Gina fez um desvio repentino para a direita, tirando Katie da jogada, e passou a goles para Cho. A garota de cabelos negros acelerou pela lateral do campo com os olhos fixos em Olívio. O movimento de seu braço foi rápido, fluido e teria enganado um goleiro menos experiente com facilidade. Mas Wood esperou até o último segundo para sair do lugar e conseguiu agarrar a goles pouco antes de ela cruzar o arco central. Draco - que estava jogando como rebatedor - mandou um dos balaços na direção do goleiro. Ele se esquivou, deitando sobre a vassoura, antes de repor a goles para Angelina.
Eu ainda estava meio perdida sobre como me sentir diante daquilo. A cada lance, eu vibrava e ficava decepcionada ao mesmo tempo. Havia pessoas que eu gostava e admirava nos dois times. Amigos, companheiros de estudo, brincadeiras e batalhas. E eu queria que todos eles se saíssem bem. As pessoas nas arquibancadas pareciam compartilhar da mesma desorientação. Estávamos todos abismados, envolvidos, maravilhados. Até mesmo os fãs - vestidos com camisetas de Viktor Krum, Meagan McCormack, Olívio Wood e outros - vibravam com absolutamente todas as jogadas, tendo elas sido realizadas por seus ídolos ou não.
Então, Gina escapou do balaço de George com um movimento ascendente e no mergulho de volta interceptou um passe entre Angelina e Katie. Como se não bastasse, logo em seguida ela tabelou com Cho em uma sequência de passes rápidos e, finalmente, marcou no aro da esquerda. Gritei a plenos pulmões, engrossando o coro da torcida, que chamava o nome dela. A ruivinha estava especialmente inspirada naquela manhã. Espiei a arquibancada dos convidados especiais - onde estavam sentados os professores, jornalistas esportivos, olheiros e técnicos - tentando decifrar os semblantes. Passeei por uma infinidade de expressões com olhos atentos, arregalados, brilhantes de empolgação. Mesmo os que estavam sisudos, apesar da aparência crítica, batiam palmas para a performance.
Sorri abertamente para Luna quando me dei conta de que Gina tinha toda a atenção do mundo bruxo, mais uma vez. Só que, naquele momento, não tinha nada a ver com namorar Harry, ou perder o irmão mais velho, ou ser sequestrada, ou estar grávida de Harry, ou não estar mais grávida de Harry. Ginevra Weasley tinha o mundo aos seus pés simplesmente por ser Ginevra Weasley. Meu peito parecia que ia explodir de tanto orgulho. E a felicidade acabou transbordando pelos meus olhos.
- Herrmione, você está bem?
Ainda acompanhando minha amiga serpentear pelo céu, sorri de novo, antes de responder.
- Você não faz ideia. - suspirei.
- O que?
- Ela quis dizer que está bem. - o rosto de Luna refletia minha alegria.
- Eu estou ótima, René. Eu só estou... feliz. - ri de mim mesma. - Na verdade, acho que vou explodir de tanta felicidade e orgulho.
A francesinha sorriu para mim, de forma bastante honesta e maternal.
- Ronald havia dito que ela jogava bem. Mas confesso... achei que erra só converrsa de irrmão corruja. Agorra entendo o porrque de tanto orrgulho.
Troquei um olhar confuso e desconfiado com Luna, enquanto tentava formar uma imagem de Ronald elogiando Gina para alguém na minha cabeça. Juro que tentei. Mais de uma vez e em diversas situações. Mas simplesmente não consegui. Por um segundo, pensei em contestar a declaração. Então, a empolgação brilhou nos olhos azuis de René e eu apenas balancei a cabeça em concordância.
- Pelo jeito, Harry se sente exatamente como você. - Luna disse, apontando na direção do nosso amigo.
O menino que sobreviveu pairava acima dos outros jogadores, mas não parecia nem um pouco interessado na partida. Krum lançou-se em uma descida vertiginosa para atravessar o campo, na direção da arquibancada, logo atrás do gol de Meagan McCormack. Mas Harry sequer se mexeu. Acho que ele nem mesmo percebeu o movimento. Um sorriso gigante rasgava seu rosto, enquanto ele seguia a noiva pelo campo. Estava hipnotizado, só tinha olhos para Gina.
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Side Effect (Dramione)
Fanfiction[...]Eu ainda conseguia ver e sentir a dor no rosto de Draco. A imagem da lágrima solitária escorrendo pela pele branca ficaria gravada para sempre na minha memória. Assim como as palavras que vieram depois: Não importa. Eu serei o pai dessa criança...