Um presente para o Pastor Alex.

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     -... Eu comprei um presente para o senhor, Pastor! -A voz de Rebeca veio até mim quando eu estava me aproximando da salinha de campanha.

     Desde pequena minha mãe sempre havia me ensinado a ser educada, não se intrometer no que não era da sua conta, ficar calada quando sua opinião não adiantaria e um dos principais: Não escutar conversa de outras pessoas escondida.

     Eu sabia que deveria dar meia volta, ou entrar interrompendo a conversa dos dois, mas a estranheza daquele momento me fez ficar aonde eu estava.

     Reunião de segunda-feira. A tarde. Obreira Rebeca. Presente. Pastor Alex.

     Não precisava ser nenhum gênio para saber que quando o assunto terminava com o Pastor Alex, não sairia tudo bem.

     E um dos problemas era que Rebeca não sabia disso. Ela poderia ser uma das melhores Obreiras, mas quando deixava a emoção falar por si, tudo se arruinava.

     Por experiência própria com Ruan, eu sabia o quanto a ansiedade poderia acabar até com aquilo que não tinha como dar errado.

     -Um presente? -Ele perguntou e eu podia imagina-lo franzindo suas sobrancelhas.

     -Isso! Sempre imaginei que uma camisa azul escuro no senhor combinaria muito com o seu tom de pele! -Ela falou animada.

     -Com que intenção você está me dando esse presente? -Ele perguntou e parecia até calmo.

     -Co-com nenhuma! -Rebeca gaguejou.

     -Era o que eu suspeitava. -Escutei alguns passos e o barulho como se ele amassasse a embalagem que estava a camisa. -Saiba que eu não sou comprado com mimos ou com elogios. Eu não estou desesperado a procura de uma esposa!

     -Ma-mas eu não disse isso... -Rebeca tentou se explicar.

     -Não precisa dizer quando as atitudes mostram isso. Vou repetir apenas uma vez, não importa se você é filha de Pastor ou sei lá o quê! Pode ser até filha de Bispo, se afaste de mim!

     -Mas Pastor... -Sua voz parecia de choro e eu sabia que era a hora de entrar antes que o Pastor Alex terminasse de quebrar o coração de Rebeca.

     -Boa tarde! -Entrei e cumprimentei em alto e bom som. Assim que olhei para os dois, o Pastor Alex respirou fundo e olhou para o seu relógio de pulso.

     -Você está...

     -Atrasada. -Finalizei a frase. -Desculpe, Pastor. Tive um pequeno atraso, não irá se repetir. -Falei e antes que ele falasse algo comecei a falar com Rebeca. -Beca, que bom que você veio me ajudar hoje!

     Ela forçou um sozinho, por mais que eu soubesse que o Pastor Alex era um grosso, eu tinha que reconhecer que Rebeca havia errado. Ela não precisava se arrastar aos pés dele para ser notada.

     Respirei fundo, entender que a carência, a emoção, a ansiedade e os sentimentos usados em qualquer ocasião da nossa vida dava errado, requeria um tempo e muita dor de cabeça.

Um amor quase perfeito.Onde histórias criam vida. Descubra agora