Não tem nada de óbvio no amor

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Limpei a garganta com força. Mas, tenho que admitir, foi uma tentativa medíocre de chamar atenção. De onde estava sentada, chamei umas três ou quatro vezes por Harry. E foi a mesma coisa que nada. Então arregacei a saia do vestido, subi na cadeira e gritei a plenos pulmões. A energia estranhamente renovada, diante do mínimo progresso. E da oportunidade de extravasar o turbilhão de emoções dentro de mim.

- Gente! GENTE! - finalmente consegui a atenção de todos na cozinha. - Narcisa terminou a lista. - balancei o papel em cima da minha cabeça para que todos vissem. - Temos cinco lugares em que procurar, mas não acho que seja uma boa ideia nos dividirmos para isso.

- Como assim, Hermione? - Estendi o pedaço de jornal para Harry e ele continuou falando enquanto lia. - Se nos separarmos vamos cobrir mais terreno em menos tempo. Não podemos nos dar ao luxo de-

- Entende agora?

- Será que dá para dividir a informação? - Gui parecia realmente irritado.

- Cada uma dessas propriedades...

- Fica em um continente. - completei a frase do menino que sobreviveu. - Mas não acho que eles tenham ido longe. Não faz sentido atravessar meio Planeta Terra se você pretende ser encontrado. - preferi não revelar que Narcisa foi quem deduziu essa parte. Imaginei que Harry seria mais receptivo se acreditasse que a ideia partiu de mim. - Por isso, acho que deveríamos começar pelo Castelo .

- Castelo Duns... o quê? Como assim os Malfoy tem um castelo?

- Está mais para ruínas do Castelo Dunstanburgh, agora. - Narcisa murmurou.

- Será que dá para focar no que é mais importante, George. Onde fica esse tal castelo? Temos pelo menos alguma noção do tamanho real dele?

- Fica na costa de Northumberland...

- Inglaterra do Norte.- completei a frase de Harry mais uma vez. Se antes eu não conseguia falar, naquele momento a ansiedade não me deixava calar a boca.

- Ele tem três torres bem altas em forma de D. Cada torre tem quatro andares e era coberta por mais quatro torres menores, mas acho que essas não existem mais. A passagem era protegida por portões em cada extremo e duas guaritas. No primeiro andar, a portaria era dividida em três salas. O segundo tinha um ambiente só. O terceiro, um hall e câmaras. Os outros andares não sobreviveram ao tempo.

A descrição minuciosa de Narcisa surpreendeu a todos, e levou alguns bons segundos até que conseguíssemos voltar a agir. Olhei de esguelha para a mulher imponente e altiva, que então nada mais era que um maltratado trapo humano. Olhei de verdade, sem os julgamentos pré-concebidos, trazidos por seu nome e as ações do marido. E descobri que admirava Narcisa Malfoy. Em meio à II Grande Guerra Bruxa, ela lutou sua própria guerra, para proteger o filho, aguentou coisas inimagináveis por ele, enganou Voldemort. Perdeu o marido e descobriu que esse mesmo filho - por quem arriscou-se - traiu a confiança de todos, inclusive a dela e, ainda assim, de alguma forma, tentava se recompor para ajudar.

- Certo. Neville e Luna, vocês ajudam Narcisa a fazer um esboço do que deve ser a planta do castelo e como exatamente chegar lá. Percy, contate Kingsley, o Departamento de Aurores vai querer saber sobre que está acontecendo. Gui... a Ordem, ou quem restou dela e puder nos ajudar. Vou avisar a McGonagall.

- Vamos precisar de roupas. - constatei. Harry, Neville, Luna, Andrômeda, Derick e eu ainda vestíamos as fantasias da festa de Halloween. - E suprimentos. Não dá tempo de voltar ao castelo.

- Posso providenciar isso em casa. - George não esperou por aprovação, apressou-se até a lareira e desapareceu por ela em um movimento gracioso.

Side Effect (Dramione)Onde histórias criam vida. Descubra agora