Capítulo 12

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O restante do dia passou normalmente e as semanas seguintes também. Maite almoçava comigo todo dia. Conseguia roubar alguns beijos, mas nunca passava disso. Já estava ficando frustrado. Toda vez que a coisa esquentava mais, ela parava, repetindo a mesma coisa, que eu estava sendo muito rápido e as coisas não deveriam ser assim. Mas, não sou um homem que desiste tão facilmente.
"Entra" disse assim que ouvi as batidas na porta do meu escritório.
"Amor" meus olhos seguiram para onde vinha a voz. Não era Mai, ela tem uma voz mais doce e calma, como um anjo.
"Rubi!" a voz dela já é mais sensual e aguda. "Posso ajudar em algo?" Apertei o botão e deixei os vidros opacos. Ela sempre aprontava algo, e não me arriscaria tanto. Ela virou lentamente para porta como antigamente, e fechou o trinco.
"Estou com saudades" ela deu um sorriso sexy, que antes me excitava. Ela estava com um vestido vermelho um pouco acima dos joelhos. Um decote V bem chamativo. Seus lábios vermelhos, sempre convidativos. Rubi era uma mulher linda, sensual, e por onde passava, os homens olhavam não só uma, mais duas, três, vezes seguidas.
"Você não me da mais atenção como antes"  deu a volta na mesa e eu empurrei a cadeira, dando espaço para ela. "Não sente minha falta, Will"
"Rubi, você sa..."
"Sei que você e a mosca morta estão tendo um caso" seu salto quinze encostaram na minha coxa. Seu vestido se levantou bruscamente mostrando quase suas coxas por completo. "Mas, eu não tenho ciúmes, amor" ela sorriu, e então baixou as alças de seu vestido, mostrando seu sutiã de renda.
"Rubi..." empurrei minha cadeira pra trás afastando ela.
"Qual é Will, ela nem vai saber"
"Não corro esse risco" rebati.
"Me responde..." ela se endireitou na mesa, "você tá apaixonado?"
Gargalhei, ela me conhecia a tantos anos e ainda assim perguntava esse tipo de coisas. Quando voltei minha atenção para ela, percebi que ela estava falando sério.
"Qual é Rubi, claro que não" sua expressão séria se amenizou.
"E então?" Ela riu, entendendo. "Você só quer comer ela."
"Do que você tá rindo?"
"De você!" franzi o cenho, "Você tá a um mês tentando pegar aquelazinha. Logo você, o garanhão William Levy"
Revirei os olhos, "Ela não cede."
Rubi ficou em silêncio por alguns minutos. "Vocês homens são tão ingênuos" seus olhos brilharam, " Eu te ajudo a levar ela pra cama, William"
Essa mulher realmente é louca, agora pouco queria que eu comesse ela e está falando que me ajuda a levar outra pra cama.
"Não me olhe com essa cara, vou pedir algo em troca" sorriu.
"Claro que vai" fingi surpresa. "Como poderia me ajudar nisso?"
"Primeiro vem cá" me aproximei novamente com a cadeira. "Você vai ter que me voltar a dar aquela atenção especial" seus braços foram para meu pescoço, dando uma ótima visão de seus seios fartos.
Assenti, "Hum" beijei seu pescoço, "o que mais?"
"Te dou a solução do seu problema até as quatro" ela colocou seu corpo mais próximo. Sua boca foi para meu ouvido e sugou meu lóbulo. Um gemido saiu da minha boca.
"Mas antes, vamos relembrar os velhos tempos." Sussurrou.
E então, atacou meus lábios.

