim, isso me deixaria louco e eu não permitiria.
Voltei minha atenção para a mulher que estava na minha frente, Rubi é uma mulher linda, alta, com corpo esguio, poucas curvas, diferente da Maite. Droga.
"Vamos jantar juntos" sorri, e seus olhos brilharam.
Ela se aproximou do meu corpo, e então se inclinou um pouco, pensei que ela iria me beijar, mas foi em direção ao meu ouvido, "Na minha casa, ás 20h" ela sussurrou com uma voz calma e doce. E novamente comparei ela com Maite, aquilo não podia continuar. O que me fez ter certeza que deveria jantar com ela.
"Certo" não esperei ela responder e me virei, indo em direção a saída. Queria esquecer do mundo e queria esquecer dela também, e hoje a noite faria isso.

                                 *
Me senti revigorada assim que sai de um banho bem demorado. Me sentia no controle de novo em casa, antes me sentia no controle na empresa, mas com ela ali era quase impossível e isso me deixava de mau humor. Eu dormi muito tempo, na verdade precisava tirar aquelas horas de sono.
"Merda" disse assim que vi o visor do celular que estava em silencioso. Tinha dez chamadas perdidas da Maite.
Retornei para ela, uma, duas, três vezes e ela não atendeu. Ela deve estar brava ou ocupada.
"Escritório da Levy'S Revolution, Maite falando" a voz dela do outro lado da linha causou arrepios por todo meu corpo. Ela conseguia me deixar com vontade, saudade dela naturalmente.
"Meu anjo, me ligou?" Ela não respondeu imediatamente, senti sua respiração pesar do outro lado da linha, será que eu causava nela a mesma coisa que ela causava em mim. "Maite?"
"Desculpe Sr. Levy" sua voz saiu seca, sem emoção.
"Amo.."
"Sua reunião com o Sr Smith foi alterada" ela me interrompeu bruscamente. "Para sexta feira!"
"Sexta feira, que?" Gritei. "Por que?"
"O Sr Smith tem outra reunião e você fechará negócio com o filho dele"
"E quem diabos é o filho dele?"
"Hum" ouvi as teclas do computador e esperei, impaciente. "Alisson Smith"
"Vai ser no mesmo local?" Caminhei até o closet.
"Não, ele não pode vir para Manhattan, então vamos encontrar ele em Portland..."
"Precisamos de ho..."
"Sr. Levy" ela me interrompeu ainda com o mesmo tom de voz. O que essa mulher tem hoje. "Já reservei dois quartos de hotel e nosso voo tá marcado para as 08h na sexta" Iria contestar porque o dos dois quartos, porém ela continuou falando. "Temos uma conferência com o pessoal do marketing e depois iremos almoçar com o Sr Smith e voltamos no domingo"
"Domingo?" Perguntei sorrindo, era uma ótima oportunidade de ficar sozinha com Mai.
"Sim, não consegui passagem para o sábado, então domingo por volta das 19h devemos estar aqui."
"Certo, preciso reorganizar minha agenda então."
"Como o senhor não me atendeu..."
"Maite, pare de me chama assim" falei, bruscamente.
"Então me atrevi a fazer isso..." continuou falando, como se não tivesse me escutado. "Desmarquei tudo sua agenda de amanhã, quinta feira, para podermos terminar a apresentação para ele. Você está com a agenda lotada na segunda feira até sexta que vem, mas consegui distribuir bem." Ela falava no automático, como se estivesse falando com algum estranho e isso estava me incomodando. "Algo mais Sr. Levy?"
"Para de me chamar assim, Droga" gritei, mesmo não querendo. Ela ficou em silêncio por longos minutos que parecia uma eternidade. "Você está bem?"
"Estou" sua resposta foi imediata e seca. "Não vai voltar mais para empresa, certo?"
"Não, só amanhã"
"E a noite?"
Engoli o seco, "A noite o que?"
Ela tossiu, tentando limpar a garganta, "Vai sair?" Sua voz saiu baixa, quase um sussurro.
"Não amor" minha voz saiu trêmula demais, e me condenei por isso. "Por que?"
Ela suspirou, "Por nada. Já terminei tudo por aqui, pode me dispensar, Sr. Levy?"
"Pode ir para casa, Maite"
"Obrigada. Uma boa noite, William." E então ela desligou. Merda. Essa mulher ainda vai me deixar doido. 

                                *

Excitei assim que parei em frente a porta marrom. E pela primeira vez na minha vida, cogitei a ideia de dar meia volta e ir embora. Fitava a chave em minha mão, Rubi me deu essa cópia depois de seis meses dormindo juntos, ela disse que não era nada demais e que sabia que eu nunca entraria em um relacionamento ou gostaria dela da mesma maneira e esse jeito direto dela que me fez permanecer por 2 anos. Era bem simples entre nós a gente transava, depois levantava e se vestia e iria cada um para seu lado. O sexo era sempre incrível, mas nunca mais que isso e nunca seria.
Tomei coragem e abri  a porta, a sala estava vazia. O cheio de comida invadiu o ambiente. Ouvi a voz dela baixa que vinha do quarto, então me aproximei em silêncio.
"Tudo certo então? Eu deixei tudo ligado, você sempre faz um bom serviço, não espero me arrepender dessa vez"
Franzi o cenho, do que ela estava falando, "Se arrepender do que?" Assim que ela ouviu minha voz, ela se virou assustada. O que me deixou mais curioso.
"Obrigada, preciso desligar, ele chegou"  ela desligou o celular e sorriu, "Amor" veio em minha direção, mas segurei seus braços afastando.
"Com quem estava falando?"
"Com o restaurante que pego comida, não tive tempo hoje. Então disse que já tinha deixado tudo no forno" ela respondeu, passando a mãos pelos cabelos.
Assenti, e então a olhei, ela estava com um sutiã de renda vermelha que deixava seus peitos saltando para fora, quando desci mais meus olhos encontrei sua calcinha, se aquele pedaço de pano poderia ser chamado disso, era vermelho também, com dois lacinhos um de cada lado.
"Gosta do que vê, William?" Sua voz agora rouca, me fez olhar para seu rosto jovem e bonito. Ela não era igual a Maite, ninguém seria, mais era muito sexy e bonita.
Balancei a cabeça tirando ela da minha cabeça. E voltei atenção para a mulher na minha frente. "Eu sempre gostei do que vejo"
Ela sorriu e suas mãos lentamente empurram o robe, a deixando totalmente semi nua. Me aproximei do seu corpo, e passei o dedo pela sua barriga, provocando um arrepio em sua pele.
"Vamos pular para a sobremesa" ela disse, e puxou minha gravata, atacando minha boca.
Empurrei seu corpo para a cama, mas rapidamente ela inverteu a posição ficando em cima de mim.
"Estava com saudades de você, loirinho" ela disse, tirando seu sutiã lentamente, deixando a peça vermelha cair no chão.
"Você está muito vestido, amor"
Sorri, "então vem desembrulhar seu trofeu"
Ela sorriu e em seguida só ouviu os barulhos dos botões da minha camisa, agora rasgada, no chão.
Ela distribuiu beijos pelo meu pescoço e alcançou meu ouvido, mordendo o lóbulo "Você nunca mais vai esquecer dessa noite, William" sussurrou.
E então atacou minha boca com feracidade, matando sua sede e eu, afogando minha frustração. 



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Entre o amor e a vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora