No banheiro dos meu tio eu encontro tudo oque preciso para fazer o curativo em Justin. Termino de por o esparadrapo e olho sua mão.
- Amanhã você vem aqui para eu limpar denovo, tudo bem?
- Sim. - nos levantamos.
Ficamos no meu quarto, desta vez na cama, ele não quer ir para janela, nem eu.
- Quem estava gritando com você na sua casa? - pergunto.
- Meu pai.
Silêncio.
- Ele veio aqui para mandar eu ir no doutor Parker.
- Você não gosta?
- Não tenho nada contra ele, mas não consigo conversar com ninguém.
- Você conversa comigo.
- Você me entende de verdade, não passou anos em uma faculdade para aprender a me entender, você tem traumas reais, isso te faz ter mais sensibilidade e não forçar nada para que eu diga alguma coisa.
Fico surpreendida.
- Eu gosto de conversar com ele. - confesso.
- Eu tenho medo de ele fazer muitas perguntas e eu... Eu não quero perder o controle, sabe? Como aconteceu hoje. - me encara. - Eu não quero machucar mais ninguém, mas foge de mim, quando eu vou ver já bati em alguém ou arrumei confusão.
- Quando você se descontrar me chama aqui, grita, xinga, soca minha parede... Só não faz mais isso. - peço, olhando em seus olhos. - ou só vem aqui para fumar na minha janela.
Ele sorri.
- Se eu te prometer que faço isso, você promete que não se corta mais?
- Prometo.
Estendo a mão para que ele aperte.
- Preparada para ser minha valvula de escape, Amber? - nego com a cabeça, ele ri.
- Eu me corto por me sentir muito triste e querer pensar em outra coisa.
- Então eu vou te destrair, até você não precisar mais de giletes estúpidas, fechado?
- Fechado.
Nossa conversa é bem aleatória e meio sem nexo, falamos sobre diversas coisas, pensamentos e medos idiotas.
- Não acredito que tem medo de cogumelos.
- Porra, eles são assustadores para caralho.
Não aguento e explodo em risadas. Eu gargalhou tanto que minha barriga dói, ele não aguenta e começa a rir também.
A porta é aberta e meu tio nos encara confuso.
- Esse som maravilhoso é oque eu estou pensando? - pergunta, fingindo não acreditar.
Talvez ele não esteja acreditando mesmo, tem tanto tempo que eu não rio assim.
- Ele não exite, tio.
- Também acho que não. Te fez sorrir, nem eu consigo. - se apoia na porta. - fui no shopping, você estava dormindo, não quis te acordar. - explica. - Está com fome?
Eu ia negar, mas Justin me forçou a comer um pouco, então eu o expulsei denovo da minha casa, mas ele apenas riu de mim.
Ficamos no meu quarto depois de comermos. As vezes em silêncio, ele puxava um assunto, ou eu.
- Está pensando em quê? - arrisquei perguntar.
- Em você.
Estamos deitados, ambos fitando o teto.
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Remember, I Love You
FanfictionEles encontraram um no outro a paz que precisavam, o irônico foi que a tempestade também veio junto com o romance.