Passeio em Sioux Falls

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— Ei garota, nós vamos dar uma volta. — avisou Dean, entrando pela porta da cozinha e jogando a chave do carro para cima.

— Achei que eu ia ficar aqui bonitinha e comendo biscoito. — brinquei e ele deu uma risada divertida.

— Preciso fazer algumas coisas, e ao menos que você queira ficar aqui com o Cass... — começou, olhando ao redor e juntando as mãos como se fosse começar a orar.

— Já vou! — interrompi, me levantando imediatamente e indo em direção à porta. Saí e arqueei as sobrancelhas ao encontrar o Impala com a dianteira restaurada, a pintura perfeitamente polida e brilhante. Apertei os lábios e lancei um olhar de criança que quer doce ao Winchester — Posso dirigir?

— Nem a pau! — devolveu rapidamente — A última vez que você tocou no meu bebê um poste o amassou. Eu a recém terminei de restaurá-lo. — bradou indignado. Cocei a nuca, na verdade havia sido culpa do Castiel eu ter jogado o carro contra o poste, pois sempre dirigi muito bem. Ele deu a volta no veículo e abriu a porta — Aliás, você nem tem carteira!

— Mas eu sei dirigir, Lucius me ensinou. — esclareci, dando de ombros e ocupando o assento do passageiro. Eu estava me preparando para tirar a carta de motorista;

— Não o meu bebê. — reiterou Dean, os olhos adquirindo um brilho ameaçador.

Rodamos pelas ruas de Sioux Falls com o rádio no último volume. Pelo menos o Winchester tinha um bom gosto musical que navegava entre o rock clássico e alguns sucessos da atualidade — poucos, pois ele me parecia mais o estilo da velha guarda. Depois de uns vinte minutos, nós paramos em frente a um estúdio de tatuagem.

Observei a fachada grafitada pela janela do carro.

— Você vai fazer uma tatuagem? — perguntei ao vê-lo descer do Impala e abrir minha porta com impaciência.

— Você vai fazer uma tatuagem. — corrigiu e eu pisquei duas vezes, digerindo a informação.

— E eu tenho escolha?

— Não. — respondeu com uma risada. Não gostei muito da ideia de ter alguém furando a minha pele enquanto desenhava uma imagem qualquer, mas suponho que essa tal tatuagem não seria meramente estética, devia ser importante.

— E o que vai ser? — perguntei e Dean se virou para mim, puxando a gola da camiseta até perto do ombro, aonde tinha um símbolo que parecia um sol com uma estrela no meio.

— Selo anti possessão demoníaca. Impede que você seja possuída por um demônio. — explicou e eu assenti com a cabeça. Entramos no estúdio e uma garota de cabelo vermelho e com cerca de seis piercings no rosto (que eu pude conter) nos cumprimentou com um aceno.

— Para vocês? — perguntou.

— O Mike está? — indagou Dean, os lábios se curvando em um meio sorriso educado.

— Um minuto. — pediu e se levantou, entrando numa sala ao final do corredor. O loiro ficou observando a garota e soltou um assovio baixo.

— Desnecessário Dean, muito desnecessário. — comentei, repreendendo-o com um olhar.

— O quê? Vai dizer que você não olha quando um cara bonito passa na rua? — perguntou sem desviar a atenção da direção por onde a ruiva entrou.

— Mas não assim. Você parece um cachorro babão. Só falta latir. — gesticulei, achando que nesse momento ele ficaria no mínimo constrangido. Mas ao contrário disso, o Winchester parecia surdo às minhas especulações.

Supernatural: RéquiemOnde histórias criam vida. Descubra agora