Capitlo 98

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A camisola é enfiada pela cabeça e o meu ombro reclama. É pá! Não podes ter calma também?! O meu subconsciente responde que não tinha nada que levar com uma parede em cima e eu simplesmente deixo de reclamar com o meu corpo. Reviro os olhos para a estupidez de situação em que me encontro! Irónico! A pessoa mais independente da existência tem que depender de alguém! Um suspiro é largado por mim á medida que me levanto. Apoio o meu peso corporal na perna que tenho boa e com a ajuda de uma moleta lá me sento na cadeira de rodas. Empurro-a até ao limiar da porta e conduzo-a até á cozinha. Felizmente que me cederam o quarto de baixo se não aí é que tava lixada! Chamo um táxi e explico a situação. Peço com muito amor e carinho que me enviem uma pessoa prestável e não um rezingão qualquer para me ajudar. O hall de entrada dá para a rua mas tenho um obstáculo enorme que são os degraus do alpendre. Saio de casa e fecho a porta atrás de mim, trancando-a novamente. Espero que o dito taxi chegue e enquanto o faço ponho-me a ver twitts de fans dele. Elas quando querem conseguem ser amorosas. Vejo uma foto nossa e estaco. Eu lembro-me de quando a tiramos. Foi nos nosso primórdios, quando ainda nem namorados éramos! Eu tenho um sorriso enorme e ele beija-me a bochecha esquerda. Aquela fotografia foi tirada quando fui á Austrália ter com ele. Sorrio para comigo e a descrição emociona-me. "We want another photo like this! Calum please come back! # WeLoveYouCalum". Tem inúmeros retwitts e gostos. Decido retwittar o twit e respondo á rapariga com um obrigada e assim o espero. Não tarda muito a ter a caixa de notificações cheia. Sigo-a e ela manda-me uma dm a agradecer. É simpática e por isso fico á conversa com ela até o táxi chegar. Explico que tenho que ir e ela amavelmente agradece e despede-se. Tenho um sorriso na cara de orelha a orelha. Por estas fans sim vale a pena lutar. Quem me dera um dia a mim ter apoiantes tão leais e amáveis como as fans dele. O simpático motorista ajuda-me a subir para o lugar do pendura e explico-lhe que me dirijo para o hospital. Pergunta-me se fui uma das vítimas do terramoto. Explico-lhe que sim mas que não estou tão mal comparado com o meu namorado. Corrijo-me mentalmente. Ainda não me habituei a dizer noivo. Iniciamos uma conversa fiada. Explica-me que o negócio tem andado mais difícil visto que existem zonas que são interditas por causa da destruição. Digo-lhe que é uma sorte estar viva depois do que passei e ele conta-me que também a filha dele sofreu com isso. Emociona-se um pouco mas assegura-me que ela já está bem. Sei bem pelo que passa só que eu ainda não tenho a segurança de ter o Calum comigo. Assim que chegamos é prestável e ajuda-me a sair do carro. Ainda me deixa dentro das instalações do hospital e deseja-me sorte, a mim e ao Calum. É bom saber que em momentos como estes a fé que tenho na humanidade é restaurada. Dirijo-me ao guiché e pergunto se é possível visitar o Calum. A amável enfermeira explica-me que áquelas horas já não devia ser possível mas como conhecem o caso dele diz-me para me dirigir ao piso 2. Ele encontra-se no 7 quarto. E é com alívio que constato que já o mudaram de ala. A simpática enfermeira disponibiliza-se para me levar até lá e como estou extremamente cansada aceito a oferta. Assim que trespasso a porta do quarto observo que ele não se encontra sozinho. A mãe dele repousa no sofá ao canto, adormecida. Sorrio com a imagem. Decido acorda-lá e manda-la para casa. Aceita de bom grado visto que sabe que comigo ele está em boas mãos. Assim que a porta do quarto é fechada encosto a cara á sua mão estendida. Com a mão que tenho boa, aperto-a levemente. Sinto um sentido de esperança no meu coração. Só agora me apercebo que ele vai ficar bem e tenho quase a certeza disso. Lentamente o sono preenche-me e o que não dormi faz-me falta. Fui acordada por um pesadelo e não consegui dormir mais. Só na presença dele é que me sinto segura e agora que ele está aqui a calma é restaurada ao meu coração. As pálpebras ficam pesadas e a minha respiração calma e regular é me restituída. A calma preenche o meu corpo e deixo de sentir a realidade e finalmente adormeço.

POV Calum
Sinto um toque que conheço desde sempre na minha mão. A respiração é calma e finalmente consigo ouvir o que se passa em meu redor. Reconheço o cheiro a hospital e franzo o cenho. Só quando o faço percebo a dor de cabeça que tenho. Faço o meu primeiro movimento consciente e abro os olhos para a realidade envolvente. Começo a relembrar o que se passou. Lembro-me de lhe ter dito que ia verificar o som, lembro-me de o fazer e depois disso não me lembro de mais nada. O teto que observo é castanho claro. Constato que estou mesmo num hospital porque os aparelhos que tenho em cima da cabeça não enganam. Olho em redor e estaco na pequena figura que dorme com a cabeça em cima da minha cama. Tem a cara virada para mim e esta está coberta de cabelos. O loiro que tinha nas pontas não é mais visível. Agora o vermelho vivo a que já me habituei preenche-me o olhar. Depois de me deixar decidiu  pintá-lo de vermelho. Não é que me queixe, prefiro até. Ela dorme pacificamente ao meu lado. De repente um pensamento esquesito vem me á cabeça. Não é bem um pensamento é mais uma memória?! Sei que ela se encontra neste. Chora destroçada e agarra-me na mão. Tem o ombro ao peito e a perna estendida num apoio. Pede-me para voltar. Observo-a mais uma vez e só agora me dou conta dos ferimentos que apresenta. Dou por mim a chorar porque ela esteve em sofrimento. Tiro a minha mão da sua devagar para não a acordar. Atrevo-me a passar-lhe a mão pela cabeça. Desvio os fios de cabelos emaranhados do seu rosto. Fica tão bonita quando dorme! Parece um anjo! Tento levantar-me para lhe beijar mas algo me impede. O meu corpo dá sinais de vida! Mas porque será que me dói tudo? Observo-me e reparo nos ferimentos não muito graves. Um braço engessado, uma perna no mesmo estado e a minha dor monumental de cabeça! Não me lembro do que aconteceu. Será que tive um acidente?! Será que foi isto que ela sonhou?! Será que morri e desci á terra para voltar a vê-la?!

Distance ( Calum Hood fan fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora