Caído ali naquele chão, sentindo o seu sangue quente escoando, Jefferson se lembra do que a sua mãe disse para ele ontem, naquele mesmo lugar: Levanta logo... ...vamos embora que ainda temos muito chão pela frente.
Jefferson rola para a entrada do beco onde estão seus amigos, levanta e sai correndo gritando para os outros:
– Ele está vindo, corram.
Todos ficam aliviados pelo amigo, mas estão com medo do policial Charles que está vindo para atirar em cima deles; mesmo assim, eles vão subindo correndo as escadas do morro da Vila Ruth.
Jefferson não caiu com o impacto da bala, ele se antecipou lançando-se no chão, a bala pegou de raspão no ombro dele, se ele não fizesse isso, Charles o teria acertado pelas costas em cheio.
Charles não se conforma em tê-los perdido mais uma vez, e começa a disparar os projéteis em direção ao beco onde eles subiram, mas sem possibilidade de os acertar; estava era com raiva, apenas descarregando o pente da sua pistola.
Charles começa a gritar:
– Eu vou pegar vocês, todos vocês, um a um, não vou descansar enquanto não conseguir isso, principalmente vocês dois, Matheus e Juliana.
Charles manda dois homens levarem o corpo do Rocha. O resto, manda que o acompanhe na escalada ao morro, em busca deles.
Matheus, Jefferson, Juliana, Patrick e Patrícia param em um largo na subida do morro, eles têm de se dividir, não podem subir todos juntos, pois os traficantes podem confundi-los como integrantes de outra facção; os que conseguirem fugir da caça do policial Charles e dos perigos de serem confundidos com traficantes de outra facção, só vão conseguir se salvar quando chegarem na casa do Jefferson.
Juliana e Matheus seguem o beco da esquerda, Patrick no beco do meio, Jefferson e a Patrícia no da direita.
Eles não esperavam que, já dentro dos becos no morro da Vila Ruth, eles fossem ter que correr, eles não achavam que o policial Charles subiria atrás deles num morro cheio de traficantes, mas eles não sabem que esse lado do morro pertence a milícia do Charles.
Juliana está muito cansada e não aguenta mais, está exausta para continuar subindo as escadas correndo, e os degraus das escadas dos becos do morro da Vila Ruth são todos irregulares, com todos os tamanhos, tem degraus com mais de vinte e cinco centímetros de altura, outros com espelho, com menos de vinte centímetros, isso dificulta ainda mais a fuga e Juliana não aguenta mais. Ela para no meio do caminho.
No beco, não dá para correr de mãos dadas, por isso, o casal não está tendo contato, Matheus sobe uns metros correndo, até perceber que ela não está correndo mais. Ela está lá atrás parada, chorando, Matheus desce, voltando alguns metros para buscá-la, e ela fala com ele:
– Será que os meus pais não estavam certos, Matheus, será que vale a pena ficar fugindo, correndo, viver se escondendo?
O que ela não sabe é que Charles está subindo o beco atrás deles.
– Só mais um pouquinho... – diz Matheus que a abraça e a puxa pelas mãos.
Juliana puxa a mão dela da dele, para Matheus a largar, Juliana está decidida a não fugir mais, ela não aguenta mais correr, nem ficar em pé.
Matheus e Juliana estão parados, enquanto o policial Charles vem correndo atrás deles, ele os avista e dispara contra os dois, Matheus rapidamente coloca Juliana na sua frente e a leva empurrando pelas costas e correndo pelos becos escuros, do morro da Vila Ruth, um pouco mais à frente, tem uma esquina escura, onde estão vários traficantes, já com as armas engatilhadas, prontas para disparar.
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PERSEGUIDOS
Spiritual2º lugar no Concurso Sakura e 3º lugar no Concurso de livros 2º edição ambos na categoria Espiritual. A mensagem que todos recebem no whatsApp vai te surpreender. Em uma noite super quente no campinho que fica no alto do morro da Vila Ruth, está ha...