Capítulo 55

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Respiro fundo sentindo meus batimentos descontrolados. Ele estava na minha frente e lindo como sempre.
Sorri involuntariamente ao ver aqueles olhos cor de mel e sua boca perfeitamente desenhada e carnuda.

"Estou esperando uma resposta" sua voz áspera me trouxe a realidade. Que triste realidade.

"Sobre o que?" Comecei a juntar as pastas da mesa, encarar ele era doloroso demais.

"Sobre tudo isso" não o olho, mas devo imaginar seu semblante fechado.

"Pensei que tinha sido bem explicativa agora pouco" passei de relance meus olhos pelo seu rosto.

"Explicativo? Pelo amor de Deus, você representante das ações?" Ele bufa "Por que?"

"Porque o Alisson quis" fui breve, virando meu corpo para encarar ele.

"Por que ele deixaria as ações na sua mão?" Sua voz está alterada.

O encaro sem saber como responder. Seu semblante se fecha mais e ele arqueia uma sobrancelha.

"Você..." sua voz sai baixa "e ele?"

Permaneço em silêncio.

"Me responde!" Ele Grita me causando um sobressalto.

"Isso não é da sua conta" rebato.

Ele da um passo para frente e sinto que aquela sala não está mais circulando ar.

Dou um para trás.

"Por que foge de mim?" Ele da dois passos em minha direção.

Sinto minhas costas bater na parede gelada "Não estou fugindo" minha voz sai baixa.

"Você foi embora, sem me dar uma explicação" por um momento, sinto todo rancor passar pelos seus olhos. "Por que?"

"Por que?" Pigarrei "Você me traiu..."

Seu corpo está próximo do meu e sinto suas mãos pousarem nos meus braços, acariciando.

"Você se arrepia ainda quando eu te toco" seu toque é quente.

Não consigo responder, sinto que meu coração vai sair pela boca.

"Você não me deu uma oportunidade para eu me explicar" sua voz sai baixa.

"Não tem o que explicar" tomo força e respondo.

"Ah, meu anjo..." meu coração aquece com a pronúncia carinhosa e repleta de lembranças "Tinha. Tem, se você deixar"

"Por que?" Minha voz saiu por um fio.

Suas sobrancelhas se junta mostrando sua confusão, mas logo sua expressão suaviza, como se ele tivesse entendido a pergunta.

"Eu te amo, Maite" a sensação de ter levado um soco no estômago não chegaria nem perto do que eu estava sentindo naquele momento com essas palavras tão espontâneas. "Por que você duvidou disso, meu anjo"

"Você me fez duvidar" rebato.

"Então deixa eu te provar que você estava errada" sinto seu hálito quente próximo ao meu rosto "Deixa..."

Fecho meus olhos por um instante e sinto suas mãos em meu pescoço.

"Não tente me fazer de idiota. Eu não gosto de ser enganado."

"Não!" Exclamei, empurrando seu corpo e me afastando "O que pensa que está fazendo?"

"Como?" Ele pergunta passando as mãos pelo cabelo.

Entre o amor e a vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora