8 O FIM DE TUDO 02

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Patrícia ficou desorientada e desamparada. Seus amigos de infância foram embora, seus amigos militantes de equipolência a desprezam. Sem saber o que fazer, não pode ir para casa, não tem para onde ir, e está com medo de ser presa. Quando o telefone dela toca, é o presidente estadual do partido EB - Equipolência Brasileira, professor Anderson, aquele professor que ridicularizou a fé cristã em uma aula de história.

O TI do COMP, procurando informações sobre a Patrícia, viu que ela troca bastantes informações com essa pessoa, e repassou esse dado para o policial Charles e o número do telefone dele, Charles, que já tinha ido a casa dela, mas não encontrou os seus pais, resolve usar essa arma, mesmo sem saber, ele escolhe a mais poderosa, que já havia derrubado ela da fé cristã uma vez, o seu professor Anderson.

Enquanto Cleiton falava com Patrick, o policial Charles ligava para o professor Anderson de outro celular de um dos agentes. Charles conta que Patrícia estava fugindo do COMP com outros quatro adolescentes, por se recusar a negar o nome de Jesus. O professor Anderson era deputado federal, um político de equipolência respeitado, que se considerava o detentor da moralidade, e disse que com ela Charles não faria nada. Charles responde que dependeria dele, se ele conseguisse convencê-la a mudar de ideia, parar de fugir e se entregar, ela estaria livre, mas sob uma condição, ela teria de entregar onde estavam os seus amigos. Charles usou com ela a mesma estratégia que usou com o Patrick, pois queria garantir que se um deles não aceitasse trair os seus amigos, teria ainda outra opção.

O professor deputado Anderson sorri aliviado e diz:

– É só isso, policial? Ela tem que entregar quatro amigos foragidos por se recusar negar o nome de Jesus, ou seja, ela tem de entregar quatro crentes e também negar o nome de Jesus. Só isso que ela tem de fazer para não ser presa? Isso é fácil.

O professor Anderson liga para a Patrícia, ela vê que é ele e atende de imediato.

– Alô, Patrícia!

– Oi, Anderson.

– Patrícia, o que está acontecendo? Recebi uma ligação de um policial de uma divisão que eu e mais outros deputados de equipolência encabeçamos, para ser acatada com urgência, a COMP. Nós conseguimos que o Brasil fosse pioneiro na implantação dessa ordem do governo mundial para perseguir os crentes, aí ele me liga e fala que você é uma fugitiva dele e que agora é crente, eu disse que não era você, que ele estava lhe confundindo com outra pessoa, quando ele me mandou uma foto sua com a inscrição "foragida do COMP" eu não acreditei, pensei, tenho de falar com ela. O que está acontecendo com você, Patrícia?

– Não sei, Anderson, eu estou confusa, foi tudo muito rápido, eu estava com os meus amigos de infância, eles eram todos desviados e decidiram que não negariam e eu também entrei nessa... Não sei mais o que faço.

– O policial me disse que ele só estava me ligando, pois os seus pais também foram abduzidos.

– Meus pais não foram abduzidos, eles foram arrebatados, eles eram crentes, fiéis a Cristo.

Nesse momento, ela enfrenta até o professor Anderson, pois ela se arrepende muito do que fez com seus pais, momentos antes do arrebatamento, e ela sabe que não terá mais a oportunidade de pedir perdão, de falar que se arrepende, de ir para a igreja com eles, tudo isso dói muito dentro dela, ela aceita tudo, menos desrespeitar a fé dos pais dela, ainda mais agora que eles não estão mais aqui para ela se retratar com eles, por ter lhes faltado com respeito horas atrás, por isso ela não aceita falar que eles foram abduzidos.

– Patrícia, um membro do alto escalão de uma das igrejas mais tradicionais que professa a fé cristã, já tinha matéria e estudo falando sobre esse possível evento, ele disse que a instituição estava preocupada porque teria a árdua tarefa de atualizar a sua doutrina principal, quando o contato extraterrestre se tornar anunciado por autoridades e por governos de todo o mundo durante os próximos anos.

