A busca pela Alma - Parte II

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Castiel havia juntado um monte de itens estranhos, sumindo e aparecendo em diversas partes da casa — o que era extremamente irritante. Ele colocou as coisas em cima da mesa e depois ateou fogo com um movimento de dedos. Sam comentou que se tratava de um feitiço para localizar o Crowley.

— Não está dando certo, Crowley se escondeu de mim. — disse com ar enfadonho, me olhando de cara feia pelo canto do olho. O anjo ainda estava inconformado com a minha presença, embora tentasse não demonstrar.

— Então precisamos de outra fonte de pesquisa. — falou Dean, que estava recostado na parede com os braços cruzados

— A biblioteca de Samuel. — sugeriu Sam, estalando os dedos. E quem era Samuel na fila do inferno mesmo? Não me lembrava de ter ouvido esse nome antes. Castiel se aproximou de nós e colocou uma mão no ombro de Sam e outra no de Dean, que me segurou pelo cotovelo.

Franzi a testa. Formação Power Rangers agora?

— Mas que... — eu ia abrir a boca para perguntar o que era aquilo, mas meu estômago se retorceu violentamente e eu me senti como se pairasse no ar, em meio ao nada por alguns segundos. Quando consegui focar de novo, nós estávamos em um lugar totalmente diferente, repleto de livros em estantes de madeira.

— Vamos ser rápidos! — agilizou Dean, começando a procurar entre as estantes.

— E exatamente o que nós devemos procurar? — perguntei, tentando ser útil, embora meu estômago estivesse querendo botar para fora o almoço do ano passado.

— Um feitiço para localizar o rei do inferno. — explicou o Winchester caçula, tirando um livro pesado da estante e assoprando o pó da capa.

— E quem escreveria sobre isso? — questionei retoricamente e ouvi a porta ser escancarada. Era um homem velho e careca que ele nos fitava da cabeça aos pés, mas não parecia surpreso.

— Samuel. — o loiro espichou a cabeça de entre as estantes. Então esse era o tal Samuel dono desse lugar.

— Vejo que vocês têm mais um membro na equipe. — falou o homem, assentindo com a cabeça levemente para mim — O que estão fazendo aqui?

— Vocês podem nos dar um minutinho? — Dean se virou para mim e Castiel suspirou, colocando a mão em meu ombro. Quando eu ia protestar o meu estômago foi tragado para outra viagem que o faria se retorcer igual uma máquina de lavar roupas.

Assim que senti estar com os pés novamente no chão, eu corri em direção a qualquer lugar que pudesse vomitar. Inclinei-me na beirada de alguma coisa e logo que foquei onde tinha ido parar, perdi o equilíbrio nos braços e cambaleei para frente. Senti que Castiel me segurou pela cintura e me puxou para trás enquanto eu ainda estava imóvel pela surpresa de perceber que estava inclinada na beirada de um prédio — surpresa e assustada.

Caí sentada no chão, praguejando, e Castiel sentou ao meu lado, a essa altura o vomito tinha sido contido pelo susto repentino. Respirei fundo algumas vezes para me acalmar, limpando o suor que saia pelos poros da minha testa.

— Você saiu correndo, achei que fosse pular do prédio. — constatou após cinco segundos, me encarando.

— Saí correndo para procurar um lugar para vomitar! — corrigi indignada — Eu nunca ia imaginar que eu ia vir parar em cima de um prédio! — olhei ao redor, ainda querendo matá-lo. O céu estava repleto de estrelas que pairavam harmonicamente ao redor da lua cheia. A brisa noturna era seca e fria, arrepiava a pele. Mais abaixo havia inúmeros outros prédios iluminados, um festival de cores.

— É o prédio mais alto de Nova York. É bonito. — comentou Castiel, me tirando dos meus pensamentos. Notei que uma de suas mãos havia caído sobre a minha, a sensação do toque me causando rubor e imediata irritação, puxei o braço rapidamente. Ele pareceu perceber meu desconforto e levantou, ficando de pé na beirada do prédio, o sobretudo sendo jogado para trás com o vento.

Supernatural: RéquiemOnde histórias criam vida. Descubra agora