Confusão no Shopping Central

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Aquilo não podia estar acontecendo comigo.

Olhei pela décima vez o meu reflexo no espelho, tentando abaixar um pouco a saia do vestido que mal cobria minhas coxas e amaldiçoando Maison mentalmente. Logo eu, que tinha horror a roupas curtas ou coladas demais, estava vestida igual a "Alice nos pais das maravilhas", só que na versão pornográfica. Vendo que as tentativas de fazer o tecido descer eram inúteis, eu ajeitei a blusa branca de mangas caídas e o meu crachá de "funcionária" do local, coloquei a arma camuflada na parte inferior do vestido, suspirei e saí pela porta.

Os rapazes estavam em um semi círculo discutindo alguma coisa referente aos explosivos espalhados pelo shopping. Aproximei-me silenciosamente, esperando que eles apenas olhassem e não falassem nada, o que seria impossível sendo que Dean estava ali.

— Temos cinco pontos com bombas, e todos devem estar fortemente protegidos por nefilins. Acho que o do segundo e o do terceiro andar não serão problema, difícil devem ser os três do térreo, que é onde estão a maioria das pessoas. — falava Sam, sentado no mesmo lugar e apontando para a tela do notebook.

— Nós podemos desarmar os dois mais fáceis e deixar os outros por último, só que aí corremos risco de Anna descobrir nosso plano. — rebateu Jimmy, que já estava ali ao lado do moreno e de braços cruzados. O nefilim encarou todos no local, que fizeram uma expressão de dúvida quanto ao plano.

— Nós podemos nos separar, assim desarmamos todas as bombas quase ao mesmo tempo. — palpitei, encarando a mesa.

— Ótima ideia, mas como... — começou Dean, mas então me fitou, arqueando a sobrancelha com a boca aberta. — Uau, que isso gatinha, assim você mata o papai aqui. — exclamou, fazendo todos os olhos se voltarem para mim. Senti meu rosto corar imediatamente, eu odiava ser o foco da atenção. Puxei o vestido mais uma vez para baixo e percebi que até mesmo Castiel me olhava da cabeça aos pés.

— É mesmo necessário a Esther usar uma roupa tão curta? — perguntou Sam, notando o meu desconforto.

— São os uniformes das garçonetes desse bar, faz parte do plano. — esclareceu Maison com um sorriso sarcástico.

— Eu não posso deixar isso passar... — falou o Winchester mais velho, tirando o celular do bolso e começando a rir. — Olha para cá, Esther.

— Não, nem pensar, pode ir guardando essa coisa! — devolvi trincando os dentes e colocando a mão em frente a câmera do aparelho enquanto o loiro tentava desviar.

— Dá para você se controlar, Dean? — disse Castiel com um suspiro irritado, encarando o Winchester de lado.

— Que foi, Cass? Tá com ciuminho é? — ironizou num tom debochado, fazendo com que o anjo revidasse com um olhar mortal.

— Saiam vocês dois de perto da minha irmã! — chiou Jimmy, entrando no meio e me puxando para perto dele. — Parecem dois cachorros brigando por um osso, que inferno!

— Eu sou o osso? — indaguei com os olhos apertados, não gostando da comparação, mas logo me senti agradecida por ele ter intervido naquela situação constrangedora.

— Temos um irmão nervoso aqui. — comentou Maison com uma risada, ela parecia se divertir com aquilo.

— Vamos focar no plano, certo? — falei abanando as mãos, tentando chamar atenção para algo que não fosse o meu vestido indecente ali.

— Eu concordo plenamente com isso. — assentiu Sam.

— Ok, então vamos lá. — começou a loira. — O bar tem uma sala de segurança com várias telas, que eu sei que o grandão — ela apontou para o Winchester caçula — pode facilmente colocar nas câmeras principais do shopping. Então Esther e eu ficaríamos aqui e vocês quatro desarmariam as bombas enquanto nós cuidaríamos do movimento dos nefilins, dando coordenadas para vocês através dos celulares.

Supernatural: RéquiemOnde histórias criam vida. Descubra agora