Balthazar

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— Balthazar. — repetiu Sam com um misto de surpresa e raiva, como se Dean não tivesse dito isso há dois minutos. As luzes piscavam freneticamente, talvez a total destruição do local tenha afetado o sistema de energia. Ficamos em silêncio, o único som era o de nossas respirações aceleradas. Meu coração dava pulos, querendo sair pela garganta.

— Quem é você e para onde você o mandou? — indaguei rapidamente, fazendo-o se virar para mim.

— Ah, o amor é lindo. — debochou o homem, estendendo a mão sobre o peito. E logo continuou — O namorado de vocês vai ficar bem, se Raphael não arrancar alguns pedaços, lógico...

— Ora, seu... — fechei os punhos, tentando avançar na direção dele, mas Dean me interceptou no meio do caminho.

— Ei! — reclamou com uma careta — Eu acabei de salvar seus traseiros, tenham pelo menos alguma consideração.

— Ou eu posso chutar sua bunda daqui até a Sioux Falls. O Bobby ia adorar te fritar no óleo. — devolveu o Winchester, cuspindo as palavras com ódio e sarcasmo. Quando Sam tentou impedir que a alma voltasse para o corpo, ele fez isso com um feitiço muito poderoso, e pelo que haviam mencionado este foi dado por um anjo. A ficha caiu no momento em que o caçula avançou em direção a Balthazar.

— Por sua culpa eu quase matei o Bobby! — o anjo desapareceu, fazendo o moreno acertar o ar, e em seguida reapareceu logo ao meu lado.

— Não se faça de santo, foi você quem implorou. E não se esqueça que ainda me deve um favor. — balançou o dedo para Sam, que trincou os dentes e deu outra investida. Balthazar se esquivou e se teleportou para trás do balcão, tirando os cacos de vidro de dentro de um copo e o servindo de uísque — Por favor, controle o seu cachorro.

— Sammy, calma. — pediu Dean, dando alguns passos à frente — O que você quer? Suponho que não veio aqui só para ter uma conversa amigável.

— Na verdade, eu vim. — rebateu o anjo. Entre os dois eu não sei quem ganhava mais no quesito sarcasmo e ironia, era difícil decidir. Ele deu um longo gole fazendo uma careta — Cruzes, isso parece até gasolina.

— Fala logo! — exigiu o loiro.

— Eu vim por causa dela. — revelou caminhando em minha direção, mas Sam se colocou na minha frente.

— O cacete que veio! Não precisa chegar perto, pode falar daí mesmo. — ameaçou.

— Buu buu, olha para mim, sou nervoso. — dramatizou, colocando as mãos para cima. O moreno apertou os punhos.

— A gente não tem o dia todo! O Raphael pode voltar a qualquer minuto! — esbravejou Dean, trincando os dentes.

— Eu preciso de um favor.

— Nem a pau! — respondi juntamente com o loiro, que deu uma risada de escárnio.

— Acredite, é mais vantajoso para vocês do que para mim. — afirmou ele e então continuou — Estou sendo caçado. Querem me acorrentar.

— Como Lúcifer fez com Morte? — indagou o Winchester — Isso é possível com anjos?

— Eu prefiro não servir de cobaia para esse teste. — ele sibilou irônico.

— Certo. Problema seu. — interrompeu Sam.

— Não acho que seja por aí. — começou, alterando o tom de voz até começar a gritar — Pois quem quer me acorrentar é o seu irmão! — Balthazar apontou o dedo para mim — Então calem a boca e me deixem falar, seus macacos depilados ignorantes!

Supernatural: RéquiemOnde histórias criam vida. Descubra agora