As emoções.

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Quando eu havia sido levantada a Obreira, o Pastor que cuidava de nós, reuniu nós quatro e deu um único aviso:

-Um dia eu vou sair daqui, o Pastor Auxiliar também, irão vim outros, mas não se deixem enganar, não é porque ele é chamado de Pastor que ele é de Deus! Se vocês verem alguma coisa muito estranha, se eles quiserem se aproveitar da área inocência, não deixem! Essas pessoas não precisam que a gente fale não, essas pessoas precisam de um soco logo! -A gente começou a rir. -Vocês sabem dar soco?

Apenas a Jennifer levantou a mão.

O Pastor balançou a cabeça e pegou meu braço:

-Vêem? Não importa se vocês são magrelas que nem a Sara, você só precisa bater no lugar certo. -Ele apontou para o ossinho do nariz. -Estão vendo aqui? -Concordamos. -Você dando um soco bem dado aqui, você vai mostrar para ele quem é que manda! Socar aqui não dói, mas aqui tem uma molinha, você batendo aqui o nariz do cara vai sair sangue para todo o lugar! Ele vai ficar desesperado!

Naquele dia, eu e as meninas começamos a rir daquilo, eu nunca poderia imaginar que aquilo era uma lição séria e que eu iria usar.

Eu estava montando algumas arcas para o propósito quando o Pastor Alex chegou. Ele veio até mim e começou a montar as arcas, eu não sabia porque mas meu coração começou a bater mais rápido.

-Sara, eu preciso falar com você. -Ele se virou para mim e eu soltei a arca, o que eu estava fazendo de errado?

-Pode falar, Pastor.

-Preciso confessar, você me atrai. -Ele se aproximou de mim e eu recuei. -Não precisa ficar assustada.

-Eu acho que eu deveria ir lá pra fora.

-Por quê?

-Porque não é certo que nós dois fique sozinhos aqui. -Tentei recuar mais, mas a bancada atrás de mim sinalizava que eu havia chegado ao máximo.

-Sara... -Ele sussurrou rouco. -Você me deixa louco, fica calma, ninguém vai saber.

Meu coração parecia querer sair pela boca, eu sabia que tinha que sair correndo, mas as minhas pernas não me obedeciam. Seus olhos pareciam ainda mais escuros e eu não conseguia desviar o meu olhar do seu.

Ele tirou uma mecha de cabelo que caía no meu rosto e deslizou o dedo pela minha bochecha parecendo deixar um rastro de fogo em meu rosto. Eu respirava pesadamente e mesmo sabendo que aquilo era errado, é como se nessas horas que a gente tem que usar a cabeça, preferimos que a emoção toma conta de todo o nosso corpo.

-Me beija... -Ele implorou e eu me aproximei dele.

Um amor quase perfeito.Onde histórias criam vida. Descubra agora