Capítulo 70

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Voltamos os quatro para o meu quarto e a minha ame já arrumou tudo. Está a carregar as coisas para fora do quarto, quando chegamos ao pé dela. O Calum e o Daniel apressam-se a ajuda-la e ela fica encantada, embora franza um pouco o senho ao entregar as coisas ao Calum. Ponho-me ao lado dele e dou-lhe a mão. A melissa faz o mesmo com o Daniel. A minha mãe segue atrás de nós. Ao fim de dez minutos estamos na entrada e esperamos que Zé venha com o carro. Ainda estamos dentro do hospital.

-Querem boleia.- pergunta-lhes a minha mãe.

-Não, dona Carminho não é preciso. O Daniel trouxe o carro, obrigado.

-Ok.- diz a minha mãe.

-Onde é que vão agora?- pergunta-me a melissa.

-Íamos para minha casa.

-Não querem ir dar uma volta ou assim?

-Pode ser.- digo.

-Acho melhor não.- diz a minha mãe.

-Então porque?

-Tens de descansar.- insiste ela.

-Mas mãe eu já não saio com ela à que tempos.

-Pois mas ainda estás fraca.- diz ela.

-Eu acho que a tua mãe tem razão.- diz-me o Calum. Viro-me para ele e faço uma cara de chateada por ele não me apoiar. A minha mãe também olha para ele depois franze o sobrolho. Volta a olhar, mas quando reparo que ela está a observar a sua t-shirt aí já é tarde de mais.

-Ana Isabel Faria Rocha, esta não é a t-shirt que tinhas vestida?

Olho para o Calum e ele está em pânico, mas vejo que tenta disfarçar.

-Hum...- digo simplesmente não sabendo o que dizer.

-É ou não é?- volta a perguntar, desta vez mais irritada. Fala alto e as pessoas começam a olhar.

-Não, claro que não.- digo. Persinto que a Melissa tenta conter o riso ao meu lado, e a minha vontade é de lhe dar um soco.

-Eu tenho a certeza que era essa a blusa que tinhas vestida.

-Mãe não inventes.- digo eu também já irritada.- Por amor de deus, como é que pode ser essa a blusa? Deves estar a confundir.- digo.

-Estou a confundir? Estou a confundir? Dá cá os sacos para ver se estou a confundir. Aposto que se procurar bem não vou encontrar camisola nenhuma.- Começo a entrar em pânico e olho para ele. Ele está pálido que nem a porra e olha para o chão, para disfarçar o embraço. A minha mãe tira-lhe os sacos da mão e ele olha para ela cheio de medo. Engole em seco quando a minha mãe abre o saco. Ela vasculha as coisas à procura da camisola e não a encontra como é obvio.

-Deve estar no outro saco.- diz ela. Dirige-se ao Daniel e ouvimos uma buzina. O Zé encontra-se lá fora e espera-nos com calma. Suspiro de alivio quando ela se encaminha lá para fora e ignora a ideia da t-shirt. Conhecendo-a como a conheço sei que isto não vai ficar assim, mas decido que por agora é melhor que ela continue a não saber. Volto a dar a mão ao Calum e ele olha ara mim.

-Desculpa isto tudo.- digo num sussurro, consciente de que a minha mãe caminha mais à frente e pode ouvir-nos.

-Pensava que ela me ia arrancar os tomates. Preservo muito o meu abono.

Quase solto uma gargalhada, mas depois vejo que ele realmente fala a sério e contenho-me. A minha mãe sai para a rua e abre a porta do carro, enfiando lá dentro os sacos que tem na mão. Fecha a porta e entra no lado do pendura enquanto que eu me despeço da Melissa, ainda dentro das instalações.

-A gente depois logo combina uma saída a quatro.- digo-lhe.

-Sim, tem de ser que agora que tens namorado, temos de sair os quatro e depois vamos fazer uma menage.- reviro-lhe os olhos e rio-me em seguida.

-És impossível sabias?- digo-lhe e ela deita-me a língua de fora. Abraço-a e ela abraça-me de volta.- Senti a tua falta minha porca.- diz.

-Eu também Melissa.- afasto-me dela e em lágrimas nos olhos. É raro ver-lhe chorar, por isso sei que fala realmente a sério. Volto a abraça-la.- Não chores tu maluca. Já estou bem , não é?- ela assente com a cabeça e separamo-nos do abraço.

-Vá controla lá a fera que é a tua mãe. Diz-lhe que estas cenas são normais, ou então coloca uma camisola dele entre os sacos para ela não ver e fica tudo fixe.

-Ok, vou lembrar-me disso.- digo a rir.

Despedimo-nos deles e eles encaminham-se para a porta.

-A tua melhor amiga não bate bem da cabeça!- diz ele, quando os seguimos.

-Ainda não viste nada.- digo.

-Ela não estava a falar a sério, pois não?- pergunta-me o Calum.

-Sobre o quê?

-Sobre a cena da menage.- diz ele. A sua expressão dá-me vontade de rir, pois apresenta uma expressão assustada.

-Achas? Ela estava a brincar e é monógama. Não faz cá menages!

Ele suspira de alivio e eu rio-me.

Quando saímos do hospital somos acometidos por uma imensidão de camaras e flashes. Tinha-me esquecido disto. É uma das sensações mais desconfortáveis de sempre. O Calum agarra-me o dorso e protege-me dos flashes com a mão.

-Let me pass.- diz ele de forma educada. Ouço a porta de um carro a bater e sei que é da minha mãe que se trata. Ouço-a assobiar e a multidão dispersa à minha volta. Procuram a origem do assobio e isso dá-nos uma vantagem. Esgueiramo-nos para dentro do carro. Olho para fora e a minha mãe está a falar com eles.

-Ela está bem de boa saúde, se não se importam desandem que se não arranco-vos os tomates.

-A tua mãe gosta muito dessa expressão.- comenta o Calum.

-Pois é.

-Devia ter em consideração da próxima vez que a gente coiso.- diz ele ao meu ouvido, tendo em conta que o meu padrasto se encontra no banco da frente. Rio-me e reviro os olhos. A minha mãe abre a porta do carro e entra. Os paparazzi dissipam e deixam-nos passar. O meu padrasto guia e em vinte minutos estamos em casa.

...

Estou deitada na minha cama e o Calum dorme ao meu lado. Parece um anjo. Não deve ter tido muito descanso nestes últimos dias. Ele vira-se e agarra-me a barriga, apertando-me. Quase solto um grito, pois dói-me mas não o quero acordar. Está tao fofo. Parece um urso. Abraço a sua cabeça encosto-a mais ao meu peito. Faço-lhe festas nesta e ouço a sua respiração. Esta é calma e lentamente acalma-me. Começo a sentir-me também eu cansada. Fecho os olhos e deixo que a segurança que ele me dá, por estar ali comigo me façam adormecer.

Distance ( Calum Hood fan fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora