Capítulo 70

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Terceiro copo de café que eu jogo no lixo. Sinto o sono pesar e pisco os olhos diversas vezes tentando afastar esse cansaço do meu corpo. Olho para cama e para seu semblante abatido; eu não deveria ter gritado com ela daquela maneira, nem a deixado tão nervosa. Se algo acontecer eu não me perdoaria jamais. 

Droga, porque ela tinha que ter falado aquilo para Bia no banheiro e em seguida vim falar que me ama. Essa mulher me deixa completamente confuso, uma hora ela grita para eu sumir da vida dela, que sou um cafajeste e que não me ama e no outro... 

Suspiro fundo. 

"Ah..." me aproximo rapidamente da cama e observo ela abrir os olhos. Graças a Deus... 

"Mai, não se mexe muito, querida..." digo passando as mãos pelos cabelos sedosos dela e ela fecha os olhos. 

"O que houve, eu não me lembro muito bem..." ela sussurra "água por favor" 

Caminho rapidamente até a mesinha e pego um copo de água e um canudo. Me aproximo e ajudo ela beber sua água. Sua boca volta a ter um pouco de cor. 

"Calma..." digo vendo ela sentando na cama. "Que demora esse médico" resmungo. 

Ela sorri, "Sempre querendo tudo no seu tempo" observo que ela falou isso para ela mesmo e não respondo. "O que houve?" 

Limpo a garganta, "Estávamos.... conversando" 

"Discutindo" ela me corrigi.

"E você desmaiou do nada, acho que sua pressão caiu." não consigo evitar e passo os dedos em seu rosto, ela fecha os olhos e quando vai abrir a boca para falar algo, o Dr. entra. 

"Boa noite. Senhorita Perroni, como se sente?" um senhor de idade de cabelos branco, de um sorriso simpático pergunta, se aproximando dela. Cade o mauricinho? 

"Me sinto fraca, mas estou bem, Doutor" Maite diz sorrindo. Ela não está bem. 

Ele sorri e deixa sua prancheta de lado e começa a examinar. "Respira fundo" ela respira e de vez em quando me olha, sorrio. 

"Batimentos e pressão estabilizadas, mocinha" ele diz anotando na prancheta. "Sente tontura?" 

"Não nesse momento, Dr. Estou bem, já posso ir para casa?" ela sorri, um sorriso que conheço bem a finalidade. Tentando jogar seu charme pro Doutor, esperta... 

'Doutor, o que causou o desmaio, não foi o primeiro..." ela me repreende com olhar, dou de ombro.

A enfermeira entra interrompendo e entrega pro Doutor uns envelope, em seguida sussurra algo no seu ouvido e ele assente.

Ela sai e ele abre os envelope, ele passa seu olhar rapidamente por todos papéis. 

"Você está com Anemia, senhorita Perroni e como seu marido me informou que não foi o primeiro, sem alta por enquanto..."

Não corrijo seu erro. 

"Com anemia, mas é muito sério, o que podemos fazer?" Merda, ela está doente. 

"Não está se alimentando direito, senhorita Perroni?" ele pergunta sério, e ela faz um biquinho. Tenho vontade de ri. 

"Eu me alimento direito, Doutor...Eu posso ir para casa, só me passas as vitaminas..." 

"Não." ele interrompe seco "Você está muito fraca e se não tratarmos isso corretamente pode prejudicar o desenvolvimento da placenta" 

"Mas, doutor eu es...." ela para bruscamente "Desenvolvimento da placenta?" ela franze o cenho. 

Entre o amor e a vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora