29. Passado.

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2 anos depois...

Kimberly anda de um lado para o outro, tentando resolver um problema que para ela é quase sem solução.

- Mas é uma Versace! - olha para a bolsa. - Eu te amo, Gucci, mas a Donatella iria me matar caso me conhecesse.

Ela fala como se as bolsas estivessem realmente tristes por não serem usadas.

- Tecnicamente Donatella não poderia falar nada, Michael Kors comprou a grife, esqueceu?

A ruiva me mostra a língua, parecendo ter três anos de idade, não vinte.

Não quero ir a festa de boas vindas dos calouros, mas ela me forçou, alegando não querer ficar sozinha, como se isso fosse possível.

Kimberly é líder de torcida desde o ginásio, agora na faculdade seus seios ficaram ainda maiores, seu longo cabelo ruivo e seus olhos verdes deixam as atenções voltadas para ela.

Somos colegas de quarto, apesar de termos cursos totalmente diferentes, ela quer ser uma advogada de sucesso como sua mãe, e eu escolhi jornalismo.

Fazem dois anos desde que eu me mudei, comecei do zero usando o dinheiro da herança dos meus pais. Joe se recuperou bem depois da morte do meu tio, ele segue em frente, mesmo sem se envolver com ninguém, ele diz que não está preparado.

Ninguém sabe de nada oque ocorreu em minha vida. Não sabem dos meus demônios, não sabem da morte dos meus pais, muito menos doque aconteceu naquele verão.

Agora posso me considerar uma garota de dezoito anos normal. Ou pelo menos tentando ser.

Não tenho mais notícias de Justin desde a nossa última conversa, ele saiu da cidade antes do enterro do meu tio, mas sua mãe foi e sem que eu perguntasse disse que seu filho estava bem.

No fundo eu queria saber onde Justin tinha ido naquele dia, no fundo eu queria saber, queria me assegurar deque ele ficaria bem... Mas as vezes temos que ir contra nosso coração, e pensar em alternativas que vá nos causar menos danos. Eu queria saber, mas poderia ficar mais chateada ainda se tivesse a resposta.

Kimberly escolhe um vestido preto para mim, com as costas nua e na minha opinião curto de mais. Não tenho escolha, segundo ela, também não posso opinar no salto que ela me da.

- Qual a probabilidade de eu não cair estando quinze centímetros mais alta? - questiono, me olhando no espelho.

- Sem rabo de cavalo, solta o cabelo e pega aquela argola linda que você comprou.

- Que você me forçou a comprar. - corrigi.

Ela veste um vestido prata, ainda mais curto que o meu, um salto da mesma cor que o meu e uma maquiagem esfumaçada.

Kimberly é confiante, sempre está sorrindo e tentando ver o lado positivo de tudo. Agradeci internamente quando a vi pela primeira vez. Não aguentaria passar quatro anos com uma pessoa chata ou tão pessimista quanto eu. Temos o nosso equilíbrio, eu a puxo quando está muito nas nuvens, e ela sempre tenta me fazer rir mais.

Tenho sorte de tê-la como amiga.

O campus está cheio de mais, por ter outra faculdade próxima a nossa, os diretores juntaram todos em uma só. A minha.

Remember, I Love YouOnde histórias criam vida. Descubra agora