Remember, I Love You

33. Usado.

- Short jeans, blusa preta e jaqueta não é roupa para encontro. - os olhos verdes de Kimberly me analisam, com uma expressão nada agradável. - por Deus, tira esse tênis. - ela levanta e vai até o closet. - acho que saltos vão combinar com o short.

- Não é um encontro! - grito, entrando no banheiro novamente.

Justin venceu quando ameaçou se ajoelhar no chão e implorar pela conversa, iria chamar muita atenção e definitivamente seria muito constrangedor.

Marcamos de nos encontrar na cafeteria as oito, deixei bem claro que as nove iria embora, ele não precisa saber, mas marquei de ver Zayn também.

- Você acha que eles vão descobrir? - pergunto a Kimberly.

- É claro que não, vai dar tudo certo, garota, e você vai se divertir com os dois mais gatos da faculdade.

Reviro os olhos, sorrindo.

- Não é um encontro. - sussurro para mim mesma enfrente ao espelho.

Justin escolheu a mesma mesa que eu estava quando ele me encontrou com seu amigo Christian.

Internamente eu sorri com isso, ele se lembrava e queria deixar claro.

- Poderia deixar eu te buscar. - se levantou quando eu cheguei, em um gesto de edição, reparei isso também.

- Então você iria descobrir em qual quarto eu estou, não, obrigada.

Ele dá uma risada discreta.

- É uma merda você me conhecer tão bem. - concordo com a cabeça. - como você está?

- Em qual sentido?

- Todos.

Durante esses anos eu não contei a ninguém, absolutamente nada. No começo foi normal, visto que eu não tinha o costume de ser muito comunicativa, tirando Justin. Depois de um tempo começou a ficar sufocante.

Eu tinha Justin para conversar sobre tudo, ele me entendia por passar pelo mesmo, não me julgava nem invadia meu espaço.

Sinto muita falta dele, mas tenho medo de deixar essa confissão sair de meus lábios.

- Bem. - me limito a essa palavra.

- Não precisa mentir para mim. - seus olhos parecem ser capazes de ler minha mente.

- E você, como está? - tento mudar o foco da conversa.

Se mexe desconfortável na cadeira.

- Por que voltou a se drogar? - sou direta.

- Eu fugi de você o máximo que pude. Minha mãe sabia em qual faculdade você estava, mas eu fiz questão de ficar um bom tempo sem vê-la, porquê sabia que ela iria me contar. Eu fugi de todas as formas possíveis, porquê eu senti na pele a dor de amar e não ser correspondido, mas depois que eu te vi no show... - passa a mão no cabelo, parecendo nervoso. - É contraditório, porquê eu usava você como válvula de escape, mas mesmo de longe consegui me manter sã sem drogas, aí quando te vi, não aguentei e corri para o primeiro cigarro que encontrei.

Respirei fundo, foi muita informação. Ele estava quase se desculpando por voltar a fumar, parecíamos aqueles adolescentes novamente. Desiludidos, confusos e apaixonados.

Não posso deixar isso acontecer novamente.

- Você tinha razão, Amber, quando disse que nossa relação não faz bem para nenhuma das partes, mas percebe que quando estamos longe é pior?

Balanço a cabeça em negativo.

- Eu ainda te amo.

Me afeta.