13. Segredos.

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P.O.V. Amber Price.

Minha mãe está gritando com meu pai como sempre. Eles trocam palavras ofensivas e palavrões que eu nunca tinha ouvido antes. Da sala eu observo tudo, assustada como sempre.

Mamãe grita de forma histérica, pegando uma faca da gaveta.

O grito saí do fundo de minha garganta, sinto meu corpo tremer, mas nada que eu diga ou grite faz com que ela pare.

- Não!

É a última coisa que eu falo, antes de abrir os olhos, completamente assustada.

Meu quarto está escuro, a cama vazia, mas os lençóis tem um cheiro familiar.

Justin.

Ainda assustada com o pesadelo, pego meu celular e disco seu número. Ele atende no terceiro toque.

- Oi. - sua voz rouca e sonolenta é perigosamente boa demais.

- Desculpa, tive um sonho horrível, não consigo dormir. - me sento, passando a mão pelo cabelo bagunçado.

- Tudo bem. Quer falar sobre o sonho?

Suspiro.

- Foi com os meus pais. - mordo o lábio inferior.

- Sobre o acidente? - nego com a cabeça, mesmo sabendo que ele não pode ver.

- Não foi bem um acidente, eles dizem isso,achando que... - fecho os olhos. - Achando que vão melhorar as coisas na minha cabeça. - respiro fundo.

- Como assim? Eles quem, seus tios?

- Também.

- O que de fato aconteceu?

- Muitas coisas.

Me deito denovo, fitando o teto e ouvindo sua respiração pesada, do outro lado da linha.

- Que tipo de acidente levou a morte deles, Amber? - Justin tenta ser o mais cauteloso possível, percebo isso, até aprecio, porém é um assunto delicado de mais.

- Vai entender se eu disser que não quero falar sobre isso agora?

- Sim, é claro.

Suspiro de alívio.

- Vou beber um pouco de água, não sei... Tentar me acalmar.

- Qualquer coisa me liga.

- Obrigada, Justin. Boa noite.

Encerro a ligação. Lavo meu rosto no banheiro, em seguida abro a porta com cuidado para não fazer nenhum barulho muito alto e desço, indo para cozinha. Dentro do armário encontro um chá de camomila, boto a água no fogo e espero ferver, enquanto penso um pouco.

- Insônia? - meu tio pergunta, não me assusto, pois ouvi seus passos.

- Pesadelo.

- Precisa por mais água que isso, querida. - ele beija minha testa, antes de pegar a chaleira e encher um pouco mais. - Foi com oque, ou quem? - pergunta se sentando.

- A noite que meus pais morreram. - tio Adam se mexe desconfortável sobre a cadeira. - Por quê ninguém pode me falar a verdade? Eu sei oque aconteceu, e sei que não foi um acidente como todos dizem.

- É complicado, a perícia constatou uma coisa, os agentes especializados em homicídio disseram outra, eu só quis te proteger disso tudo. - ele segura minha mão, olhando nos meus olhos.

- Eu vi, tio.

Meus olhos ardem, com as imagens passando como flashes.

- Amber...

Remember, I Love YouOnde histórias criam vida. Descubra agora