– Não, meus pais foram arrebatados por Cristo, que veio levar os fiéis, as pessoas verdadeiramente boas, que amam o seu próximo, que verdadeiramente não são preconceituosos e hipócritas. Se não foi Cristo que levou o melhor da terra como está na Bíblia, separando o joio do trigo, para dar início ao julgamento dos infiéis da terra, se não for isso, eu não entendo por que razão uma vida superior e inteligente viria aqui na terra para levar a escória, os preconceituosos, os retrógrados, os cânceres da sociedade, os intolerantes, como são considerados os crentes por muitos.

Professor Anderson, impaciente, responde:

– Eles vieram para nos ajudar a viver no mundo melhor, para termos paz, prosperidade, o fim dos conflitos, das guerras, e não há fórmula melhor de resolver um problema que eliminando ele, sem essa gentinha, nós não teremos mais quem pregue o ódio no mundo, agora sim viveremos em um mundo de paz, e é o seguinte, Patrícia, eu não quero discutir isso com você, eu quero lhe ajudar agora, se não você vai ser presa junto com o resto dessa escória que ficou, e eu lhe digo, você não vai querer isso para a sua vida, então esqueça isso, que eu ainda posso te ajudar. E onde você está agora? Está longe do centro de São João de Meriti?

– Sim, estou.

O professor Anderson, o deputado federal, não fala para ela todas as exigências feitas pelo policial Charles, que ela teria de negar e Jesus e entregar seus amigos.

– Tem como chegar lá?

– Eu não tenho, estamos em toque de recolher, não tem ninguém na rua, e nenhuma linha de ônibus está rodando, posso chegar ao centro de Vilar dos Teles.

– Ótimo, vai indo em direção ao centro do Vilar dos Teles, vou pedir ao meu motorista para lhe apanhar lá e te levar para o nosso cantinho.

O cantinho que ele se refere é que há algum tempo, ele e a Patrícia eram amantes, e tinham uma casa onde se encontravam, para o seu romance secreto.

– Está bem, estou indo, mas se no caminho alguém me parar, o que faço?

– Vou lhe passar uma senha, se algum carro da polícia ou doCOMP te parar é só falar que eles vão te liberar na hora, pessoa 666 data 00/00/0000.

– Ok, Anderson, estou indo. Você chega em quanto tempo?

– Estou indo pegar o jatinho particular agora, em uma hora devo estar chegando aí.

– Ok, Anderson.

Charles conseguiu separar completamente o grupo, Matheus e Juliana fugiram juntos, e agora estão traumatizados em ter visto o policial Charles matar os pais dela.

Jefferson, aborrecido, foi embora sozinho para a casa dele.

Patrick está indo se encontrar com Cleiton e com o Charles para negar a Jesus como o único salvador e trair os seus amigos.

Patrícia está indo se encontrar com o professor Anderson, seu amante, que ela não sabe, mas quando estiver com ele vai ter de negar a Jesus como filho de Deus e trair seus amigos também.

O policial Charles, devido a sua profissão, tem uma mente muito maliciosa, muitas vezes ele teve de pensar com a mente de bandido para conseguir prendê-los, com isso ele se antecipa nas ações para capturar os meliantes, e foi o que ele fez com os cinco. A estratégia foi bem-sucedida, ele conseguiu dividir e desestabilizar o grupo. Matheus e Juliana quase foram presos e estão novamente expostos e correndo perigo sozinhos na rua, abalados emocionalmente por verem os pais de Juliana serem assassinados diante deles.

Jefferson, por todo trauma que viveu com amizades e devido à situação estar muito complicada, preferiu ir embora sozinho.

Patrick recebe uma ligação do seu namorado Cleiton, que mexe com a sua estrutura, por causa disso ele abandona até a sua melhor amiga Patrícia sozinha, correndo perigo e vai embora.

Patrícia está desorientada com a ligação do professor Anderson e está indo se encontrar com ele.

Charles já tem como certo a captura de Patrick e Patrícia. Quanto a Matheus e Juliana ele tem uma grande esperança de prendê-los em breve, pois desconfia que eles estejam pelo perímetro, então ele vai mandar intensificar a patrulha na redondeza pelas ruas transversais e paralelas às principais, só vai ficar faltando o Jefferson, que ele não liga, sabe que uma pressão no dono da boca ele o entrega de mão beijada, para a polícia não atrapalhar a venda de droga no local.

O policial Charles tem tudo planejado com seus homens. Antes do raiar do Sol, todos os fugitivos estarão mortos.

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