12. Sentir.

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P.O.V. Justin Bieber.

Sinto a nicotina me deixando mais calmo, com as tragada mais intensas e rápidas eu me sinto cada vez mais distante da vida.

É horrível.

Antes dela eu queria acabar com o caralho da minha existência, mas agora eu quero continuar aqui para ouvir o som da sua risada.

O quanto eu posso ser filho da puta? Como posso almejar algo tão puro? Amber é como uma jóia que chegou no céu, mas nenhum anjo é bom o suficiente para tê-la. Foi quando eu a vi que tive certeza que não seria eu a poder fazer isso, ao menos trocá-la. Mas nossa mente nos engana, nosso coração nos trai e as coisas muito brilhantes e boas são hipnotizantes demais, você acha que pode alcançar, mas não pode. Eu me achei bom o suficiente, mas não sou. Nunca fui.

Nos primeiros dias ela fez algo que nem minha mãe pode fazer, ela deu sentido a tudo a minha volta. Só conversar com ela me acalmava, eu me sentia menos confuso com tudo ao meu redor, principalmente com a minha mente. As coisas faziam sentido com Amber por perto.

Depois eu fui ficando cada vez mais dependente, até que meu primeiro pensamento era ela, a pessoa com quem eu queria dividir a conquista de ficar sem fumar um dia inteiro, era ela. Eu precisava estar sempre por perto e sua reciprocidade foi algo fantástico, é tão gostosa a sensação de gostar de alguém e essa pessoa sentir o mesmo.

Me perdi em seus detalhes. Nos mais discretos, como olhar para o céu e ficar pensando. Ela faz isso sem perceber, parece pensar mais olhando o infinito azul que está acima de nós, doque em uma conversa comigo. Os detalhes mais intensos e fascinantes, são os que se referem a mim, Amber sempre fecha os olhos quando deita a cabeça no meu peito, ela respira fundo quando eu estou perto, eu penso que ela deve gostar do meu perfume e quando nos beijamos, sua respiração fica mais pesada e falha, suas bochechas vermelhas com o sangue bombeado mais forte, indica que seu coração está acelerado, será que ela sabe que o meu também fica assim, quase saltando do peito?

As vezes que preciso parar e pensar que pode acabar, o verão vai acabar um dia, assim como oque nós tivemos. Tudo pode acabar e eu tenho medo de não saber lidar com isso e piorar.

É mesmo uma merda, não?

Depois de tomar banho, eu vou até sua casa.

Adam atende e sorri ao ver que sou.

- Já sabe onde ela está. - da de ombros.

- Obrigado. - lhe mando um sorriso, discreto.

Subo as escadas, alguns passos depois bato na sua porta, mas entro antes que ela atenda.

Amber está no banheiro, mas não ouço o chuveiro ligado, meus instintos mandam eu abrir a porta, mas a decência fala mais alto.

- Sou eu. - bato duas vezes.

- Vai embora! - manda, gritando e chorando.

- O que está fazendo?

- Não é da sua conta.

Abri a porta, me deparando com a banheira vermelha e seus braços dentro da mesma. Arregalo os olhos, desesperado.

- Não chama meu tio. - ela pede, o rosto banhando em lágrimas.

- Você prometeu que...

- Me poupe. - ela me corta, enquanto me aproximo. - Você também quebrou suas promessas, tô sentindo o cheiro do cigarro daqui.

Balanço a cabeça em negativo, tirando seus braços da água suja de sangue.

Os cortes não estão tão fundos, mas são muitos. Vejo uma gilete jogada no chão, a pia do banheiro também está suja.

- Onde está o primeiros socorros?

- Dentro do armário.

Pego a caixa, me sento no chão a sua frente e começo a limpar seus pulsos. Tem muitas cicatrizes, algumas já estavam curadas, mas os cortes novos a fizeram abrir também. Meu peito aperta.

- Dói? - pergunto, quando ela afasta levemente o braço.

- Onde? - é sarcástica.

- Está pensando em quê? - suspiro.

- Que mesmo com raiva de você, eu sinto sua falta. - encaro seus olhos, ela funga, tentando controlar o choro. - Está pensando em quê?

- Que eu odeio ver você assim. - olho para os seus ferimentos. - me machuca.

- Você não sente oque eu sinto.

- Eu sinto bem mais, porquê eu detesto ver você chorando, mas é sempre por minha causa, então eu me odeio duas vezes, por você e por mim.

Ficamos em silêncio, até eu terminar o curativo e nós sairmos do chão do banheiro.

No quarto, eu me sento na janela, mas de frente para ela, que encara cada detalhe do meu rosto, faço o mesmo. Seus traços são bonitos e expressivos, seu nariz é fino e bonito, seus lábios são desenhados e convidativos, seus olhos são lindos, um castanho escuro profundo e intenso, combinando com seus cabelos da mesma cor.

Nos assustamos com o trovão, olhamos pela janela e os pingos começam a cair do céu, cada vez mais forte.

- Eu fui muito babaca hoje, me perdoa. - peço, segurando suas mãos.

- Quando vai perceber que eu não quero ficar longe? - Amber me olha nos olhos.

- Eu sou muito fodido... Muito fodido para você.

- Quem não é, Justin? Todos nós temos defeitos e...

- Desfeitos? Eu queria ter defeitos, Amber, mas não... - ela me corta.

- Eu também não sou perfeita, mas eu gosto de você e não dá para ficar pensando só em como nós somos, eu quero pensar no quanto você me faz bem.

Sou surpreendido, quando seus lábios atacam os meus, seguro sua nuca, a trazendo para mais perto, querendo mais contato.

Amber anda até a cama, sem desgrudar de mim, me deito sobre ela, entre suas pernas. Aprofundo o beijo, apertando sua coxa, ao mesmo tempo em que minha língua entra em sua boca. Meu membro toma vida em baixo dela, o sinto pulsar, mas minha cabeça de cima faz eu parar, antes de faça merda.

- Preciso parar por aqui. - beijo sua testa.

- Precisamos. - ela fica vermelha.

- Não fica vermelha, é fica mais bonita ainda.

- Não me pede isso.

Amber me empurra para o lado, eu dou uma risada e a puxo para mais perto, ela se afasta, por ainda estar sem graça, seguro seu rosto e lhe dou um selinho, meu lábio inferior fica entre seus dentes, eu aperto sua coxa para ela soltar.

- Vamos ver um filme. - segure.

- Série.

- Qual?

- Estam falando de uma...

- Não pode ser La casa de papel.

Amber força um sotaque, fica sexy quando ela diz.

- Vai ser essa.

- Não. - faz careta. - Pode ser Friends, é legal.

- Nunca vi.

- Não?! - franze o cenho. - Eu só vi até a segunda temporada, mas é legal.

- Vamos ver se La casa de papel é boa, se não for nós começamos essa.

Ela concorda reclamando, mas nós assistimos todas as temporadas durante toda a tarde, entre risos e beijos, debates sobre algumas coisas da série que não concordamos e outras conversas curtas e aleatórias.

Ao anoitecer Amber adormece em meus braços, sinto meus olhos pesarem e acabo pegando no sono também.

Remember, I Love YouOnde histórias criam vida. Descubra agora