Capítulo 15

745 68 3
                                    

Ao passar pela segunda catraca da empresa, Giselle me ofereceu um sorriso e eu apenas acenei, sua expressão amável passou para preocupada.
"Depois nos falamos" sussurrei e ela assentiu.
Assim que abri a porta do meu pequeno escritório senti o cheiro das flores, estavam por toda parte, rosas brancas. Me aproximei das flores e me dei o prazer de sorrir. Sempre rosas brancas.
"Espero que tenha gostado" O som daquela voz rouca me causou arrepios pelo corpo inteiro.
Sorri e me virei, "Bom dia, Garotão"
Ele estava lindo como sempre, seu terno preto bem cortado deixava desejar ver o homem que tinha por baixo daqueles panos. Seu cabelo loiro bagunçado deixava ele mais Sexy do que o normal.
Ele fechou a porta e caminhou até mim, "você não parece bem, meu anjo" seus dedos tocaram meu rosto, e eu soltei um longo suspiro.
"Eugenio não reagiu muito bem a isso" levantei a mão, mostrando o anel.
"Seja mais específica, anjo" ele se afastou, para tentar me olhar melhor.
"Ai, William" soltei minha bolsa e diminui o espaço que tinha entre nós, "Me beija, garotão" Ele franziu o cenho e antes dele me questionar, implorei "por favor"
"Meu anjo" sua mão grande me puxou para si, colando nossos corpos. Sua boca macia encostou na minha, no começo ele estava carinhoso, cuidadoso. E então meus dedos afundaram em seu cabelo e eu puxei para mim. Mais fundo. Sua língua invadiu a minha boca, esfregando cada canto. Caminhei para trás e com as pernas, afastei a cadeira e me apoiei na mesa.
"Mai" ele disse, sem fôlego se afastando.
"Eu quero você" aquelas palavras foram as mais sinceras da minha vida. Eu o queria, ali, agora. Eu necessitava sentir que ele me amava. Talvez isso fosse algo estupido, mas eu precisava sentir ele.
O puxei pela gravata e tomei sua boca na minha, ele gemeu. William queria tanto aquilo como eu. Suas mãos grandes apertavam minha cintura, senti seu corpo se inclinar um pouco e ele subir com dificuldade meu vestido longo. Senti seu toque em minhas coxas e aquilo arrepiou todo meu corpo.
"Não" ele se afastou de mim com dificuldade. E se aproximou da porta, "Merda" bateu com força suas mãos na parede.
Quando encontrei seus olhos cor de mel, estavam escuros, como sempre ficava quando ele estava excitado.
Desci da mesa, e o vestido deslizou pelo meu corpo. Ele nunca tinha me rejeitado, pelo contrário, era ele sempre que estava em cima de mim, tentando, implorando. Ele deve ter cansado de mim. Tentei segurar, mais uma maldita lágrima escapou do meu rosto, eu a sequei rapidamente.
"Meu anjo" ele se aproximou, depositando um beijo na ponta do meu nariz. "O que você tem? Você não é assim"
E então eu não consegui me segurar, as lágrimas vieram com tudo. "Desculpa" solucei.
"Amor" Aquela palavra aqueceu meu coração, ele não me chamava assim. "O que foi? Fala comigo?"
"Eugenio" solucei de novo, "mandou eu escolher"
"Escolher o que, querida?"
Me afastei do seu toque e fitei seu rosto bonito, seus cabelos estão bagunçados por conta de alguns minutos atrás, mas ele continuava lindo.
"Entre ele ou você" sussurrei, eu não acreditava que ele tinha realmente me deixado naquela situação.
A expressão do William não era mais amável e sim dura, seus punhos estavam fechados.
"Ele o que?" Rosnou.
"William, eu o entendo" disse me aproximando dele.
"Você o entende?" Ele riu, uma risada amarga. "Ele é um imbecil, Mai"
"Wil..."
"E você?" Deu um passo para trás.
"Eu o que?"
"Quem você vai ficar, Maite?"
Dessa vez, quem se afastou fui eu. Ele realmente achava que eu iria escolher.
"Eu não posso escolher isso. Ele é a única pessoa que eu tenho na vida, eu amo ele, é minha família, tudo o que tenho!"
Seu corpo ficou rígido, ele estava nevoso, ou talvez com medo.
"Ele não é a única pessoa que você tem!"
"Garotão" suspirei, "Eu te amo"
Sua respiração acelerou, e ele não disse nada, como sempre. Ele nunca falava nada.
"Então fica comigo" sua voz saiu baixa, mas audível.
"Eu estou com você, will"
"Ele pediu pra você escolher..." ele parou por um instante e eu esperei o tempo necessário, "e eu não quero que você me deixe"
Meu peito se apertou, ele pensou que eu iria trocar ele.
"Eu já disse que eu te amo, eu nunca vou te deixar"
"Então fica comigo"
"Eu estou com você" disse novamente, eu não estava entendendo.
"Deixa eu te amar como você merece, mai, por completo!"
Meu coração acelerou, "William..."
"Eu deixo você pensar" ele se afastou e eu senti um vazio. "Espero que resolva a sua situação com Eugenio"
"Will..."
Ele me interrompeu, "Tenho uma reunião"
E saiu. Puxei todo ar que eu conseguia para meus pulmões, eu quase fiz besteira por medo, e ele me impediu, o que provava que ele se importava comigo. E agora, eu teria duas decisões para tomar, mais uma, eu já tinha certeza.

Entre o amor e a vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora