*POV Ana*
O meu corpo dói-me à medida que ela faz girar o botão.
-Por favor mais não...-digo num fio de voz.
-O que é que disseste?- pergunta ele a rir.
-Mais não.
-Parece-me que não ouvi bem.- diz ela com um sorriso desdenhosos.
-Mais não!- grito.- Por fa...-sou interrompida pela corrente elétrica que me percorre o corpo. Grito e choro ao mesmo tempo. -Por favor...- digo num sussurro quando ela para.
-Jack, já estou a fartar-me disto. Preciso de outra distração.- diz ela.- Se vamos esperar pelo namoradinho, tenho de me entreter.
-Ok.- diz ele.- O que sugeres?
-Hum... deixa cá ver...Ah tive uma ideia. E se a pendurasse-mos e a usássemos como um saco de box?
-Não por favor...- digo num sussurro. Acho que o meu corpo não vai aguentar muito mais tempo.
-Não isso não.- diz Jack.
-Então porquê?
-Vai matá-la. Se ela estiver muito tempo pendurada isso vai fazer com que a circulação seja mal feita e ela vai acabar por morrer.
-Ok, isso não pode ser. Tenho de mantê-la viva pelo menos até o namoradinho chegar.
-O que é que vais fazer-lhe?- pergunto eu com raiva. -Ele não vai aceitar vir ter contigo. Não pode.
Ela solta uma gargalhada maléfica.
-Ai queridinha, vê-se mesmo que não o conheces bem. Será que sabes mesmo realmente com quem estás a namorar? Ele virá sim, espera e verás!
-Não. Ele não vem. Ele vai esperar e vai contar tudo à policia.- grito com lágrimas nos olhos, pelo menos assim o espero.
-Não, não vai minha querida porque se ele o fizer, eu saberei. E sabes o que significa se eu tomar conhecimento disso?- Ela faz uma pausa, esperando talvez que eu responda. Como não respondo continua.- Eu digo-te o que significa: A tua morte.
-Se pensas que tenho medo de ti, estas muito enganada.- grito a plenos pulmões.
-Tens a certeza disso?- ela volta a girar o botão e eu contorço-me na cadeira. As lagrimas vê-me aos olhos mais uma vez. Não posso dar parte fraca, mas o meu corpo está tão cansado de tudo isto que não aguento mais e choro. Começo a soluçar. Ela ri-se.
-Vês?! Eu bem te disse para teres cuidado comigo. Agora, estás para aí a choramingar e tudo por tua causa.
Continuo a chorar desalmadamente. Não consigo parar.
-Jack?! Transporta-a para ali.- diz ela apontando para uma zona vazia. O que será que ela me vai fazer agora?
Ele desaperta-me as amarras e eu quero tentar fugir, mas simplesmente não tenho forças. Ele agarra em mim por um braço e faz-me levantar. Arrasta-me para a zona vazia e ajoelha-me. Estou ajoelhada ao lado dele e ele segura-me do lado em que me agarra. Ela aproxima-se e eu percebo o que me vai fazer, mesmo antes de me desferir um golpe no tronco. Pontapeia-me e eu dobro-me em defesa. Agarro o tronco para o proteger. As costelas ardem-me e parece que as minhas entranhas vão explodir. Gemo de dor e soluço ao mesmo tempo. Ele volta a pôr-me direita e desta vez, ela desfere-me um tabefe na cara. A dor é imensa, mas não se compara em nada à das costelas e à do ombro. Ela volta a bater-me repetidas vezes nas costelas, mas desta vez com o punho. Os meus olhos estão embaciados das lagrimas e a minha respiração está errática. Custa-me a respirar. Acho que ela me partiu alguma coisa. A dor é tao grande que só pode ser essa a explicação.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Distance ( Calum Hood fan fic)
Novela JuvenilComo pode ser possível conheceres alguem que vive a dezassete mil seicentos e cinquenta e seis quilómetros de ti?! Ana é uma estudante de ciencias que vive num país pequeno com apenas dez milhões de habitantes. A sua cidade natal é um desterro já pa...