P.O.V. Amber Price.
Eu juro que podia sentir meu coração sangrando. Juro que a cada batia, doia mais e mais, de uma forma que nunca tinha doido antes. Juro que quando ouvi o barulho da porta batendo, ouvi os passos daquele que me dava esperança indo embora, fez tudo andar em câmera lenta, e os segundos viraram minutos, os minutos se arrastavam, com o passar das horas eu só queria parar de chorar.
Promessas são uma coisa muito importante para mim, porquê eu não consigo mentir. Pelo menos não conseguia, então, quando peguei a gilete e depois de alguns segundos vi o sangue nos meus pulsos, eu gritei internamente. Parecia que a dor de estar quebrando uma promessa... A nossa promessa, só fazia doer mais.
Eu queria morrer, mais doque nunca, eu queria acabar com a droga da minha vida, para tentar parar a dor feita pelo meu primeiro amor.
A fina espessura de metal não fez cortes fundos o suficiente dessa vez, mas eu continuei tentando, até não ver mais a cor da água.
Vermelho.
Eu só via essa cor. Me senti cada vez mais fraca, minha falta de consciência sendo descontada nas lágrimas que caiam como cachoeira.
Até que tudo foi ficando mais escuro, e aos poucos foi parando de doer. Eu não sentia mais nada. Nem a rejeição. Eu me sentia leve.
Tudo ficou escuro de vez, eu rezei para ter morrido de uma vez, rezei para dessa vez ter dado certo. Mas, ouvi a voz desesperada de meu tio, então sabia que o ciclo havia voltado, voltaríamos para o hospital, e depois de algumas horas iria para casa denovo, mas eu não quero mais lutar para continuar aqui.
Fecho meus olhos e não me esforço nem um pouco para mantê-los aberto, como Joe me pede.
Eu apago.
O mesmo médico que me atendeu a primeira vez que passei aqui sorri ao me ver.
- Outra vez, senhorita Price. - Arthur verifica o aparelho ao meu lado, ele emana otimismo, chega a ser palpável.
Seu modo de olhar as coisas, o tom da sua voz, a confiança que ele transmite. É tão irônico para um cara que já passou por tantas coisas, e tem como profissão tentar salvar a vida das pessoas.
Eu invejo ele.
- Ninguém entende que eu não quero mais. - sussurro. - Sabe quando você só quer ir de uma vez, quando nada mais fez sentido e...
- Eu entendo isso. - encaro seus olhos. - Mas lembra do propósito que eu te falei.
- Meu propósito é ser um fardo na vida de todos.
- É uma pena que pense assim.
Ele se vira e sai.
Simplesmente me deixa sozinha, fazendo eu pensar: Nem ele, que deve ser uma das pessoas mais otimistas que eu já encontrei que ficar comigo.
Eu realmente preciso partir logo.
Uma enfermeira entra, com um remédio e me pergunta se pode autorizar a entrada dos meus tios, nego, dizendo que estou com sono. Não é mentira.
Acordo três horas da manhã, sentido meu pulso doer, tiro a atadura de forma lenta, vendo os vários cortes, os mais fundos que eu já fiz.
No meu celular tem mensagens dos meus tios e de Pattie.
Me assusto quando vejo que ela conseguiu meu número, mais ainda quando leio sua mensagem.
"Querida, não sei se Justin vai dormir aí ele não me disse, mas desejo melhoras.
Beijos, Pattie."
Ele dormiu aqui? Mesmo depois da nossa briga, Justin fez questão de vim me ver.
Amber: Está aonde?
Em questão de segundos ele vizualiza, me fazendo perceber que estava acordado.
Justin: Não me falaram o número do seu quarto.
Olho em direção a porta.
Amber: 17.
Bloqueio o celular, respirando fundo.
Pouco mais de um minuto depois a porta é aberta.
Seu rosto está cansado, mesmo assim ele contínua lindo. Justin usa um boné virado para trás, que o deixou com um ar despojado.
O que me incomoda é o cheiro do cigarro, mas não posso ser hipócrita e pedir explicação.
- Está pensando em quê? - ele se aproxima e senta na ponta da cama.
- Gostei do seu boné. - aponto, ele sorri, fazendo as borboletas voarem pelo meu estômago. - Está pensando em quê?
- Lembra que eu disse, que você era a única que merecia minha verdade?
- Sim.
- A verdade é: Eu estava com raiva de você, mas eu não sei porquê... A questão, é que eu não consigo ficar com raiva, entende? Eu não consigo mais me afastar, e querer sair da cidade foi a coisa mais estúpida que eu já tentei fazer. Enquanto eu esperava notícias suas, só sentia medo de te perder, porquê sinceramente, Amber, você foi a coisa mais próxima da vida que já cruzou meu caminho, e por mais fodido que eu seja, eu não posso te deixar agora.
- Eu também não quero que você vá.
É isso, eu estou completamente, apaixonada por Justin Bieber. Ele me tem de muitas formas, e eu não posso mais fugir disso. Não posso fugir dele, porquê todos os meus caminhos me levam até ele. Até nós.
Me sinto inerte de qualquer coisa quando estou do seu lado, e quando seus lábios encontram os meus, eu sorrio entre o beijo, é uma mistura de alívio com outra coisa bem intensa, eu só quero que dure para sempre, pois parou de doer. Tudo aqui dentro parou de doer e está em paz. Minhas tempestades se acalmaram, ele tem esse poder sobre mim, eu amo isso e odeio na mesma proporção.
Odeio o fato de não valer de nada as barreiras que construí. Ele as quebrou com um sorriso, um beijo, ou um abraço.
Para contrariar tudo oque eu penso, e provar que o amor é a mais pura loucura, eu amo tudo isso. Dos seus defeitos, as suas qualidades, da sua escuridão e da luz que ele me trás, eu amo cada detalhe e espero ser retribuída, porquê chegamos no céu, e cair não é uma opção. Não agora.

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Remember, I Love You
FanfictionEles encontraram um no outro a paz que precisavam, o irônico foi que a tempestade também veio junto com o romance.