— Malorie Lewis, poderia nós agraciar com sua seletiva atenção? — Parkinson me tirou da minha discussão com Lagrum, mesmo que ela também já tivesse acabado. Achei que a hora do jantar seria ótima para reorganizar os pensamentos e ponderar sobre o que esperar da aventura que ainda viria. Ledo engano, Pansy estava com os olhos estreitados e uma cara torcida que me fez sorrir.
— Desfaça essa careta, Pam, dá rugas — ronronei para ela, fazendo-o seus lábios se apertarem ainda mais enquanto ouvia a risada de Sue e Greengrass.
— Você tem estado alheia desde que sumiu com os grifinórios — Hopkins pontuou enquanto partia sua batata. — Aconteceu alguma coisa?
— Nada que ela vá contar, provavelmente — Daphne respondeu por mim, me fazendo olha-la com um sorriso ainda maior.
— Você me conhece tão bem que até me emociono, Daphy — e beijei seu rosto, ganhando mais uma risada e um olhar ferido de Zabini.
— É um absurdo uma noiva dar amor a todos menos ao seu querido noivo, sabia disso?
— Sabia, querido, mas estava nas letras pequenas todos esses pormenores — pisquei um olho para ele, recebendo sua risada solta e sorriso bonito, que enfim me obrigou a debruçar e estalar os lábios em sua pele escura. — Tudo bem, chega, ou vou ter que explodir alguém para equilibrar as coisas.
— Mas você deixou o Draco de fora, Mal — Blás não desistiu e olhei para Malfoy sentando ao seu lado, quieto enquanto bebia seu suco de abobora. Ele arrastou os olhos claros e afiados até o amigo, a boca torcida e meio molhada da bebida.
— Não me meta nisso, Blásio — sua voz se arrastou, como geralmente fazia, mas seus olhos vieram rápidos até os meus. — Mas você realmente devia dar mais atenção ao que suas amigas falam antes que mudem de ideia.
— E qual era o grande assunto? — Arqueei uma sobrancelha, voltando meu olhar para Parkinson e seus olhos estreitos, agora brilhando meio cruéis enquanto estavam fincados em Draco e, enfim, fizeram o caminho de volta para mim.
— Eu estava dizendo que, agora que todos nós nos conhecemos, poderíamos fazer algo durante as férias.
— Mas todas essas famílias elitistas já não se conhecem? Quero dizer, vocês são todos primos de algum grau — busquei a informação dentro de mim, mas foi Draco quem respondeu, já com a boca seca depois de usar o guardanapo, como o lorde que era.
— Somos, e até já tínhamos nós visto antes. Alguns jantares, umas festas...
— Mas é diferente, aqui todos moramos juntos, convivemos, até construímos amizades — Daphy maneou a cabeça. — Então, só agora que temos alguma intimidade, não vai ser mais tortura ter que olhar um para a cara do outro.
— Diga por você, imagine ter que olhar mais do que o necessário para isso? — Sue torceu a boca, os olhos brilhando da piada enquanto encarava Theodoro, que, por sua vez, abriu um sorriso rasgado.
— Admita que me quer, Hopkins.
— A questão é — Pansy interrompeu, impaciente, antes que Sue azarasse o menino. — Podemos fazer algo. Um encontro, talvez até uma festinha. Onde você mora mesmo?
Franzi as sobrancelhas, incomodada com o assunto. Um ano havia se passado e eu não estava mais inclinada a dar o endereço do orfanato para eles do que antes. A ideia de alguma carruagem ou bruxo de chapéu pontudo aparecendo naquele território católico trouxa era o bastante para me lembrar da história da Igreja contra o misticismo, então balancei a cabeça.
— Em um orfanato, Parkinson, não importa onde — sua boca se torceu com minha resposta, mimada e desgostosa por eu estragar seus planos de férias, então sorri. — Podem me dar os endereços de vocês, se quiserem. Talvez eu apareça.
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Corona
FanfictionNomes são coisas perigosas. A maior parte da mitologia afirma que não os deve dizer levianamente - eles tem poder. Malorie Lewis tinha uma afeição particular pelo seu nome. Depois que seus pais adotivos morreram e ela teve de voltar para o Lar para...