Ele é o Rake

1K 110 76
                                    


Minutos depois, Dean havia gasto cerca de três rolos e meio de fita adesiva para fechar todas as frestas das portas e dutos que havia no cômodo. Sam estava sentado em cima da mesa, fitando Bobby atentamente para que pudesse ver caso o verme saísse do corpo do caçador. Eu me acomodei numa cadeira próxima, segurando meu pulso sobre o meu colo, a fim de escondê-lo dos irmãos que já estavam preocupados demais com o velho Singer, mas o fato era que o pano em volta do corte já havia encharcado e o sangue começava a escorrer pela minha pele de encontro ao chão rapidamente.

— Você acha que ele vai acordar? — indagou o Winchester caçula, sem tirar os olhos de Bobby. — Não sabemos o que essa coisa faz na mente das pessoas.

— Ele vai acordar. — afirmou Dean secamente e veio de encontro a nós, mas então parou de forma brusca e fitou meus pés. — Droga, Esther. — olhei para o foco da sua atenção e percebi alarmada que havia uma poça de líquido vermelho se formando no piso.

— Ela já perdeu muito sangue, Dean. — constatou Sam preocupado, encarando o irmão.

— E você acha que eu não sei disso? — devolveu o loiro, se agachando ao meu lado e retirando o pedaço de camiseta que envolvia meu pulso e trocando-o por um pano mais grosso.

— Gente, eu estou bem. — falei baixinho, tendo plena convicção de que eu não estava conseguindo convencer nem a mim mesma, muito menos eles. Apoiei um cotovelo na mesa, sentindo que minha cabeça começava a dar voltas.

— Uma ajuda aqui seria muito bem vinda, sabia?! — exclamou o Winchester mais velho olhando para cima. — Castiel!

— Alguém precisa rever a definição de "protetor" no dicionário formal. – rosnou Sam segundos depois. De repente Bobby começou a se mexer na cadeira, prendendo nossa atenção. O caçador abriu os olhos e nos fitou com calma.

— Você está aí, seu herpes. —resmungou Dean irritado, levantando e pegando o fio desencapado para dar um choque no pescoço do homem. Ele grunhiu de dor enquanto seu corpo era eletrocutado e um líquido verde escuro escorria do seu nariz em direção ao bigode.

— Por que você fica falando sobre herpes? — questionou o Winchester caçula com certa curiosidade, assim que o irmão afastou o objeto da pele do velho Singer.

— Eu não falei nada. — desconversou o loiro.

— Falou sim. — afirmei com um sorriso sarcástico.

— Calem a boca! — disse e então se virou para Bobby com um tom ameaçador. — E nem pense em escapar daqui porque nós lacramos cada fenda dessa sala. Fique à vontade.

— Eu estou à vontade, é legal aqui. — respondeu o verme dentro do corpo do caçador com uma voz grave e vagarosa que me lembrava o "Jigsaw", do filme "Jogos mortais". — E vocês adoram o cara, certo? Vocês não vão querer me matar e levá-lo junto comigo. Já perderam muitos amigos hoje, não é?

— Faremos o que for preciso. — devolveu Dean. — Agora nós temos umas perguntas para você.

— Perguntem. — disparou, balançando a cabeça. — Eu estava esperando por isso.

— E o que significa isso? — indagou Sam.

— Que eu não tenho nada a esconder.

— O que é você? — perguntei, sentindo as extremidades do meu corpo começarem a esfriar devido a perda de sangue.

— Vocês ainda não têm nome para mim. — respondeu o verme. — Eu sou nova por aqui, Eve me criou sozinha. — disse com gosto, o que irritou Dean e o fez dar outro choque no pescoço do caçador.

Supernatural: RéquiemOnde histórias criam vida. Descubra agora