Perguntei aos Weasley, depois de um apressado e farto banquete, como eles iriam até o sétimo andar passando despercebidos. Quero dizer, havia sido uma baita sorte nenhum professor ou até mesmo Filch ter vindo dar uma checada rápida na cozinha, então eu estava bastante feliz da minha Sala Comunal ser tão perto. Eles apenas sorriram um para o outro e apertaram minhas mãos daquele jeito sarcástico, mas Fred (com certeza era ele, pois tinha um sorriso ainda pior do que o dor irmão) ainda me fez uma última pergunta.
— De desordeira para desordeiro, o que fez na Floresta Proibida? Já nos enfiamos lá varias vezes, mas nunca fomos capazes de passar uma noite.
— Meu caro e precioso ruivo sardento — eu lhe fiz a mesma reverencia irônica que ele me fez. — Uma garota precisa de seus segredos.
Isso fez ele rir enquanto se juntava ao irmão e me fez ir com passos leves em direção a masmorra. Conhecer os gêmeos havia sido a melhor coisa no meu dia extraordinariamente longo e desagradável desde que deixei a Floresta, e eu conseguia até mesmo criar esperanças de o terminar dessa forma. Já eram quase meia noite, afinal. Não podia haver tantas pessoas na Sala Comunal à essa hora, certo?
— Mal! Merlin, é você!
Yep. Nada discreta, Greengrass. Acho que ela ia me segurar ou algo assim, mas deve ter se lembrado de como quase levei seu braço embora da ultima vez. Invés disso, tocou meu pulso com uma calma que não estava em seus olhos. Pela primeira vez na vida experimentei a sensação de culpa. Era claro que Daphne havia se preocupado comigo, isso estava em toda sua cara e era algo que com certeza não estava acostumada, então franzi as sobrancelhas.
— Em carne, osso e magia — respondi arqueando uma sobrancelha. — Para que tudo isso?
— Para que...?! — Os lábios dela se apertaram antes que ela respirasse fundo. — Vem, por favor, vamos para o dormitório. Temos que conversar. Todas nós.
Segui o olhar dela até a extremidade do Salão, encontrando Parkinson, Bulstrode e Hopkins meio paradas e meio em movimento perto da escada que dava para o dormitório. Por um momento, cogitei fugir da clara reunião e me acomodar em alguma poltrona ou sofá perto da lareira, mas então vi Draco Malfoy. Ele estava com Nott e Zabini, além de Crabbe e Goyle. Theodoro tinha a fala dessa vez, mas o loiro sequer fingia que estava prestando atenção enquanto tinha os olhos gelados em mim. Cogitei minhas opções e entre mais um embate com Draco e uma emboscada feminina, me encaminhei até o dormitório.
— Se têm algum discurso decorado, já vou dizendo que sou muito boa em dormir com alguém falando comigo.
— Cale a boca e escute, Lewis — Parkinson disparou para mim, mas tinha os cantos dos lábios torcidos para cima. — Eu devia te azarar aqui e agora por todo stress que fez Greengrass passar.
— Eu me preocuparia se você fosse capaz de algo além de rosnar, Pansy — cantei para ela enquanto me jogava na minha própria cama. Estava tudo exatamente do jeito que deixei e isso fez algo dentro de mim se desarmar um pouco. Vamos apenas dizer que eu estaria muito mais inclinada a uma briga se houvessem mexido nas minhas coisas. — Mas para quê tudo isso? Eu estou bem.
— Mas não sabíamos que estava bem, Mal — Sue me respondeu sentada na sua cama, com Bulstrode encaixada no canto dela. Colocou uma perna embaixo de si enquanto Pam estava encostada no dossel da cama dela e Daphne... se sentou na minha cama. — Você apenas foi embora e não voltou mais. Ficamos preocupadas.
— Eu disse que você sabia se cuidar — Parkinson protestou, os braços cruzados e os olhos puxados estreitos. — Alguém que lança um feitiço daquela intensidade pode muito bem vigiar as próprias costas. Aliás, qual foi? Não foi... normal.
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Corona
FanfictionNomes são coisas perigosas. A maior parte da mitologia afirma que não os deve dizer levianamente - eles tem poder. Malorie Lewis tinha uma afeição particular pelo seu nome. Depois que seus pais adotivos morreram e ela teve de voltar para o Lar para...