O passado que condena o futuro

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Acordei com um par de olhos cinzentos próximos ao meu rosto, era Balthazar. Com o susto, eu me arrastei para o lado rapidamente, caindo sentada no chão e com os pés ainda sobre a cama. O que infernos ele estava fazendo aqui?

— Bom dia! — falou o anjo animado.

— Que droga, Balthazar. — chiei baixinho enquanto me levantava com cara de sono, olhei meu celular e constatei que eram sete horas. Fiquei com mais raiva. — O que você quer a essa hora da manhã?

— Eu encontrei seu manual, meu bem. — revelou calmamente e apontou para a porta entre aberta. Logo considerei que todos já deveriam estar lá embaixo esperando por mim, então suspirei e assenti com a cabeça.

— Ok, eu já desço.

Arrumei-me rapidamente e desci as escadas, sentindo meu estômago se contorcer de ansiedade e preocupação. Dean e Sam estavam na sala enquanto Balthazar andava e falava sobre alguma coisa irrelevante. Castiel fitava apreensivo um objeto em suas mãos, observei-o por um momento e percebi que se tratava de um pedaço de pedra disforme.

— Vocês precisam experimentar tomar champanhe no umbigo de uma soprano, é incrível... — dizia o anjo maravilhado com um sorriso enquanto eu me aproximava.

— Certo Balthazar, comece a falar sobre o que interessa. — cortou Dean, gesticulando com a mão assim que me cumprimentou de leve.

— Essa é a placa da revelação. — explicou ele depois de uma pausa.

— Aqui só tem metade. — constatou Castiel, ainda olhando para a mesma com uma expressão tensa.

— Eu só tenho metade dela. — expôs o anjo revirando os olhos.

— Como é? — indagou Sam.

— Eu disse que tinha a placa, não que eu tinha inteira. — ele apontou um dedo para o moreno com um sorriso irônico.

— Então isso não serve pra nada! — Bobby apareceu na sala com os braços carregados de livros, colocando-os sobre a mesa. Então se recostou nela e cruzou os braços.

— Claro que serve, têm algumas coisas bem relevantes que eu pude ler. — Balthazar tirou a placa das mãos de Castiel e começou a lê-la em voz alta. — Como o feitiço de sangue com a casca do guardião.

— Deixa eu ver... — Sam estendeu a mão para o objeto, mas o anjo desapareceu antes que o Winchester caçula pudesse tocá-lo, se materializando atrás de mim.

— Não precisa nem tentar, só um anjo consegue ler isso aqui. — ele balançou a pedra — É enoquiano.

— E o que mais está escrito nos dez mandamentos aí? Como vamos ajudar a garota com isso? — perguntou Bobby com seu sarcasmo afiado. Balthazar encarou Castiel e o mesmo deu um passo à frente, olhando para todos e por último para mim.

— Um feitiço de retrocessão. — expôs ele.

— Exato. — concordou o outro anjo.

— E o que é isso? — indaguei confusa.

— É como um transe em que a pessoa é induzida a se lembrar das suas outras vidas. — interrompeu Sam com a expressão reflexiva. Dean lançou um olhar tenso para ele, murmurando algo como "nerd" e então se voltou para nós.

— Uma cidade foi praticamente destruída e a Esther quase morreu afogada em ectoplasma numa sessão feita por uma médium e agora vocês, anjos, querem fazer o mesmo? — questionou incrédulo, alterando a voz.

— Acalme-se, Dean. — Castiel gesticulou com as mãos em frente ao corpo.

— É, calminha aí princesa. — ironizou Balthazar, andando pela sala enquanto procurava alguma coisa.

Supernatural: RéquiemOnde histórias criam vida. Descubra agora