Silva, Silva

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Hey nenês <3

Primeiramente, já que veio a calhar, FELIZ ANO NOVO <3 E espero que tenham tido um bom Natal <3 

Agora, sim, vocês conseguiram. Fechamos o ano faltando apenas um capítulo para terminar CORONA (depois desse e do próximo), com minha fanfic de Harry Potter, desse fandom que não tinha certeza se ainda vivia, mas que descobri que não apenas respirava, mas vibrava. Vocês me acolheram, acolheram a Mal, e por isso sou eternamente grata. 

E como aqui promessa feita é promessa cumprida, fiquem com seus merecidos capítulos duplos <3

Era só isso, amo vocês <3

Nox!

Eu achava que conhecia a dor. Tantas vezes experimentei a ardência na pele, a falta de ar de uma pancada, o agudo de um furo. Mas aquilo era outro nível de dor, feita de todas as outras elevadas a um grau que desconhecia. Eu conhecia a ciência trouxa o suficiente para saber que estava a segundos de um ataque cardíaco, e minha cabeça... como se todas as aulas com Snape não tivessem passado de brincadeira de criança. Eu não a sentia se abrindo, já estava aberta com um pedacinho do meu cérebro sendo tirado por vez.

Assisti, com dor demais, assustada demais, enquanto o monstro afundava suas garras ali, enterrando cada vez mais fundo em minhas lembranças. Vi coisas junto com ele que sequer me lembrava, lembranças dos meus primeiros passos e primeiras palavras. Consegui enxergar os Lewis, mortos a tanto tempo que já não me lembrava de seus rostos, ou assim pensava. Estavam ali, soterrados e escondidos, Agatha e William – menos parecidos comigo, impossível, uma loira e outro acastanhado. E então, eles morreram. Seus corpos voaram para fora do carro, eu vi. Eles estavam brigando, a estrada estava ruim e eu já não estava dentro do veículo quando ele bateu. Há tempo.

Discipline suas emoções, controle sua mente.

Snape. Maldito Snape, o que diria se me visse ali? Sangrando e lamentando como um animal ferido, deixando o vilão da história se entreter com a minha vida? Não foi para essa reação que eu havia treinado, que passei todo um ano tento a mente invadida e repelindo o invasor. Apenas a fúria e a teimosia me fizeram voltar mais para o mundo físico do que o mental, encarando os olhos vermelhos do Cara de Cobra. Uma parte de mim voltou a ter consciência do meu rosto molhado, se de sangue ou lágrimas (ou os dois) já é pedir demais de mim. Eu não duvidava que minha pele estivesse se soltando, tão quente eu a sentia. A marca do monstro em mim queimando em brasa, mil vezes pior do que a primeira vez.

Tijolo por tijolo e pedaço por pedaço, o empurrei para fora. Ele era rápido em destruir, mas eu também. Ler mentes era uma via de mão dupla, então o feri com tudo que tinha. Invadi com o máximo de dor que poderia causar, e juro que ouvi um grito de alguém. Aquela semiconsciência mal podia formar pensamentos coerentes, mas havia o bastante para rasgar. Uma floresta escura, um jovem tolo e fraco que entrou em seu caminho, e antes disso, a dor. A dor igualável a uma alma partida e uma explosão, e um bebê... olhos tão, tão verdes como o da Sonserina, e uma testa livre de qualquer cicatriz.

Era Quirrell quem gritava, reconheci, e Dumbledore apontou a varinha para ele. O Cara de Cobra retorcida, desaparecendo, se desprendendo... tudo não durou nada. Segundos, talvez? Meu coração desacelerava de uma vez só e minha mente se partiu enquanto enxergava fumaça acima de nós, que desapareceu como se nunca estivesse estado lá. Mas eu sabia que estava, pois, minha alma reconheceu o que sobrou da dele e meus olhos espelharam os seus por um último momento, ambos da cor do sangue como alguma maldição. Então ele desapareceu e deixei que meu corpo parasse de lutar. Pelo menos um pouquinho, pelo menos por hora, eu recebi a escuridão de onde vim de bom grado.

CoronaOnde histórias criam vida. Descubra agora