Capítulo 9

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Encaminhamonos para fora de minha casa. Enquanto eu fechava a porta ele chamou o elevador. Entramos ambos no elevador, primeiro eu e seguido de mim ele. Quando nos encontravamos dentro do elevador a sensação que tinha sentido no dia anterior tinha voltado. Aquela sensação que me puxava para ele. Não sei se era por estarmos num espaço tão confinado ou se era por estarmos os dois ali sozinhos ou se era por ambas as coisas. Eu só sei que algo de muito forte me estava a atrair para ele e cada centímetro do meu corpo dizia que queria que isso acontecesse. Ele virou lentamente a cabeça, tão lentamente que parecia que estavamos num filme em slow motion, olhou diretamente nos meus olhos e o seu olhar penetrou-me tão profundamnete que eu deixei de respirar. Depois tudo aconteceu numa fração de segundos, ele mexeu-se rapido, tão rápido que nem tive tempo de reagir, e encostou-me á parede do elevador. O elevador oscilou e eu tive medo que caisse. Ele elevou o braço direito por cima da minha cabeça para que eu não me pudesse mexer. O seu olhar estava fixo no meu e os seus lábios estavam entreabertos assim como os meus. A minha respiração estava acelerada, tão acelerada que se alguém estivesse a dez metros de distância a conseguiria ouvir, e o meu coração batia tão fortemente que eu iria jurar que naquele momento o conseguia ouvir. Ele aproximou-se mais de mim e então o seu olhar passou a oscilar ora dos meus olhos para a minha boca e eu copiei-lhe os movimentos. Ele estava tão perto que eu conseguia sentir a sua respiração. Estava prestes a tocar nos meus lábios quando a porta do elevador se abriu. A minha única reação foi fugir dali, empurrei-o e espremi-me para sair para o hall de entrada do meu prédio repetindo na minha cabeça para me acalmar este mantra "Ana não podes, vais-te magoar". Mas ao mesmo tempo senti uma pontada de desilusão tão grande que me deu vontade de chorar e apeteceu-me voltar-me e beija-lo ali mesmo. Mas tinha de ser forte e mais uma vez repeti para mim mesma "Ana não podes..."

*POV Calum*

Fugiu-me outra vez. Que rapariga mais frustante, porque é que não se limita logo a fazer as coisas? Tem de andar ás voltas e voltas? Assério que não a compreendo, diz que gosta de mim, mas não me deixa beija-la. Também o timing não ajuda, as portas tinham logo de se abrir agora. Olho para fora do elevador ela está de costas para mim. Sei que não quer olhar-me nos olhos, pois eu sei que gosta de mim e também sei a luta interior que trava. Acho que o facto de isto não andar para a frente me faz deseja-la ainda mais, mas acho que ela não entende isso e pensa que se se fizer de difícil talvez eu não queira nada com ela. O problema é que isso faz com que o meu amor por ela aumente. O que sinto por ela é avassalador e não fasso a mínima ideia porquê. O barulho de uma buzina distrai-nos.

-Deve ser a minha mãe...-diz baixinho mas continua a não olhar para mim.- Deviamos ir...

Enquanto fala saio do elevador tento alcançar a sua mão, mas sem sucesso pois ela encaminha-se para a porta. Abre a porta e nem espera que eu chegue a esta. Quando saio do prédio deparo-me com uma senhora muito baixinha, mais ou menos com um metro e meio de altura e rechonchuda que está encostada ao carro do lado do condutor com a porta aberta e virada de barriga para o carro. Faz-me uma cara de má a princípio mas depois olha para a Ana. Ela abana a cabeça e revira os olhos como quem diz sim eu sei que é giro é algum crime? Depois sorri para a mãe e a mãe dela sorri para mim.

-Ei tu marmanjo se partes os coração da minha filha eu corto-te o material, e não estou a brincar.

-Hum...-fiquei sem reação mas a Ana respondeu.

-Primeiro mãe, o coração é um músculo o que significa que não se parte, segundo ninguém me parte o coração porque eu não deixo.

Mas eu sabia que isso não era verdade, no dia em que me fosse embora isso ia acontecer tanto a mim como a ela e eu não sei se estava preparado para isso.

-Bom vamos?-disse ela.

-Sim vamos, entrem lá vocês os dois.-disse a mãe dela.

Ela fez-me sinal com a mão para eu entrar primeiro que ela. Entrei e reparei que ia um senhor sentado no banco da frente.

-Este é o Jé o meu namorado.-disse a mãe dela.

-Prazer.-disse eu e estendi a mão pelo que ele apertou.

A Ana entrou de seguida e sentou-se ao meu lado.

-Então Jé?-disse com um sorriso.-Tudo fixe?

-Sim vai-se andando.

A mãe dela arrancou e ela não falou mais.

Distance ( Calum Hood fan fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora