O quarto dele não era muito grande, tinha o tamanho normal de um quarto suponho. Tinha uma cama de solteiro mais pequena que a que ele tinha em casa mas ainda assim grande. Ao lado desta encontrava-se uma mesinha-de-cabeceira com três ou quatro molduras com fotos do Cal quando era novo. Peguei numa onde ele parecia mesmo um chinêsinho.
-Estás tão fofo nesta foto, pareces mesmo chinês.
-Ahhh será que vocês nunca param com isso do ser asiático, irra.
-Ohhh o meu Cal está chateado é?- e ao dizer-lhe apertei-lhe as bochechas.
-O meu Cal?
-Sim o meu Cal.
Continuei a deambular pelo quarto enquanto ele se sentou na cama dele. Havia uma estante cheia de fotos e livros. Fui até ela e encontrei um livro que me despertou a atenção Sorri para comigo e disse:
-" Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos"
-Oh meu deus tu acabaste de citar Antoine de Saint Exupéry?
-Hum hum.
-De onde é que tu saiste? Diz-me por favor que eu não acredito!
-Bom eu saí da minha mãe! De onde é que querias que eu tivesse saido?!
-Ahahahaha , não assério tu és tipo a sorte grande. Como é que é possível encontrar uma rapariga que é bonita, tem uma personalidade incrivel, gosta de futebol, tem sentido de humor e ainda por cima cita "O Principezinho"?- Fiquei sem palavras com o seu elogio. Dei-lhe o meu maior sorriso e continuei a examinar a estante- Mas como é que sabes frases do principezinho?
-É o meu livro favorito para crianças.
-Assério?! O meu também. A minha mãe costumava ler-mo quando eu era pequeno a toda a hora.
-A minha mãe diz-me que mo lia, mas eu não me lembro.
-Então como é que sabes citá-lo?
-Lio á pouco tempo.
-Assério.
-Hum hum. Tipo sempre tive curiosa em relação ao livro e quando o li soube porquê. Adoro todas as metáforas da vida que ele tem. Mas não gosto como a história acaba, afinal de contas é uma história infantil, a personagem principal não devia morrer.
-Sim tens razão mas eu acho que é uma maneira interessante de abordar a morte. Ele morre por amor, e isso dá-nos uma prespectiva completamente diferente de morrer. Diz-nos que pode ser aceitável o suicidio quando é feito por alguém que amamos.
-Tens razão para voltar a casa e recuperar a sua rosa ele decide morrer. É um grande ato de amor.
-Pois é.- sentei-me ao lado dele na cama e deitei-me.
-Serias capaz de o fazer por alguém?- ele deitou-se ao meu lado com as mãos atrás da cabeça.
-Sim suponho que sim, quer dizer eu fazia-o pela minha família, mas acho que era capaz de o fazer por alguém que amasse mesmo.
Virei-me de lado para ele, pus as mãos no seu peito e apoiei o queixo nestas, pelo que fiquei a olhar para ele.
-Eu acho que também o faria. Por exemplo eu era capaz de morrer para salvar a minha melhor amiga pois considero-a como uma irmã.
-Eu também faria isso pelos rapazes.
Deitei a cabeça no seu tronco e afastei as mão fazendo uma passar por cima da sua barriga. Ele mexeu-me no cabelo e lentamente fui sentindo sono. Estava quase a adormecer quando a sua voz me despertou.
-Ana temos de ir senão vais deixar-te dormir.
-Hum.
-Vá dorminhoca.- senti o seu sorriso.
-Hum.- tentei levantar-me mas ele prendeu-me com o braço. Protestei e tentei levantar-me mas mais uma vez ele não deixou.
-Só mais um bocadinbo.
-Vá anda lá agora já me acordaste.
-Ok vamos lá então.- Tentei levantar-me e desta vez ele deixou-me. Levantou-se depois de mim e foi á estante buscar qualquer coisa.
-Toma.- entregou-me o seu exemplar de "O Principezinho".
-Não Cal não posso aceitar, é teu.
-Mas eu quero dar-te. É para te lembrares de mim.
-Ohh ok está bem mas eu não preciso de um livro para me lembrar de ti. Tens a certeza?
-Hum hum.
-Ok então.- dei-lhe um beijo na bochecha.
-Disseste que era o teu livro infantil preferido.
-Ya.
-Qual é o teu livro preferido?
-Hum... não sei se deva dizer...
-Mas porquê tem alguma coisa de mal?
-Eu não acho, mas podes ficar a pensar mal de mim.
-Não fico eu prometo.
-Cinquenta sombras de grey.
-Anh a ssério?
-Vez era a isto que me referia.
-Não, não penses que tou a pensar mal de ti, é só não fazia ideia que gostavas desse tipo de livros.
-Não, desse tipo de livros não é só mesmo este.
-Hum. Mas porquê?
-Eu acho que tem tudo a ver com a história porque tipo é alte história de amor. A maneira que ele desiste do seu estilo de vida por ela porque a ama. E a maneira que ela se adapta a ele. Acho que retrata a maneira como cada um de nós devia ser em relação aos outros, deviamos saber ceder de vez em quando.
-Hum parece ser uma história interesante.
-Bom não é se não gostares de lamechisses. Mas eu adoro e li os três livros em três dias.
-É lá os livros não têm tipo seicentas páginas cada um.
-Ya têm, mas o que é que queres a história era interessante.
A medida que desciamos as escadas para voltar á sala ele deu-me a mão.
-Mom?!( Mãe?!)- chamou pelo que ela apareceu- We are going.( vamos indo)
-Now?! Why don't you stay a little longer?( Já?! porque é que não ficam mais um bocado?)
-Ana's tired and tomorow we have to wake up early.( A Ana está casada e amanhã temos de nos levantar cedo)
-Ok baby. Give mama a hug.( ok amor, dá cá um abraço á mãe)- deu-lhe um abraço apertado e depois virou-se para mim- You too, come here.( tu também, anda cá!)- e deu-me um abraço apertado também- It was so nice too meet you.( foi muito agradável conhecer-te)
-It was nice to meet you too.( A sim também)- sorri-lhe á medida que desfazia o abraço.
Despedimonos dos pais dele e da irmã e todos disseram que gostaram muito de me conhecer. Encaminhamonos pelo caminho de acesso que tinhamos percorrido antes e dissemos adeus uma última vez antes de entrarmos no carro.
-Até que correu bem.- disse eu.
-Correu mais que bem, os meus pais adoraram-te.
-A sério?
-Hum hum, tenho a certeza que sim.
Aconcheguei-me a ele e deixei-me dormir. Só acordei quando chegamos a casa.
-Ana já chegamos.
-Hum?!- levantei-me e agarrada a ele fomos para casa.
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Distance ( Calum Hood fan fic)
Teen FictionComo pode ser possível conheceres alguem que vive a dezassete mil seicentos e cinquenta e seis quilómetros de ti?! Ana é uma estudante de ciencias que vive num país pequeno com apenas dez milhões de habitantes. A sua cidade natal é um desterro já pa...