Resident Evil

1K 120 65
                                    

Não sei quanto tempo permaneci ali, em total estado de inércia pela cena que se antecedeu. Mas eu não podia me dar ao luxo de sentar e lamentar a minha vida, e como se eu mesma me desse um chute, me obriguei a levantar e sair do quarto. Se era aquilo que ele queria, ser um idiota estúpido, eu podia mostrar que aquele jogo podia ser jogado por duas pessoas.

Desci as escadas com passos pesados e entrei no banheiro, tomando um banho rápido e fazendo a minha higiene matinal. Bem, "matinal" era modo de falar, já que eram quase duas horas da tarde. Lavei a ferida mal cicatrizada, que doía irritantemente, e troquei o curativo do meu abdômen. Vesti uma camiseta vermelha, uma calça jeans escuro, o habitual all star preto e saí do banheiro. Sam e Dean estavam passando pela porta do porão com um facão sujo de sangue nas mãos, fitei a arma com receio.

— E a vampira? — perguntei, já sabendo a resposta antes que eles respondessem.

— Perdeu a cabeça. — brincou o loiro, limpando o objeto num pano qualquer. A princípio me senti desconfortável ao saber que havia um corpo sem cabeça jazindo lá embaixo, mas o sentimento logo se dissipou por completo. Encarei os irmãos que estavam com caras ótimas e revigoradas, acho que não fui só eu quem dormiu por dois dias por aqui.

— Cadê o Bobby? — questionei olhando ao redor e constatando que este não se encontrava por ali.

— Foi ver um caso numa cidade vizinha — respondeu Sam, dando alguns passos até a cozinha e abrindo a geladeira. — Alguém quer um sanduíche?

— Acho que vou aceitar um. — disse sentindo que meu estômago se revirava como se tivesse ouvido a palavra "sanduíche".

— O meu sem alface ou esses matos que você gosta de colocar. — advertiu Dean, indo até a mesa e pegando um copo de uísque. O moreno revirou os olhos para o irmão e continuou.

— Nós interrogamos a vampira, e ao que parece, o que o verme disse era verdade. Eve está induzindo os monstros a caçarem você. — revelou o Winchester caçula, respondendo à pergunta que eu não tive tempo de fazer.

— Ótimo! Mais criaturas sobrenaturais me querendo. — comentei com sarcasmo, pegando três pratos na pia e colocando próximos ao moreno.

— Quem mandou ser gostosa. — devolveu Dean com uma piscadela, recebendo um olhar reprovador de Sam. Fiz uma careta e dei de ombros, me virando para ele.

— O que faremos? — indaguei. Não era como se Eve fosse qualquer bicho que eles estavam acostumados a caçar, ela era a "mãe" de todos eles, ou seja, deveria ser muito perigosa.

— Vamos caçá-la e acabar com a raça dela. — respondeu o Winchester mais velho calmamente.

— Simples assim?

— Todas as criaturas podem ser mortas, basta saber onde procurar. — falou o moreno enquanto distribuía fatias iguais de queijo e presunto nos pães, concordando com o irmão.

A porta se abriu e Maison entrou rapidamente, seguida por Jimmy. Os dois marcharam pelo cômodo em direção à mesa de Bobby, passando as mãos rapidamente pela bolsa de armas que haviam trazido.

— Onde é o incêndio? — questionei, arqueando uma sobrancelha. Eu não tinha os visto desde que acordei, mas sabia que teria sido estripada pela vampira caso eles não tivessem aparecido e dopado ela com sangue de homem morto.

— Anna está armando. — disparou o nefilim.

— Como assim? — indagou Dean, largando o copo e cruzando os braços com uma careta confusa.

— Ela vai explodir um shopping center no meio de uma convenção de fãs em Chicago, o lugar vai estar lotado. — explicou o garoto, alterado.

— Ok, isso não é nada bom. — murmurou o loiro.

Supernatural: RéquiemOnde histórias criam vida. Descubra agora