Um amor quase perfeito.

Capítulo Bônus - O amor só faz bem!

Obrigada a todos, que toda honra e glória sejam dadas ao Senhor Jesus! Viva aos 50k!

Fazia muito tempo que não via Alex. Na verdade, desde quando ele havia se mudado para o interior de São Paulo, nós não nos víamos, às vezes conseguíamos ligar um para o outro por chamada de vídeo, mas na nova igreja que estava, o rapaz não parava e eu tão pouco.

Por mais que agora eu não fizesse parte do grupo dos jovens, tinha novas responsabilidades. Além das aulas e o acompanhamento direto por algumas esposas de pastores, eu me preparava para mudar de casa, iria passar alguns meses com um casal que servia a Deus com responsabilidades pastorais, como se fosse sua filha para que pudesse aprender na prática a rotina deles.

Enquanto isso, eu e Alex conversávamos todos os dias pelo WhatsApp e por ligação. Estava animada que finalmente havia conseguido alguns dias para poder visitá-lo e não via a hora de contar a novidade.

-Alex, antes de você desligar, tenho uma ótima notícia para te falar! -Falei ao telefone.

-Hum, fala aí, estou super cansado, preciso dormir, Sarita. -Ele respondeu sem muito ânimo.

Hesitei em falar, durante aqueles dias, Alex parecia distante e frio. Não sabia dizer se era por conta da distância, da sua personalidade ou se havia acontecido alguma coisa, mas durante a ligação parecia diferente e me fez lembrar do começo, de quando o havia conhecido, o quanto ele havia sido distante... E o que mais me preocupava era que Alex não tinha mais o porquê de me testar, nós estávamos a ponto de nos casarmos...

Balancei a cabeça lembrando do que a dona Rose havia dito, com a distância era óbvio que a insegurança surgiria, mas eu precisava confiar em Deus e no homem que futuramente seria meu esposo, se eu não conseguia confiar quando éramos apenas noivos, não conseguiria sustentar nosso casamento.

-O pastor permitiu que eu fosse te visitar amanhã, tenho uma prima que mora aí, posso ficar uns quatro dias.

-Nossa, Sara! -A voz dele deu uma animada. -Que bom, estou morrendo de saudades de irritar você. -Abri um sorriso e revirei os olhos. -Posso não está aí, mas sei que está revirando os olhos.

-Ta bom, né! -Ri mais alto. -Até amanhã.

-Até, minha querida.

Desliguei o telefone e tentei afastar aqueles pensamentos, não tinha acontecido nada, mas naquela noite custei a dormir.

***

Demorou duas horas e meia para chegar até o interior do estado, eram dez horas da manhã quando coloquei os pés na casa de Joyce, minha prima. Ela era um pouco menor que eu, tinha os cabelos escuros assim como os olhos que pareciam duas jabuticabas de tão pretos que eram. Ela era obreira da nossa igreja e quando soube que eu era a noiva do pastor Alex ficou feliz por mim.

Joyce era mãe solteira de um garoto de quatro anos, era dentista e trabalhava em uma ONG durante suas folgas.

-Sarita, mulher de Deus! -Ela se aproximou de mim e me abraçou, eu magrela do jeito que era, senti todos os meus ossos estralarem e Joyce me levantou do chão.

-Oh, Joyce... -Falei tentando disfarçar a dor. -Pode me colocar no chão, por favor. Antes que você me quebre todinha.

Joyce começou a rir:

-Sempre engraçada! Que tal tomar um banho, almoçar com a gente e descansar um pouco?

Minhas mãos formigavam só de pensar que Alex estava a menos de dez minutos de distância, mas concordei, era bom tomar um banho, afinal, ninguém merecia eu suada e descabelada indo ver meu futuro marido. As coisas já não pareciam tão boas, não poderia dar motivos para que ele desistisse de uma vez.