Capítulo 50

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Uma semana antes... 

 "Está tudo bem, Will?" a voz calma de minha secretária me tira dos meus pensamentos. 

Tiro o olhar do monitor e indico para ela se sentar. 

"Não, realmente não está" sorrio fraco "Eu já perdi 3 clientes importantíssimos nesse mês e não faço a miníma ideia do por quê" A olho e vejo pena no seu olhar. Odeio isso. 

"Era clientes muito importante?" ela pergunta baixo.

"Muito importante, Bia..." suspiro, "Se juntar os três é muito dinheiro perdido. Que droga" 

"E não há nada que você possa fazer? Os contratos não tem multa?" 

"Exatamente, há multas  altíssimas, ninguém desiste de um contrato assim" falo mais para mim. 

"Mas, pelo menos você não sai no prejuízo por conta das multas" seu tom é mais de pergunta do que de afirmação

"Não é bem assim. O que eles dariam durante um ano não chega nem perto da multa que eles pagaram" 

"Oh, entendo." 

"Eu não consigo entender a desistência de um dos contrato, do Alisson..." 

Ela se remexe na cadeira "H-um, do Alisson?"

"Alisson e Eugenio pode ser motivos pessoais, se é que me entende" bufo. 

"Sim, mas isso seria tão anti-ético" 

"Bem, eu preciso segurar a bomba agora" me levanto "Meu pai já chegou?"

Ela se levanta me acompanhando. 

"Está na sala de reuniões, junto com Fabian e o administrador" ela sorri morto. 

"Pode vir junto também" digo e ela arregala os olhos. 

"Posso?" pergunta. 

"É minha secretária e confio em você" sorrio. 

Ela sorri, mas um sorriso que não alcança seus olhos. Não questiono. 

Caminhamos em um silêncio assustador pelo corredor. 

"Boa tarde, Senhores" digo assim que entro na sala de reuniões. 

O meu gerente administrativo se levanta para me cumprimentar. Meu pai permanece sentado com uma expressão murcha - que eu conheço bem. Droga.  Fabian está sentado com uma cara não muito boa.

"William eu não tenho muito tempo, tenho uma reunião logo" Sempre preciso. 

"Certo. E qual motivo dessa reunião de urgência?" pergunto, mesmo sabendo o motivo.

"Vim ver seu estrago"

"meu estrago?" Lá vem... 

"É" ele diz abrindo uma pasta "Eu até entendo a desistência de um contrato, mesmo que poderia ser evitado, mas Eugenio não quer conversa"

Olho para Fabian e ele encolhe os ombros. Traidor!

"Eu dou conta dos problemas daqui..." 

"Ah, dá sim, como fez da ultima vez? Sumindo no mundo?" ele acusa. 

Cerro os dentes. 

"Por que diabos está aqui?" digo, já sem paciência. 

"Vim ver de perto você destruindo o que construí com anos de serviço duro" 

"Está exagerando!" 

"Perdeu um cliente que mantemos a 4 anos, será que é exagero?"

"A culpa não foi minha. Ele não deu nenhuma justificativa pela quebra de contrato"

"Eu já sei como vou resolver esse problema" ele diz, passando as folhas. 

"Como?" minha voz sai baixa. 

"Venderei minhas ações" Não. 

"Não faça isso..." peço. 

"Não estou pedindo sua permissão, estou comunicando, Levy." 

"Você não pode fazer isso" 

"E você me vendera 1% das suas" 

Ele só pode estar ficando louco. 

"Nem fodendo" rebato de imediato. 

"Novamente, William..." ele se levanta, ajeitando seu terno "Estou só comunicando" 

"São minhas ações"  levanto. 

"Não necessariamente. Essa empresa ainda é minha" seu tom de voz e firme e sei que ele não mudará de ideia. 

"Pai..." 

"Nem tente vim com suas chantagens emocional" ele me interrompe. 

"Eu compro então!" 

"Não seja patético William, você nunca vai conseguir cobrir a oferta proposta" 

"Não pode ser tanto dinheiro assim" afirmo 

"É, me ofereceram um preço muito alto" ele olha em seu relógio. "estou atrasado. Mandarei a documentação logo"

"Venda 50%, 51% não..." apelo. 

"Isso foi uma exigência e não tenho como negar" sua voz soa triste, mas ele disfarça rapidamente "Até logo, filho"

Não respondo e sento novamente na cadeira, sentindo meu mundo rodar. 

Quem é o bastardo filho da puta querendo minha empresa? 

Entre o amor e a vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora