08. Vícios.

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No banheiro dos meu tio eu encontro tudo oque preciso para fazer o curativo em Justin. Termino de por o esparadrapo e olho sua mão.

- Amanhã você vem aqui para eu limpar denovo, tudo bem?

- Sim. - nos levantamos.

Ficamos no meu quarto, desta vez na cama, ele não quer ir para janela, nem eu.

- Quem estava gritando com você na sua casa? - pergunto.

- Meu pai.

Silêncio.

- Ele veio aqui para mandar eu ir no doutor Parker.

- Você não gosta?

- Não tenho nada contra ele, mas não consigo conversar com ninguém.

- Você conversa comigo.

- Você me entende de verdade, não passou anos em uma faculdade para aprender a me entender, você tem traumas reais, isso te faz ter mais sensibilidade e não forçar nada para que eu diga alguma coisa.

Fico surpreendida.

- Eu gosto de conversar com ele. - confesso.

- Eu tenho medo de ele fazer muitas perguntas e eu... Eu não quero perder o controle, sabe? Como aconteceu hoje. - me encara. - Eu não quero machucar mais ninguém, mas foge de mim, quando eu vou ver já bati em alguém ou arrumei confusão.

- Quando você se descontrar me chama aqui, grita, xinga, soca minha parede... Só não faz mais isso. - peço, olhando em seus olhos. - ou só vem aqui para fumar na minha janela.

Ele sorri.

- Se eu te prometer que faço isso, você promete que não se corta mais?

- Prometo.

Estendo a mão para que ele aperte.

- Preparada para ser minha valvula de escape, Amber? - nego com a cabeça, ele ri.

- Eu me corto por me sentir muito triste e querer pensar em outra coisa.

- Então eu vou te destrair, até você não precisar mais de giletes estúpidas, fechado?

- Fechado.

Nossa conversa é bem aleatória e meio sem nexo, falamos sobre diversas coisas, pensamentos e medos idiotas.

- Não acredito que tem medo de cogumelos.

- Porra, eles são assustadores para caralho.

Não aguento e explodo em risadas. Eu gargalhou tanto que minha barriga dói, ele não aguenta e começa a rir também.

A porta é aberta e meu tio nos encara confuso.

- Esse som maravilhoso é oque eu estou pensando? - pergunta, fingindo não acreditar.

Talvez ele não esteja acreditando mesmo, tem tanto tempo que eu não rio assim.

- Ele não exite, tio.

- Também acho que não. Te fez sorrir, nem eu consigo. - se apoia na porta. - fui no shopping, você estava dormindo, não quis te acordar. - explica. - Está com fome?

Eu ia negar, mas Justin me forçou a comer um pouco, então eu o expulsei denovo da minha casa, mas ele apenas riu de mim.

Ficamos no meu quarto depois de comermos. As vezes em silêncio, ele puxava um assunto, ou eu.

- Está pensando em quê? - arrisquei perguntar.

- Em você.

Estamos deitados, ambos fitando o teto.

Remember, I Love YouOnde histórias criam vida. Descubra agora