Depois de Malfoy, sobraram apenas três pessoas: uma menina, um rapaz negro e Ronald. A menina, Lisa Turpin, se encaminhou alegremente para a Corvinal. Logo depois foi a vez do garoto ruivo e sardento. Rony me parecia meio verde e achei que ele iria cair enquanto andava, mas bravamente conseguiu chegar ao banquinho. Quase tão rápido quanto Draco, o chapéu gritou Grifinória para ele. Uma aparente tradição, vi os garotos muito parecidos com ele aplaudirem alto enquanto Harry os acompanhava. O ultimo da fila foi Blásio Zabini e a cerimônia se encerrou com um sonserino.
Com isso, o bruxo do meio da mesa dos professores se levantou. Tinha longos cabelos prateados que se misturavam com a barba da mesma cor, ambos tão compridos que ele amarrava no cinto das vestes azul claras. Era velho, mas sorriu de forma bondosa, nos olhando através de seus óculos de meia lua.
— Sejam bem-vindos! — A voz era muito suave, e mesmo assim encheu todo o salão. Inclinei a cabeça para conseguir ouvir mais do homem que tinha respeito e poder até mesmo em sua voz gentil. –- Sejam bem-vindos para um novo ano em Hogwarts! Antes de começarmos nosso banquete, eu gostaria de dizer umas palavrinhas: Pateta! Chorão! Destabocado! Beliscão! Obrigado.
Não houve quem não bateu palmas ou deu vivas, eu inclusa. Até mesmo Blásio, que havia se sentado do meu outro lado, riu entusiasmado.
— Mamãe diz que ele é louco! — Parecia feliz com o comentário. — Mas todo gênio é um pouquinho louco, não acha?
— E quem é ele? — Retruquei, ao que ele franziu as sobrancelhas.
— É o diretor de Hogwarts.
— Que é o diretor eu sei, espertão — empurrei seu ombro com o meu. — Mas qual o nome dele?
— Ah, sim, Alvo Dumbledore, é claro, mas... — fui poupada de perder outro potencial colega quando o pescoço dele se virou com força e o cheiro chegou em mim antes que eu olhasse. Os pratos e taças vazios que enchiam a mesa agora estavam lotados de comida, mais comida do que havia visto na minha vida inteira, mesmo com os Lewis: rosbife, batatas, galinha assada, costelas de porco e de carneiro, pudim de carne, ervilhas, molho, ketchup e... aquilo eram doces de hortelã?
Havia coisas mais importantes do que me importar com os doces de gente velha: enchi meu prato. Não tínhamos aquela qualidade e quantidade de comida no Orfanato então admito que fui muito, muito gulosa ao por um bocado de tudo. Me concentrei principalmente nas carnes, mas ao invés de coloca-las no meu prato, passei a maioria para um bolso nas vestes, imaginando a fome de Lagrum. Ele geralmente não era fã de comida morta, mas acho que não negaria depois de um dia inteiro de jejum.
— Ei, nunca viu comida na sua vida? — Pansy me cutucou, me fazendo parar uma mordida em uma batata particularmente grande. Arqueei uma sobrancelha para ela.
— E você? Nunca viu alguém comer? — Devolvi, fazendo-a apertar os lábios em um bico. O garoto Zabini ao meu lado soltou uma risada.
— Essa aí merece estar aqui, Pansy, é venenosa — jogou enquanto partia um rosbife. Pansy, por outro lado, cruzou os braços e tomou um gole de seu suco de abóbora – eu sei, também foi a minha cara, mas não julgue se nunca tomou.
— É, pode até ser, mas... — ela se inclinou para mim como se tivesse medo que alguém a ouvisse. — É verdade, mesmo? Você é... é daquele tipo de gente?
— Se está me perguntando se tenho pais trouxas, ou ao menos um deles trouxa, ou os dois bruxos, eu não sei — ao contrario dela, não tive a menor intenção de abaixar minha voz. Isso fez com que Zabini se inclinasse para ouvir, assim como a menina sentada â minha frente, Daphne Greengrass. — Sou órfã. Fui deixada em um orfanato trouxa recém-nascida e adotada quase imediatamente por um casal de trouxas. Depois fiquei órfã de novo e voltei para o orfanato. Fim da história.
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Corona
FanfictionNomes são coisas perigosas. A maior parte da mitologia afirma que não os deve dizer levianamente - eles tem poder. Malorie Lewis tinha uma afeição particular pelo seu nome. Depois que seus pais adotivos morreram e ela teve de voltar para o Lar para...