Entre o amor e a vingança

Capítulo 9

O sol entrava pelas janelas e iluminava meu rosto me forçando a dispersar. Finalmente era sábado e eu consegui evitar o William pelo restante da semana, graças a Fabian. Era bem engraçado, ele sempre estava comigo quando entrava na sala de William, entregando algo ou jogando conversa fora.
Eugenio saiu a pouco tempo, teve que ir para Seattle visitar sua mãe. Estava com uma tremenda saudade da Helena, mas preferir deixar ele ir sozinho. Passaria o final de semana sem ele, e isso era raro, Eugenio não ficava tanto tempo longe de mim, e eu agradecia por isso.
Deixando meus pensamentos de lado, caminhei até o banheiro e tirei minha roupa. Liguei o chuveiro e deixei o primeiro jato de água quente tirar toda tensão do meu corpo. Não conseguia tirar aquele maldito beijo da cabeça, os lábios de William, suas mãos pelo meu corpo. Balancei a cabeça freneticamente com a tentativa de dispersar esses pensamentos e então
sai do boxe do banheiro e reforcei o coque do meu cabelo, alguns fios ficaram soltos, mas não me importei. Abri a gaveta e peguei uma colônia para limpar e tonificar a pele.
Ouvi o toque de mensagem do celular e sai correndo para procurar onde larguei. Apertei mais a toalha no corpo antes de pegar o celular. Já estou com saudades. Sorri quando vi a mensagem do Eugenio. Eu sou inesquecível, eu sei 🤗. Me sentei na quina da cama, esperando a resposta, que não demorou muito. Não se ache tanto, estou em Seattle, tem muitas mulheres incríveis aqui. Revirei os olhos com a provocação dele. Que bom, fique mais tempo aí, não vou sentir falta. Retruquei. Me levantei e fui em direção ao closet, o celular tocou novamente, no mesmo instante a campainha. Corri para sala, Eugenio só poderia estar de brincadeira, deve ter esquecido algo.
"Aposto que esqueceu algo, anj..." disse abrindo a porta, mas parei bruscamente.
"É assim que você sempre abre a porta, meu anjo" ele sorriu e foi quando notei que estava de toalha, uma toalha que não cobria nem metade das minhas pernas praticamente.
"William, o que tá fazendo aqui?"
Ele observou cada parte exposta do meu corpo, parando um pouco nos meus seios e depois me oferecendo um sorriso de lado. Me senti tonta com seu sorriso.
"Posso entrar?" Ele disse já entrando.
Fechei a porta rapidamente, "Não acho que seja uma boa ideia"
Ele arqueou a sobrancelha, "Eugenio?"
Pensei em falar que tinha ido no mercado ou alguma coisa desse tipo, mas não sei menti. "Foi visitar seus pais"
Ele se sentou no sofá e cruzou as pernas, como se tivesse em sua própria casa.
"Meu anjo" ele disse calmamente, "Porque não vai vestir algo, para eu poder me concentrar"
Minhas bochechas queimaram. Eu ainda estava de toalha, merda. Corri para o quarto.
"Fica aí" gritei, pegando um shorts jeans, ele era um pouco curto, mas estava em casa. E coloquei uma regata branca. Não gostava muito de usar sutiã.
"Não melhorou muito" ele sorriu assim que passei por ele.
"Primeiro, como me encontrou aqui?" Sentei no outro sofá, bem longe dele.
"Depois de perceber que está me evitando.."
Interrompi ele, "Não estou te evitando", menti.
"Ai pedi pro pessoal do RH seus dados", ele falou sem nem prestar atenção no que tinha dito.
"Você não pode fazer isso"
"Claro que posso. Sou seu chefe"
Suspirei fundo, "E pra que tudo isso?"
"Para te ver"
"Esperasse até segunda!" Rebati.
"Não consigo" ele se levantou. "Eu preciso de você agora" meu coração acelerou.
Não consegui dizer nada. Ele sentou do meu lado e minha respiração pesou.
"Não é possível que só eu sinta isso" ele disse tocando meu rosto.
"Isso o que?" Minha voz saiu vacilante.
"Essa conexão. Esse desejo"
"William" supliquei
"Meu anjo" ele se aproximou mais do meu corpo, se ele quisesse em um movimento ficaria em cima de mim. E foi isso que ele fez. Atacou minha boca, tentei empurrar, mas ele é muito mais forte que eu.
Senti seus lábios no meu pescoço.
"Não resiste, Mai", sua boca foi te encontro com a minha de novo e dessa vez dei passagem. Sua língua ágil se enrolou com a minha, massageando, me estigando. Minhas mãos foram para seu cabelo, puxando-o para mim, aprofundando seu beijo, seu toque, seu corpo no meu. Ele gemeu e eu senti meu corpo pulsar por ele.
"Mai" ele disse passando os lábios pelo meu pescoço, recuperando o fôlego.
Minha respiração tava pesada e meu coração acelerado. Ele mexe comigo. Sua mão que estava em meu pescoço, agora estavam acariciando minhas costas.
"Meu Deus", ele rosnou assim que passou a mão em meu seio, por cima do tecido fino.
Meu celular estava tocando e parou, e então eu me despertei.
"Para William", empurrei ele, e sai de baixo do seu corpo forte e rígido.
"Qual seu problema?" Ele disse passando as mãos pelo cabelo, recuperando o fôlego, igual naquela vez no sofá da sua sala.
"Eu não quero!" Deixei meu corpo cair no outro sofá, passei as mãos pelos cabelos e tentei recuperar o fôlego. "Não posso!" Falei para mim, mas tenho certeza que ele ouviu.
"Por que porra?" Sua voz estava rouca, o que fez meus pelos se arrepiarem.
"Não é assim que as coisas funcionam" me levantei, "é melhor você ir embora"
"Mai" ele pegou nos meus braços antes de alcançar a porta.
"Merda" rosnou, "Me desculpe. Eu não consigo me controlar. Você me deixa louco" passou as mãos pelos cabelos com força.
"William..."
Ele pegou minhas mãos e colocou em seu peito rígido. Senti seu coração acelerado. "Ele bate forte por você!"
Minhas pernas vacilaram. Quando o olhei pela primeira vez naquela sala, eu percebi que estaria me metendo em encrenca. Deveria ter saído dali naquele momento, mas ele me ofereceu  aquele sorriso. E então, eu sabia que se continuasse ali, acabaria perdidamente apaixonada. E eu o queria, queria muito.
"Não assim" não dessa forma, rápido.
Ele sorriu, aquele mesmo sorriso que fazia eu me derreter. "Me desculpa, Não vai acontecer de novo, Mai"
"Que ótimo"
Minhas mãos que estavam em seu peito ele levou até a boca.
"Vamos começar do zero" deu um passo para trás, "Prazer, William" estendeu a mão.
Sorri, e encarei sua mão estendida. Se eu apertasse, seria como se tivesse dando uma oportunidade para algo mais, talvez. Eu queria aquilo, mas algo lá no fundo dizia que não, gritava que não.
E então, encarei seus olhos, cheios de esperança e seu sorriso terno. "Maite, o prazer é meu" apertei sua mão.

NÃO SE ESQUEÇAM DE VOTAR MEUS AMORES ❤️

Turbilhão de beijos ❤️