Crítico de Master Chef.

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Nós já vemos o quanto o Pastor Alex pode ser insuportável, chato, irônico e cruel, mas naquele dia ele havia passado dos limites.

Na verdade, do meu limite.

Eu havia feito de tudo para permanecer firme, não retrucar exteriormente, mas naquele dia eu realmente não consegui.

Meu pai odiava cozinhar, mas quando cozinhava, era pique Master Chef Father! E eu acabava pegando suas manias também.

Eu odiava cozinhar, mas quando eu estava inspirada, até colocava música de fundo.

Domingo a tarde, como as Obreiras da Evangelização tiveram um evento para irem, eu e as Obreiras do FJU, ficamos responsáveis pelo almoço da igreja. Além dos Pastores, alguns Obreiros e Iburds ficavam o dia todo lá e não era problema nenhum fazer a comida para eles. Éramos uma família, e o almoço de domingo era o que não podia faltar!

Todos nós estávamos almoçando quando o Pastor Alex entrou e se sentou a mesa. Ele comia em silêncio quando o Obreiro Pedro falou:

-Realmente, Sara! Você já pode casar! Essa comida que você fez está ótima!

-Foi a Sara que fez? -O Pastor Alex perguntou com sua voz enojada me lançando um olhar como se eu não passasse de um pedaço de palha.

-Sim, senhor. -Pedro falou sorrindo.

-Por isso que está horrível! -Ele se levantou e cuspiu a comida no prato empurrando ele pra longe. -Você chama isso de comida? Uma coisa horrorosa dessa? O que você tem na cabeça?

Ele continuou falando, mas eu já não escutava. Uma coisa era o Pastor Alex me repreender quando estávamos a sós, outra coisa era ele falar aquilo na frente de todos eles.

Minha garganta fechou e eu não queria chorar, pude ver seu sorriso de vitória como se realmente estivesse feliz em ver que eu estava sem reação, aquilo fez meu estômago se revirar. Sem falar nada eu me virei e sai pela porta, sem antes escutar Mônica dizendo: "Agora você foi longe de mais!"

Desci as escadas e a minha visão começou a ficar borrada.

-Sara! -Mônica me chamou e eu continuei andando. -Sara! -Ela pegou meu braço.

-Me deixa em paz! -Gritei e os olhos escuros de Mônica se alarmaram em surpresa, eu nunca tinha gritado, eu não perdia o controle, mas aquilo era de mais.

-Sara, calma!

-Calma? -Eu estava furiosa e as lágrimas escorriam pelo meu rosto. -Seu irmão é um... -Fechei a boca.

-É um...?

-Um Pastor. -Falei me sentindo ainda pior. Qual era o problema de Alex?

-Eu sei que você está brava, mas precisa ficar calma.

O carro do Pastor José chegou e eu tive uma ideia.

-Vou falar com o Pastor.

-Oi?

-Vou falar com o Pastor José sobre o seu irmão!

-Você vai falar o que, Sara?

-Vou falar tudo o que o seu irmão tem feito até agora?

-Mas do que vai adiantar, Sara?

Não respondi, o Pastor José chegou até nós e sorriu:

-Boa tarde, Obreiras! Não briguem, não! Conta uma vitória aí!

Respirei fundo e abri a para falar.

Um amor quase perfeito.Onde histórias criam vida. Descubra agora