                                *

Depois de Rubi sair do meu escritório satisfeita, estava até de bom Humor, ela sabe agradar um homem. E eu nunca fiquei tanto tempo sem sexo, não resisti. Tomei uma ducha rápida, por isso é bom um banheiro no escritório.
Deixei a maldita roupa no sofá, que saco.
"Mai!" Tomei um susto assim que a vi sentada no sofá do lado da minha camisa.
"Will, nossa!" Ela se levantou rapidamente e virou de costa. 
Ri, "Não gosta do que vê"
"Para de graça, e se veste logo" ela ainda estava virada.
"Até parece que nunca viu um homem semi nu" peguei as roupas no sofá.
"Já vi, mas não normalmente meu chefe no escritório"
Já viu... Aquela sensação estranha de posse e ciúmes me invadiu de novo. Como sou hipócrita.
"Pode se virar meu anjo"
Ela me olhou e respirou fundo. Caminhou até a mesa e jogou minhas pastas que pedi para ela atualizar.
"Tinha vindo entregar antes, mas a porta estava trancada e o vidro opaco" deu de ombros.
"Sim, estava ocupado, desculpe" passei rapidamente sem olhar para ela, e peguei as pastas, analisando as folhas, melhor dizendo, fingindo. Folheei a primeira pasta, e ela ainda estava lá, parada.
A olhei, "precisa de algo, meu anjo?"
Ela mexeu em seus cabelos, e depois desviou os olhos. "Pode falar, Mai!"
Ela sorriu, um sorriso tímido, "você estava ocupado com o que?"
"Por que, meu anjo?" voltei a olhar paras as folhas que estavam em minha mão.
"Bem, é que..." ela estalou a língua, eu não a olhei, mantive meus olhos nas folhas, "A Rubi saiu daqui agora pouco..."
Engoli o seco, e peguei a outra pasta na mão. "E?"
Ela ficou em silêncio por segundos, mas que pareceu minutos. "Por que você tomou banho?"
"Sujei a camisa com bebida, Maite"
Senti sua respiração acelerada, e então a olhei. "Algum problema?"
Ela negou com a cabeça, "Estou em minha sala se precisar, William"
Antes que ela conseguisse sair, alcancei ela, os olhos dela estavam marejados. Merda.
Dei um beijo em sua testa" Qual problema, meu anjo?"
Ela desviou os olhos, "Nenhum!" Ela era uma péssima mentirosa.
"Fala logo, Mai..."
"O que nós somos, Will?"
"Como assim?" Sua pergunta me pegou de surpresa.
"Esquece, tenho que voltar ao trabalho"   
"Qual seu problema hoje?"
Maite ficou em silêncio por minutos, e eu esperei a resposta do mesmo jeito, "Você e a Rubi tem algo?"
"Não!" Respondi o mais rápido e convicto que consegui.
"O que ela estava fazendo aqui?"
"Nossa, você tá cheia de perguntas hoje, isso é ciúmes meu anjo?"
"Curiosidade" rebateu, sua voz não tava calma e nem suave, como normalmente. Ela está nervosa.
"Não tenho nada com a Rubi, não delira"
"Já teve antes?"
"Já"
Ela deu dois passos para trás, alcançado a porta. "Nossa, nem precisou pensar"
Passei as mãos pelos cabelos, como sempre fazia quando me sentia nervoso, "Queria que eu mentisse?" Minha voz saiu mais alta que eu desejei
Seus olhos se arregalou, "Não!" Disse sem humor,
"Meu anjo" sussurrei, "Eu te adoro" me aproximei, e ela deu dois passos para trás encostando na porta. "Confia em mim, Mai"
Seus olhos castanhos claros, vacilaram por um instante, mas depois, ela assentiu.
"Você é tudo o que eu quero."
Não dei a oportunidade para ela responder e beijei seus lábios. A puxei para mim, aprofundando o beijo, querendo mais. Muito mais.
"William..." suas mãos me empurraram delicadamente.
"Desculpa" sorri, "Faz reserva para dois hoje no restaurante de sempre."
Ela arqueou a sobrancelha, fazendo eu rir. "Para nós dois"
"Ah..." ela sorriu. "Tudo bem"
Dei um selinho, e abri a porta para ela. "Te pego as 20h, meu anjo" sussurrei.
Ela sorriu e assentiu, sumindo da minha vista e mergulhando no mar de pessoas que passavam para lá e para cá naquela recepção.

                                 *
Rubi entrou na minha sala quatro horas em ponto. Ela estava falando sério mesmo. Não estava mais com seu vestido vermelho, e sim com uma calça social preta e uma blusa de seda branca. Ainda assim, conseguia ser muito sensual.
"Que bom que adiantou metade do serviço" ela se sentou, cruzando as pernas.
"Do que você tá falando?"
"Reserva no restaurante, muito bem" bateu palmas, animada. Nem iria perder meu tempo questionando como ela sabia disso.
"Eu pedi para Maite mudar o restaurante"
"E por que você fez isso?" A fitei, intrigado.
"Um restaurante mais romântico, para uma ocasião mais especial" sorriu.
"E qual é a ocasião especial" revirei os olhos, mesmo não querendo.
Ela não respondeu, apenas tirou da sua bolsa uma caixinha vermelha de veludo e me encarou.
"O que é isso?"
"Abra, amor" seu sorriso ficou mais largo.
Peguei a caixinha na mão e abri. "Puta que pariu" a encarei, "Sério?"
Ela tinha me comprado um par de alianças. 
"São perfeitas né!" Ela pegou a caixinha da minha mão, "olha só esses 45 pequenos diamantes"
"Por que você acha que uma aliança qualquer vai mudar algo?" Disse sem ânimo. "Diamantes?"
Ela colocou a aliança no dedo. "Qualquer não, essa aliança custou 5.635,00 reais"
Meus olhos se arregalaram, "Você gastou 5 mil em uma aliança, caralho Rubi!"

"Eu não amor" colocou o anel dentro da caixinha, "Você e vai me agradecer por isso!" Fechou a caixinha e me entregou

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"Eu não amor" colocou o anel dentro da caixinha, "Você e vai me agradecer por isso!" Fechou a caixinha e me entregou.
"E você acha que ela se importa com isso?" Apontei para os anéis.
"Calma Will, pra quem esperou um mês, o que são mais alguns"
"Não estou entendendo mais nada!"
"Maite é uma mulher das antigas William, ela gosta de ser conquistada e levada a sério" sua voz saiu com desprezo. Ela realmente não gostava dela.
"Diga uma coisa que não sei, Rubi" rebati, no mesmo tom de voz.
"Você não sabe o mais importante, conquistar do jeito certo!"
"Vou dar aliança e vai continuar a mesma coisa" dei de ombros.
"Claro que não, idiota" ela se levantou, e caminhou até a copa, "Esse é o primeiro passo amor" ela despejou uma bebida escura em seu copo, "Ela vai perceber que você está levando a sério com essa prova de amor"
"E o segundo passo?" Estava curioso em saber o que ela estava aprontando.
"Vai sair um pouquinho mais caro para você, amor" ela sorriu e então tomei o seu copo em um gole só. Fechou os olhos pelo impacto da bebida descendo na sua garganta. Quando abriu, ela tinha um brilho diferente no olhar. Ela gostava de brincar. "Mas esse vai ser fatal, meu amor"
Ela já tinha tudo calculado.

Entre o amor e a vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora