Um amor quase perfeito.

Rica em Londres.

"Mas o que vai adiantar, Sara?"

A pergunta de Mônica pareceu gritar dentro da minha cabeça.

-Pastor, eu preciso falar com o senhor. -Falei antes que eu perdesse a coragem.

-Sobre? -Ele parou e enfiou as mãos nos bolsos.

-Sobre o Pastor Alex. -Minha garganta secou

O Pastor José olhou para Mônica, mas era como se do nada, as sapatilhas azuis dela haviam se tornado a coisa mais interessante do mundo.

O Pastor olhou para mim e sorriu:

-Então finalmente ele te falou? -Mônica alarmou os olhos para o Pastor.

-Falou o quê? -Perguntei confusa.

-Aí meu Deus! -O Pastor José levou a mão sob a boca.

-Falou o quê, Pastor?

Ele olhou para Mônica como se pedisse ajuda, mas realmente suas sapatilhas era melhor do que qualquer confusão que o Pastor havia acabado de entrar.

-Nada... -O rosto dele apazigou. -Acho que eu me confundi, era pra eu ter perguntado para a Rebeca. -Arquiei uma sobrancelha, eu e Rebeca não éramos tão parecidas assim. -Mas o que você ia me falar mesmo?

Mônica olhou para mim com o rosto sem expressão alguma. Uma parte de mim queria gritar que ela só estava agindo daquela forma porque Alex era seu irmão, mas outra começou a pensar no que ela havia falado.

Do que adiantaria eu reclamar?

Só iria mostrar mais uma vez para Alex que eu era fraca, uma criança que por qualquer motivo saía correndo pra mamãe.

Eu era forte. Eu havia vencido o vacilo do Ruan, o que era o Pastor Alex?

Passei as mãos pelos olhos:

-Nada, Pastor. Deixa quieto.

-Tem certeza?

-Sim. -Disse respirando fundo.

Se eu ganhasse um real toda vez que eu respirava fundo por causa daquele Pastor, eu estaria respirando fundo rica em Londres.