6 A NATUREZA HUMANA 00

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Charles já entra para a polícia sabendo o que o queria: ganhar dinheiro. Por isso era um dos policiais mais corruptos da corporação, muitos companheiros de trabalho tinham medo dele, e não queriam trabalhar no mesmo patamo, pelo seu envolvimento com o crime. Ele recebia dinheiro de diversos esquemas ilegais para dar cobertura, vazar informações, e deixar funcionando sem ser incomodado por outro policial.

Charles costumava prender traficantes e pedir resgate para não levá-los presos, como deveria fazer.

Tinham outros policiais que queriam matá-lo por ele ser bandido e não valorizar seus companheiros de trabalho, pois ele prendeu e não procedeu como deveria, de levar um criminoso para a delegacia, que é um traficante que gosta de matar policial, outros companheiros de profissão achavam que ele deveria ter matado o traficante, pois ele era conhecido por executar policiais e tinha matado um sargento do batalhão onde ele servia de forma cruel e covarde, mas Charles não era corporativista, ele na verdade só pensava nele, na realidade, o fato de o traficante ser assassino de policiais, foi usado por ele para aumentar o valor do resgate, pois Charles o ameaçou entregar a outros policiais. Ele sabia que o traficante era um dos cabeças da facção, por isso pediu um valor de R$ 600.000,00 ASul (ASul é a moeda do bloco econômico Mercosul), que foi recolhido em várias bocas de fumo de vários morros e favelas do Rio. Com a grana em mãos ele soltou o traficante, por causa desse episódio, Charles sofreu alguns atentados, mas todos sem sucesso, por não terem conseguido matá-lo e por ele saber o endereço e conhecer a familiar de muitos deles, só aumentava entre outros policiais o temor por ele, por conta disso e de outros conflitos, Charles já havia assassinado muitas pessoas, até colegas de profissão, mas ninguém conseguia provar a culpa dele nas mortes, e outros se calavam por medo.

No momento do arrebatamento, ele estava de serviço, com a sua equipe. O telefone dele toca, era o seu superior, chamando-o para uma reunião extraordinária no 21o Batalhão onde ele servia, Charles ficou preocupado com a convocação aquela hora da noite, achou que seria preso ao chegar no Batalhão, ou ser morto no caminho, pego por uma emboscada.

Ao chegar, ele percebe que o batalhão está cheio, todos os policiais foram convocados para estar de serviço hoje, até os que estavam de folga e reservistas.

O Comandante, que queria se livrar dele, ao receber uma ligação do pessoal do governador, solicitando uma equipe policial emergencial para um novo órgão militar, a serviço do governo mundial, o comandante explica a Charles o seu dever e função, que é de seguir e prender crentes. Os que aceitarem negar o nome de Jesus terão os seus bens liberados, mas os que não aceitarem terão seus bens confiscados pelo governo mundial.

Para quem vive de esquema e corrupção vê oportunidade em tudo, Charles aceitou na hora, ele percebeu que ali estava a sua aposentadoria, o interesse dele era fazer o máximo de negócios possíveis, pois era assim como ele via, e aquela era uma oportunidade ímpar.

Charles e seus comparsas combinaram de fazer com que o máximo de crentes negassem o nome de Jesus e assim terem os bens liberados. O governo mundial ainda estava liberando um bônus para cada pessoa que negasse, o que ele combinava com cada pessoa era que negando o nome de Jesus, ele aceleraria o processo de liberação da grana em trocade uma porcentagem, que levaria de cinco por cento a dez por cento. Ele sorriu com seus companheiros, disse que é o dizimo, eles já estão acostumados a pagar esse valor mesmo, e como agora não têm mais igreja e nem mais pastor para receber o dízimo, eles vão dar para a gente, a partir de agora nós somos os pastores deles e todos sorriem.

Charles, mesmo começando a colocar um projeto criminoso em ação, o de dominar o morro da Vila Ruth para instalar a milícia no local, não abriu mão de ser o responsável por esse novo departamento, a COMP, no município de São João de Meriti. Ele quer mais poder e influência, pois tudo isso é revertido em dinheiro e proteção, e o projeto de implantação da milícia já estava em andamento. Ele já começou a extorquir os comerciantes, na parte de baixo, no lado noroeste do morro da Vila Ruth e muitos já o pagavam por medo de serem roubados, na verdade a taxa de proteção, era para ele e seus amigos não roubarem os comerciantes.

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