Quarta-feira. Chegar cedo. Pastor Alex.
No dia anterior eu havia feito de tudo para evitar sequer olhar para o Pastor Alex, mas era impossível. Ele morava na igreja e qualquer coisa que eu precisasse fazer, tinha que ir até lá.
Observando mais atentamente, ele e Mônica realmente se pareciam. A pele clara, o cabelo tão escuro quanto os olhos e uma postura que colocava respeito em qualquer um, mas Mônica só parecia ser brava na primeira impressão, logo demonstrava o quão doce e gentil poderia ser, já quanto mais eu conhecia o Pastor Alex, mas ele parecia ser frio, duro e distante.
Quando eu cheguei a igreja, até as luzes do salão ainda estavam apagadas e apenas Paulo estava na porta da igreja fazendo ponto de fé.
-E aí, Obreira! –Ele me cumprimentou. –Chegou cedo hoje...Sorri satisfeita comigo mesma:
-O Pastor Alex está aí?
-Ele está lá em cima, almoçando.
"Quem está atrasado agora, em?" Perguntei para mim mesma e depois pensei o quão infantil eu estava sendo. Balancei a cabeça e comecei a arrumar algumas coisas que estavam na salinha, quando finamente o Pastor Alex chegou, sussurrei uma boa tarde, mas como era de se esperar, ele nem sequer olhou para mim, apenas olhou para o relógio que estava pendurado na parede confirmando as horas.
Duas e quinze. Pareceu que desapontado que eu havia chegado cedo e não tinha como ele brigar comigo.
-Toma. -Ele caminhou até mim e colocou uma garrafa com o conteúdo azul na minha frente.
-O que é isso?
-Desinfetante, já que a senhorita nunca acerta o cheiro ideal.
-Achei que tinha gostado de Eucalipto...
-Não, ele era o menos pior.
Respirei fundo e isso atraiu o olhar dele para mim. Novamente ele me olhava como se estivesse vendo a minha alma.
-O que é isso?
-Isso o quê? -Perguntei confusa.
Ele pegou a manga do meu vestido:
-Seu uniforme está todo amassado!
-Mas eu passei... -Sussurrei.
-Nem passar seu próprio uniforme você consegue, Obreira! -E novamente ele estava furioso. -Vai desamassar isso para trabalhar na reunião dignamente!
-Oi? -Esperei que pela primeira vez, só dessa vez, ele estivesse brincando, mas nenhum sorriso surgiu daquele rosto tão duro. -Pastor, não tem como eu passar, aqui não tem ferro...
O Pastor Alex levantou a mão como se pedisse silêncio, se virou e subiu as escadas do escritório, assim que voltou trazia um ferro em suas mãos e entregou a mim.
-Para de arranjar desculpas e comece a procurar por soluções! Deus merece o melhor ou o pior?
-O melhor. -Respondi seca.
-Quantos anos de Obreira você tem?
-Quase quatro anos.
-E já está esquecendo o que aprendeu?
-Não, senhor...
-Vai passar seu uniforme, e rápido! O Pastor José gosta de começar a reunião no horário.
Subi as escadas para a salinha das Obreiras e respirei ainda mais fundo. Olhei para o espelho e vi apenas um lado que estava amassado, que deveria ser por conta do meu próprio corpo, um detalhe tão pequeno que certamente por outra pessoa passaria despercebido.
Outra pessoa, não o Pastor Alex.
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Um amor quase perfeito.
SpiritualE se a pessoa perfeita que você idealiza para si mesmo não fosse o que Deus tem preparado de perfeito para você? Sara tem dezenove anos e acabou de ter todo o seu conto de fadas perfeito destruído em menos de cinco minutos. Ela sabe que Deus cuidará...