Caçada na interestadual, parte II

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Assim que saímos do sanatório, eu pude ver o Impala estacionado logo à frente do prédio, e atrás dele estava outro carro preto. Bobby gesticulava e revirava os olhos para um homem negro, de aparentes quarenta anos de idade.

— Eu acho que você comprou a carteira. — dizia ele de forma sarcástica enquanto nos aproximávamos.

— Ora, vejam o que o gato trouxe para casa. — falou Dean sorridente, cumprimentando-o sem tirar o braço da minha volta.

— É muito bom ver você, Rufus. — se pronunciou Sam, apertando a mão deste de uma maneira informal. Então aquele era o caçador amigo de Bobby, o famoso Rufus Turner.

— É muita coragem cuidar deste miserável infeliz vocês dois sozinhos. — debochou gesticulando para o velho Singer e então voltou os olhos para mim. — E você deve ser a Esther.

— Sou sim, é um prazer Rufus, Bobby fala bastante de você. — disse apertando sua mão.

— Ah, ele fala é? Ele é apaixonado por mim. — o caçador revirou os olhos num tom irônico.

— É assim tão óbvio? — devolveu Sam com um sorriso divertido.

— Por que vocês não vão se ferrar? — comentou Bobby num tom ranzinza. — Eu encontrei esse idiota quando visitei a fábrica mais cedo por causa do atirador.

— Que atirador? — questionou o Winchester caçula.

— Um cara surtou e entrou numa fábrica empunhando um rifle de caça e matando todo mundo hoje mais cedo. — esclareceu ele.

— Você não sabe, pois estava aqui, mas nós demos uma geral por aí. — começou Dean, gesticulando com os dedos ao redor. — Falamos com o caminhoneiro que amassou os miolos da esposa e ele disse não se lembrar de nada do que aconteceu. Na delegacia eu consegui ter acesso aos vídeos do posto de gasolina e adivinha só? Uma garota esteve com ele mais cedo, uma garota bem estranha, diga-se de passagem.

— Acha que isso tem a ver com essa tal mãe de não sei quem? — perguntou Rufus franzindo a testa.

— É um bom palpite. — ponderou Sam, alisando o queixo. — Podemos falar com o atirador?

— Claro, mas acho que ele não vai falar com você. Levou oito tiros da polícia. — esclareceu o Winchester mais velho, apertando a ponte do nariz em seguida.

— E no necrotério nós descobrimos uma substância nojenta nos canais auditivos dele, como aquilo que fica no rastro de lesmas. Só que verde e mais denso. — acrescentou Bobby, fazendo com que meu estômago se embrulhasse.

— E isso encaixa exatamente com o que você viu. — falou Sam, me fitando de lado com a expressão séria.

— Viu? — indagou Rufus, arqueando uma sobrancelha com curiosidade. Os irmãos se entreolharam por um instante antes de responder.

— Esther é meio que... Paranormal. — revelou o loiro. Mordi o lábio, receosa de que ele não acreditasse de primeira. A verdade é que eu estava longe de ser apenas paranormal, eu era uma abominação ambulante, e entendia perfeitamente o porquê deles não contarem os reais fatos: Rufus era um caçador, e o que um caçador faria ao dar de cara com a possível chave da cela do capeta? Acho que a resposta não era nada agradável.

— O que você viu? — questionou Bobby com uma nota de nervosismo na voz.

— Um verme de aproximadamente trinta centímetros, verde e nojento. — contei, passando os olhos por todos, e até mesmo Sam e Dean que já sabiam ainda não conseguiam esconder a perplexidade em suas expressões.

Supernatural: RéquiemOnde histórias criam vida. Descubra agora