Um amor quase perfeito.

Alívio.

Vocês devem pensar, poxa que coisa fofa, a Obreira Sara e o Pastor Alex se entendendo! Ah, que bonitinhos!

Por favor, galera! Não.

Não foi porque eu tinha sido um amor de pessoa, que eu tinha o ajudado, que as coisas tinham mudado, e eu via aquilo.

-Pelo amor de Deus, Sara! Parece uma gazela cantando! -Ele falou me cortando no meio da música.

-Eu estou cantando pra Deus!

-Ele não merece o seu melhor?

-Sim...

-Então melhore isso! -Ele se levantou. -Sua lição de casa, quarta-feira que vem ensaiamos isso! -Ele sorriu para mim. -Não fica nervosa, não.

-Não estou nervosa. -Falei, mas era inevitável não sorrir. Novamente senti o formigamento na minha barriga e me repreendi interiormente. Se não era fome, não poderia ser outra coisa.

Ele balançou a cabeça e seguiu para a salinha de campanha. Rebeca apareceu na porta da igreja e veio saltitante até mim:

-Menina, se não sabe quem me mandou mensagem!

-Quem?

-O Pastor Lucas!

-Da Catedral?

-Sim! -Os olhos dela brilharam.

Franzi as sobrancelhas:

-Não sabia que vocês tinham uma conexão...

-Não temos, mas acho que podemos criar...

-E o Pastor Alex? -Perguntei.

-Ah, esquece Pastor Alex! Eu já me desencantei dele há muito tempo! -Duas semanas não contam, pensei em falar, mas fiquei em silêncio. -E mesmo que tenhamos o mesmo objetivo, creio que nós dois não combina.

-Ah... -Eu não entendia o porquê de estar tão aliviada com aquilo.

Respirei fundo e balancei a cabeça. Eu estava tentando não enxergar a realidade que estava na minha frente. Eu não conseguia entender, mas de algum jeito eu me sentia atraída por Pastor Alex e isso parecia ser muito idiota da minha parte, afinal estava na cara que ele me odiava, eu não entendia bem o que eu sentia, afinal com Ruan era algo totalmente diferente, era algo bonito, encantador, fácil de se sentir. Já o Pastor Alex era difícil de mais, complexo de mais de se entender.

Balancei a cabeça sem imaginar o que aquela quarta-feira a noite me reservaria.