Um amor quase perfeito.

Me desculpe.

Rebeca não era uma pessoa ruim, na verdade ela era uma ótima Obreira. Ela era filha de Pastor, mas não morava com os seus pais, havia decidido firmar sua vida em apenas um lugar até que Deus desse a oportunidade de servir como seus pais também.

     Tínhamos a mesma idade, mas não tínhamos nada em comum. Ela era como uma boneca, e mesmo que dissesse que estava "desarrumada", bem... ela parecia arrumada.

     Vocês podem pensar que por ela ter essa beleza estonteante ela era uma garota metida, mas era totalmente ao contrário. Rebeca era uma Obreira simples,  humilde e que não pisava em ninguém.
     Mas ninguém era perfeito e eu começava a descobrir aquilo.

     Durante todo o ensaio após o ocorrido com o Pastor Alex até o final, Rebeca nem sequer olhou para mim e me evitou a todo custo.

     Infantil da parte dela? Sim, mas me coloquei em seu lugar, imaginei que também ficaria chateada com aquele simples gesto e percebi que aquilo não poderia se repetir de maneira nenhuma.

     -E aí? Deu certo, Paulo? -O Pastor Alex perguntou quando havíamos terminado a oração.

     -Sim, senhor! Consegui ser o pior tipo de namorado possível! -Ele falou e todo mundo come ou a rir, menos a mim, meus pensamentos pareciam voar.

     -Esta tudo bem com a senhora, Obreira Sara? -O Pastor perguntou levantando uma das sobrancelhas ironicamente quando os jovens começaram a sair.

     Me lembrei de como meu corpo havia esquentado com a aproximação dele e como eu havia ficado sem graça com tudo aquilo. Não entendia muito bem o que havia acontecido, mas não queria pensar que tinha um motivo a mais para eu me sentir daquela forma.

     Alex era Pastor, e Rebeca gostava dele. Eu era a Sara, e tinha que tomar uma atitude.

     -Não está tudo bem. -Falei, ele poderia brigar, dar uma de ignorante, mas eu tinha que traçar limites entre nós, mesmo que eu achasse que aquilo não iria se repetir, eu precisava de uma garantia. -Não quero mais que o senhor faça aquilo que fez, principalmente na frente dos jovens.

     -Tocar em você? -Ele perguntou constrangido. -Mas foi com o total respeito, Obreira!

     -Eu sei, mas ainda assim, o senhor pode não ter intenção alguma, mas o diabo é astuto e qualquer coisa ele pode usar para causar maus olhos e desrespeito. Então eu já estou deixando clara, posso estar exagerando, mas eu prefiro assim.

     Eu juro para vocês que esperei que ele retrucasse, que me desse uma patada, mas ele apenas concordou com a cabeça e disse:

     -Sim, senhora. Me perdoe pela minha imprudência.

     Eu não consegui responder com a estranheza daquela cena, acenei com a cabeça e fui para fora. O clima havia ficado tão pesado que havia sido quase insuportável ficar próximo do Pastor Alex.